domingo, 19 de agosto de 2012

GRAVATAI E SEU CONCURSO POESIA NO ONIBUS

                                                               Acrescentado em 9/9/2012

Quem gosta de ler e fazer poesias tem, em vários municípios do Estado, a chance de ver suas obras expostas para um grande público: os passageiros de ônibus. Entre as cidades que contam com esse veículo, estão Porto Alegre, que também expõe no trem metropolitano, e Gravataí. Este último município entregou, na semana passada, os certificados aos vencedores da 9ª edição do Concurso Poema no Ônibus. As obras já foram afixadas nos vidros dos coletivos que integram a rota municipal. Realizado pela Fundação Municipal de Arte e Cultura (Fundarc) em conjunto com a empresa de ônibus Sogil, o concurso contou com 173 obras inscritas, das quais 16 foram escolhidas.
    Os poemas foram avaliados por uma comissão formada pelo doutor em letras Marlon de Almeida, o professor e escritor Caio Ritter e o editor e escritor Christian Davi. Realizada na Praça Borges de Medeiros, no Centro de Gravataí, a cerimônia contou contou com a presença de três autores que participam do evento, de representantes da Sogil, e de outras autoridades, entre elas o prefeito Acimar Silva. 
Prefeito Acimar com Teresa /Foto: Bruna de Bem - Secom/PMG
A professora de língua portuguesa e literatura Teresa Azambuya, 29 anos, foi a única representante de Gravataí vencedora do concurso. Ela já foi premiada em outras duas edições, além de ter recebido prêmios em Porto Alegre e ganhado concursos estudantis.Teresa escreve desde 2003, possui um livro de poesias publicado e participou de três obras com contos coletivos. O Poemas no Ônibus será o tema de sua pós-graduação.
 
OS POEMAS
 
Ilustração: Shelly Tenjou - Secom/PMG

Bola Fora
Dominava a redonda
Com maestria.
Chutava, driblava, corria,
Era um craque.
Falsos amigos, abraços fingidos,
E a carreira, por fim, vazia.
Derrotado pelo crack.


Carlos Bruni Fernandes
Ilustração: Shelly Tenjou - Secom/PMG
Noite doentia
No copo transparente
onde derrete o gelo da poesia
surge o líquido poema que alucina
a mente embriagada do poeta!
A mesa que sustenta o copo,
ampara as mãos de calejadas rimas,
voam no papel soluços versos
na dança entorpecida da grafia!
No bar o silêncio anuncia
o amanhecer de um estranho dia,
já não há mesa, nem copo, nem poesia,
só escombros de uma noite doentia!
Eugênio Carlos da Luz Backes

Ilustração: Shelly Tenjou - Secom/PMG
Obstação
Tu estavas desesperada,
Só, na fila do corredor.
Sem querer quase nada,
Te ofereci o meu amor.
Esse amor virou loucura,
Enquanto a viagem durou.
No fim veio a desventura:
Tu – ainda só – continuou.
Hoje estás arrependida,
Na fila e só, crias bolor.
É assim mesmo querida,
Já embarcou outro amor.
Não tranque a fila da vida,
Dá um passinho por favor.
Juarez Cesar Fontana Miranda

Ilustração: Shelly Tenjou - Secom/PMG
  Descortínios

A cortina esconde a tarde,
o sol se põe em tristeza,
abraçam seus raios a colina,
mas não vislumbro o rubor do ocaso.
A cortina oculta o mundo,
a via láctea viaja no espaço,
pilota a lua a nave,
mas não vislumbra a luz das estrelas.
A cortina esconde você,
as roupas se espalham no quarto,
dançam fantasmas no escuro,
mas não vislumbro a cinza das horas.


Roque Aloisio Weschenfelder

Ilustração: Shelly Tenjou - Secom/PMG

Cadeira de balanço

Anos depois, retorno à casa em pleno outono...
Pelo muro que esconde a construção ao lado,
escapa a dúbia luz de um luar magoado
e ilumina o ambiente em meio ao abandono...
Tentado, abro o portão. O gesto há muito adiado
verdece as minhas mãos de musgo e opõe-se ao sono
de um gatarrão que foge inquieto. Então espiono,
na varanda em silêncio, objetos do passado.
Num canto, entregue ao tempo, um móvel me detém...
A cadeira, onde outrora, o balançar que o diga,
quanta alegria encheu-me a vida um certo alguém...
A cadeira tremula e a pronto se renova...
Ora o balanço leva uma lembrança antiga...
Ora o balanço traz uma saudade nova...

Reginaldo Costa de Albuquerque

Ilustração: Shelly Tenjou - Secom/PMG
Cochicho

Ela veio caminhando
toda acanhada
querendo me contar as boas novas
Aproximou-se de mim
com as mãos fechadas
diante do rosto
assim, como se trouxesse
só pra me mostrar
ao abrir dos dedos
um vagalume

Rodrigo Domit

 
Ilustração: Shelly Tenjou - Secom/PMG
Antroposofia
Com fome de estrela
Comi um pedaço do céu
E meu dia não amanheceu

Rosana Banharoli


Ilustração: Shelly Tenjou - Secom/PMG
Viagem
O trem é cobra,
Esgueira-se pela natureza
(verde ou cinza).
O ônibus é linha
Da costura da cidade
(cinza ou verde).
O trem é pássaro:
Leva filhotes no bico.
O ônibus é botão:
Une dois pontos distantes.
Ambos são colo de infância,
Embalando os sonhos:
Uma trégua na vida.
Simone Alves Pedersen
 
Ilustração: Shelly Tenjou - Secom/PMG
                                                Natureza Viva

Da árvore, admiro as raízes fincadas na terra fértil.
Quero ser forte como o caule que suporta adversidades.
Venero os galhos que acolhem ninhos.
Invejo a sombra confortável
e os frutos que guardam a semente.
Quando chega o outono,
saúdo as folhas que enfeitam o chão,
húmus vegetal, começo de árvore em outra estação.

Solange Firmino de Souza
 



Ilustração: Shelly Tenjou - Secom/PMG


Risco
Será um risco?
Será rabisco?
Ou só um cisco na minha escrita?
Só sei que o traço
Desse meu passo
Segue tangente ao meu compasso.
 
Tatiana Alves Soares Caldas

Ilustração: Shelly Tenjou - Secom/PMG


 
Tra(d)ição
As musas entoam seu canto arcano
E, tão ardilosas, aedos inspiram.
Em seu voo cego, num baile insano,
Poderes e feitos heroicos transpiram.
São como Medeia, cruéis e ferozes,
São como Jasão face ao velocino.
Seu canto-memória traz dores atrozes
E a todos enleva, estranho fascínio.
E tecem castigos em teias e tramas
Celebram banquete veneno memória
Buscando o saber das esferas profanas
Que cortam, destecem, mas fazem a História.

Tatiana Alves Soares Caldas
  



Ilustração: Shelly Tenjou - Secom/PMG
 
Não inverta

Num dia lotado
Quero um ônibus bonito
De itinerário infinito
E verso pra todo lado.

Teresa Azambuya

 
 Grotesco

pincelei as cores do céu
o tom das flores
a nuvem escura
o vento azul
e o mar ondulado
espuma nas ondas
tão fortes, redondas
que sinto a vertigem
rodopiar em mim
uma louca grita impropérios
e um bêbado dorme na calçada
eles não precisam
pincelar a vida

Roque Aloisio Weschenfelder
 
Arqueologia




Quando o hoje era infância
construía prédios de papel
Edificações que copiava dos livros de geografia,
as preferidas eram alemãs e japonesas
(nesse tempo
ainda não media o tamanho das guerras)
Cresceu
Até agora não entende
por que o tempo mancha as costas das mãos
como faz com essas antigas casas de cartolina

Sérgio Bernardo

 
Noite adentro

Os latidos
a buzina, ao longe
o salto alto no andar de cima
o ressonar da criança no quarto contíguo

Um espirro
Duas lembranças
Três portões se fechando
Meia música cantarolada
E meus ouvidos, insones,
 tão cheios de vizinhança...
Teresa Azambuya 
 
 
 
A AUTORA DOS DESENHOS

Shellen L. Pinto nasceu em Porto Alegre, em 1º de julho de 1985. Estudou no Colégio Dom Feliciano, de Gravataí desde a pré-escola até o ensino médio, mas já na infância descobriu que gostava de ilustrar e criar histórias. Atualmente trabalha como desenhista na Secretaria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Gravataí e faz faculdade de Produção Multimídia na Faculdade SENAC/RS.
 
Poemas e ilustrações foram publicados originalmente no site www.gravatai.rs.gov.br





















 


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

INSTALADO SEGUNDO SEMÁFORO SONORO EM GRAVATAÍ

Assessora Patrícia testou primeira sinaleira na Borges de Medeiros 
 
  Gravataí conta, a partir desta quinta-feira (16), com a segunda sinaleira dotada da tecnologia de acessibilidade para pessoas com deficiência visual. A instalação do equipamento ocorreu na Avenida Dorival Cândido Luz de Oliveira, na Parada 67, na esquina com a Avenida dos Estados. O semáforo conta com uma botoeira, que deverá ser apertada e emite um sinal sonoro para que a pessoa possa atravessar a rua com segurança. A instalação da tecnologia é possível graças a uma permuta referente a área do Distrito Industrial, realizada entre a prefeitura e empresa Digicon.
     A assessora de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência (APPPD), Patrícia Lisboa, esteve no local, na manhã desta quinta-feira, acompanhada dos secretários de Trânsito e Transporte (SMTT), Rafael Evaldt, e de Captação de Recursos (SMCR), Artêmio Airoldi. “Uma demonstração explicativa será realizada durante a Semana da Pessoa com Deficiência, no próximo dia 22, na Praça Borges de Medeiros”, explicou Patrícia. Segundo a assessora, a botoeira sonora proporciona maior autonomia a pessoas com deficiência, idosos e a toda população de Gravataí.
    Segundo o titular da SMTT, Rafael Evaldt, a terceira sinaleira com sinal sonoro será instalada na próxima semana. “Graças a esta troca com a Digicon, conseguimos levar a tecnologia para a Avenida José Loureiro da Silva e iremos instalar mais uma botoeira no Parque dos Anjos. Os locais com grande circulação de pessoas foram os primeiros a receber a tecnologia, que garante um direito a todas as pessoas”, destacou.

Vídeo demonstrativo
Após a instalação da primeira botoeira com sinal sonoro, Patrícia Lisboa gravou um vídeo explicativo sobre o funcionamento da sinaleira localizada na Avenida José Loureiro da Silva, próximo à Prefeitura Municipal.

O vídeo, contendo áudio e descrição, pode ser acessado pelos links abaixo:
Facebook:
http://www.facebook.com/prefeitura.degravatai

YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=0wHeBd9v3_o&feature=g-upl
Secretaria Municipal de Trânsito Transporte

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

SINALEIRAS SONORAS ESTÃO SENDO INSTALADAS EM GRAVATAÍ

Rafael (E) e Artêmio acompanharam Patrícia durante o teste do semáforo sonoro (Foto Nataniel Corrêa - SMG))
     Deficientes visuais de Gravataí estão recebendo um sistema de sinaleira muito interessante. O equipamento emite um som para alertar os cegos para o momento certo de atravessar a rua. O sistema já está sendo testado na Avenida José Loureiro da Silva, esquina com Rua Adolfo Inácio Barcellos, nas proximidades do prédio da prefeitura municipal. A sinaleira é dotada de uma botoeira para ser acionada pelos deficientes visuais. A medida que a pessoa vai atravessando a rua, a sinaleira vai aumentando o som para indicar que o sinal vai mudar em seguida.
  Na manhã desta sexta-feira, após a instalação do novo sistema, a assessora da Associação de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência (APPPD), Patrícia Lisboa Rosa, testou o equipamento, acompanhada dos secretários municipais de Trânsito e Transporte, Rafael Evaldt e de Captação e Recursos, Artêmio Airoldi.
- É muito gratificante poder atender esta antiga reivindicação da comunidade - comentou, emocionada, a secretária Patrícia, ela própria uma deficiente visual.
 Com conhecimento de causa, ela afirmou que o sinal sonoro garante autonomia e independência para o deficiente visual. Conforme a assessora, a viabilização da sinaleira só foi possível graças ao empenho do governo municipal e a união da APPPD, secretarias de Trânsito e Transporte e Captação de Recursos.
 Os locais que receberão os semáforos foram definidos através de audiências públicas promovidas pela APPPD. Os próximos pontos que receberão sinaleiras sonoras serão a Avenida Dorival Cândido de Oliveira, na altura da Parada 67 e o Parque dos Anjos, trechos com alto fluxo de pedestres. A empresa Digicon é a responsável pelo investimento para a instalação da tecnologia.
Segundo o titular da SMTT, Rafael Evaldt, a sinaleira da Avenida José Loureiro da Silva funcionará como um laboratório.

 - Iremos analisar aqui alguns pontos que poderão ser modificados nos próximos locais. Detalhes como o período que o semáforo permanece aberto deverão ser acertados, conforme a necessidade de deficientes visuais - explicou Rafael.
 Uma demonstração do funcionamento da sinaleira será realizada pela equipe da Digicon durante a Semana da Pessoa com Deficiência, no dia 22, na Praça Borges de Medeiros. 

Publicação original no site www.gravatai.rs.gov.br

terça-feira, 31 de julho de 2012

BRINCANDO COM OS VELHOS DITADOS

 Minha mãe, Ítala, costumava repetir: Brincando, brincando, se vai dizendo verdades.

 * Os cães ladram, e a caravana passa. Nos tempos de hoje e acho que sempre foi assim: Os cães latem, e a caravana de ladrões passa com drogas, contrabando, armas e dinheiro sujo.
* O diabo não é sábio por ser diabo, mas por ser velho." Na verdade, o sábio não é sábio por ser velho, mas por ser curioso, procurar sem bem informado e pensar livremente sem se deixar levar por ideias pré-concebidas. Conheço muito velho burro e muito jovem inteligente e também muito jovem desatualizado e muito velho acompanhando a evolução e até estando à frente do seu próprio tempo.
* Diga-me com quem andas e te direi quem és (Diga-me o que você curte, posta e compartilha no Facebook e te direi quem és.)
* Quem com ferro fere com ferro será ferido. (Quem com ferro fere vai  incurso no artigo 129 (lesões corporais) do Código Penal.
* Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. (Mas dá um baita excesso na conta da companhia de saneamento no fim do mês.)
* Águas passadas não movem moinhos. (Mas não ficam amarrotadas (autoria do inesquecível chargista Ronaldo Wastermann)
* Cabeça vazia, oficina do diabo. (Cabeça com drogas, parque de diversões dele.)
* Uma andorinha só não faz verão. (Então ela faz inverno, outono e primavera?)
* Mais vale um pássaro na mão do que dez voando. (Mais vale um pássaro voando livre do que dez presos em gaiolas)
* A pressa é inimiga da perfeição. (Mas pelo menos impede que advogado perca prazo)
*Devagar se vai ao longe (Mas, quando chega, a festa já acabou).
*Apressado come cru. (Se for sushi, não é por ser apressado, mas por ser japonês.  
* Boi lerdo toma água suja.(Se não for esperto para buscar outra fonte)
* Os últimos serão os primeiros. (Na próxima sessão do cinema. Ou no próximo ônibus.)
*Ri melhor quem ri por último (Por isso sempre me sento lá na fileira bem do fundo quando vou assistir a uma comédia)
*Tanto a raposa vai ao moinho que um dia perde o focinho.
(Ou come todo o estoque de farinha.)

*Quem ama o feio, bonito lhe parece. Na verdade, quem ama o feio tem um mau gosto desgraçado!
 Por fim, uma frase que não requer retoque
        Malandro é o pato que tem pé chato pra não servir no exército e dedos colados pra não pôr aliança.

sábado, 28 de julho de 2012

MISCELÂNEA QUE FLUI PELA PONTA DOS DEDOS

Reflexões na madrugada
Seria ótimo para o país que as prefeituras, governos estaduais e governo federal mantivessem, durante todo o mandato, o mesmo desempenho que apresentam em períodos pré-eleitorais. E que, após o pleito, vencendo ou perdendo, seguissem no mesmo ritmo buscando sempre manter o cuidado com as coisas públicas para garantir o bem-estar da população.

 Reflexões ao cair da cama
 Desconfio de quem nunca riu ou chorou. É que só os olhos lubrificados pelas lágrimas da alegria, da emoção e do sofrimento conseguem ver a realidade. Mas é preciso ficar atento para identificar lágrimas de crocodilo e risos de hienas.

Reflexões ao cair da cama I
 Um homem (ou mulher) que nunca muda suas opiniões diante de novas informações e circunstâncias ou é gênio (coisa raríssima) porque sempre soube e sabe tudo, ou é um idiota obscuro. Aquele que troca todas as suas ideias em busca de vantagens fúteis é também um idiota (coisa mais comum hoje em dia).

Reflexões ao cair da cama II
Com a proximidade das eleições, nunca é demais repetir: o voto é a única arma para impedir que os maus políticos façam na vida pública o que fazem na privada.

Reflexões na madrugada II
Mergulho no passado para refrescar-me do presente e me preparar para enfrentar o futuro.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

GANHADORES DO CONCURSO POEMA NOS ÕNIBUS DE GRAVATAI VÃO RECEBER OS PRÊMIOS EM 13 DE AGOSTO

     Está marcado para o próximo dia 13 de agosto a data da premiação dos ganhadores da 9ª Edição do Concurso Poema nos Ônibus promovido pela prefeitura de Gravataí. A cerimônia será realizada a partir das 15h na Praça Borges de Medeiros. O concurso contou com a participação de 173 poemas, enviados de diversas localidades do país. Dezesseis poesias foram selecionadas premiando 11 autores. Os poemas vencedores serão adesivados nos ônibus das linhas municipais, pertencentes à empresa Sogil, para serem apreciados pelos passageiros. Entre os vencedores, há apenas um participante de Gravataí. O concurso é organizado pela Fundarc (Fundação de Arte e Cultura da administração do município.
 
Confira os nomes dos 11 vencedores do concurso

* Carlos Bruni Fernandes (São Paulo/ SP);
* Eugênio Carlos da Luz Backes (Porto Alegre/ RS);
* Juarez Cesar Fontana Miranda (Porto Alegre/ RS);
* Reginaldo Costa de Albuquerque (Campo Grande/ MS);
* Rodrigo Domit (Rio de Janeiro/ RJ);
* Rosana Banharoli (Santo André/ SP);
* Sérgio Bernardo (Nova Friburgo/ RJ);
* Simone Alves Pedersen (Vinhedo – SP);
* Solange Firmino de Souza (Rio de Janeiro/ RJ);
*Tatiana Alves Soares Caldas (Rio de Janeiro/ RJ);
*Teresa Beatriz Azambuya Cibotari (Gravataí/ RS);

sábado, 21 de julho de 2012

UMA HISTÓRIA SOBRE PRESIDIÁRIOS E PASSARINHOS

O rapaz entrou na loja de venda de animais, no Mercado Público, comprou um pássaro e foi embora.  No mês seguinte, voltou e comprou outro passarinho.  Mais um mês depois, retornou à loja e comprou mais uma avezinha. Foi então que, ao puxar assunto com ele, no meio de várias outras informações, o dono do estabelecimento descobriu o que estava acontecendo. Toda vez que adquiria a ave, o rapaz levava para o seu bairro, abria a pequena caixa na qual a carregava e a libertava.
     - Já estive preso por algum tempo e sei muito bem o sofrimento de viver atrás das grades. Por isso, sempre que posso, compro um passarinho para dar-lhe a liberdade. Nem um bicho merece ficar preso – comentou o comprador para o dono da loja de pássaros.
  O dono da lojinha  ficou impressionado. O homem estava bem arrumado e não parecia ser marginal. Deve ter sido alguém que cometeu algum erro, pagou pelo que fez, cumpriu a pena e se arrependeu. E ficara com aquela marca da prisão a corroer-lhe a alma.
    O comerciante poderia ter ficado quieto. Afinal, renderia muitas outras vendas de pássaros. Mas resolveu conversar com o desconhecido. Explicou que aqueles canários que ele comprara não são nativos. Foram trazidos de outros países. Se fossem largados na natureza, certamente não demorariam mais do que três dias com vida porque estão acostumados a receber alpiste e não saberiam procurar alimento na rua. Além disso, seriam presas fáceis para gaviões ou gatos. Além disso, se ficassem vivos, iriam ser logo capturados e levados novamente para uma gaiola. Diante disso, ao largá-los, o bem intencionado ex-presidiário estava fazendo mal aos bichinhos, em vez de ajudá-los. Seria melhor que destinasse seus esforços para que outros humanos não caíssem no mesmo erro que ele e acabassem experimentando a trágica vida dentro de uma prisão.
  Depois daquele dia, até ontem, nunca mais o ex-presidiário apareceu para comprar passarinho.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O POLÍTICO CASSADO E A COMPARAÇÃO COM CRISTO

Antigamente os homens tinham mais vergonha na cara. Flagrados em erro, no mínimo enrubesciam, sentiam-se desatinados e lamentavam o péssimo exemplo e a imagem negativa que deixavam para os filhos, esposas e demais parentes. Não raro era o caso de suicídios, especialmente nos povos orientais como os japoneses.  Hoje, em quase todos os lugares do mundo, mais especialmente no Brasil, as pessoas são descobertas em suas falcatruas e, primeiro riem alegando armação, certos de que não vão ser punidos.  Os mais poderosos até conseguem. E os que são condenados alegam que são inocentes vítimas de um grande erro.
  Poderosos acham que são Deus e que podem fazer tudo o que quiserem.  Demóstenes , o senador cassado, não acha que é Deus, mas talvez pense que é o filho Dele.  Ao alegar inocência, não hesitou em comparar-se a Jesus, lembrando que Cristo andava com Judas e no entanto ninguém o condenou por isso. Esqueceu-se o senador, que Jesus nunca ganhou presentes de Judas. Naquela época, não havia aparelhos de rádio transmissor nem contas para pagar. Jesus pedia a Judas apenas que o ajudasse na divulgação de suas mensagens pelo mundo. E foi traído. Demóstenes não foi traído por Carlos Cachoeira, o contraventor que misturava crime com política.Na verdade, ele traiu o antigo amigo, deixando toda a culpa da história naquele para quem trocava benefícios materiais por apoio político para a perpetuação do crime.
De tudo isso, resta-me a ideia: ainda não se fazem muitos homens e mulheres como futuramente (eu espero). Reconforto-me com o fato de que algum poderoso é punido, mas não canto vivas à chegada, finalmente, do fim da impunidade. Basta acompanhar a história recente da nação.  Poderosos só são punidos, e raros vão para a cadeia, quando contrariam os interesses de alguém mais poderoso do que ele.

domingo, 8 de julho de 2012

REFLEXÕES NA CAMINHADA II

                                                                                             Acrescentado em 16/9/2012

Periodicamente, é preciso parar e reavaliar a vida. Parar é força de expressão. Na verdade, o melhor é pensar durante uma caminhada. Com isso, oxigena-se o cérebro, distendem-se os músculos e se aquece o coração. Nessa reflexão, importante é analisar bem os fatos presentes, passados e projetar com inteligência o futuro. É hora de saber que o tempo cura as feridas do corpo, mas, para sarar as da alma é preciso que a própria pessoa intervenha.
     É bom colocar-se no lugar do outro, mesmo que alguns dos outros nunca façam o mesmo. E, como já li no Facebook outro dia, se eu não consigo guardar dinheiro, por que vou guardar ressentimentos?  Importante é saber que a fila anda e seguirá assim até o dia em que não estivermos mais por aqui. Então, a sugestão é: bola pra frente que atrás sempre vem gente.
    A caminhada oxigena o cérebro das pessoas inteligentes e apenas ventila o dos cabeças-ocas.

domingo, 24 de junho de 2012

LUÍSA E A FLOR DA FORTUNA

Luiza com a flor da fortuna
Há cenas inesperadas na vida da gente que nos fortalecem para que possamos enfrentar com serenidade os momentos mais difíceis. Uma dessas coisas me aconteceu na sexta-feira. Caminhávamos a Luísa e eu, com o Raphael no colo, na sexta-feira, a caminho da escola e da creche dos meus netos, quando formos surpreendidos diante de uma floricultura existente a uma quadra de casa, no Bairro Medianeira. De dentro do estabelecimento, saiu um jardineiro com um vasinho de flor na mão. Ele entregou para a Luísa e falou: Feliz aniversário, Luísa! Parabéns! 
  Todos os dias, quando ela passava na frente da floricultura, ela baixava a cabeça e não falava nada, por timidez, quando o seu Luiz brincava, perguntando se ela estava braba ou alegre. Dessa vez, ela sorriu e disse: “obrigada”. 
      Fiquei igualmente feliz com esse gesto surpreendente, iniciativa do próprio jardineiro. Lembrei-me de que normalmente damos mais destaque para as coisas negativas que acontecem nas nossas vidas e pouco ligamos para fatos tão importantes como esse. Comentamos tanto sobre atos reprováveis praticados por uma minoria da população generalizando e achamos que o mundo está perdido. Esquecemos-nos de realçar os atos meritórios dos melhores seres humanos, aquelas atitudes que são tomadas sem a intenção de receber algo em troca. E que nos dão a certeza de que um mundo melhor é possível. Aquele vasinho com a flor Kalanchoe blosfeldiana, originária da África e conhecida também como a flor da fortuna, iluminou o sorriso da minha neta, que completava sete anos, e esse gesto certamente nunca irá sair da memória dela. Nem da minha.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

RELENDO O TEMPO E O VENTO, DO GRANDE ERICO VERISSIMO


Glauco Rodrigues, aquarela sobre o papel, 1985, Acervo do Margs
     Depois que passa algum tempo, a gente nunca mais lê o mesmo livro. Mesmo tendo o mesmo título, os mesmos capítulos, as mesmas frases, as mesmas palavras, ainda assim não é aquele livro lido no passado. É que o leitor que agora folheia não é o mesmo menino ou adolescente que se impressionou daquela vez. Seus novos conhecimentos, sua vivência, fazem com que aquele livro se torne outro. Tanta coisa que pensava ser assim, agora nota que é diferente. Tantas dúvidas no texto agora se dissiparam. Ah, então era isso que o autor estava dizendo e não aquilo que entendi ou não entendi? Estou relendo O Continente, primeiro livro da trilogia O Tempo e o Vento, de Erico Verissimo, enquanto aguardo o lançamento do filme produzido, com base na obra, em Bagé, Candiota e Pelotas. Que beleza de texto, que construções de frases, que diálogos fantásticos. Que relato didático sobre a história do Rio Grande! É o mesmo livro que li, mas é também um outro. O que permanece igual é esse frenesi que não me deixa parar de ler, que me impede de fechá-lo, que me impele linha por linha para uma nova emoção. Não sinto o vento, mas sinto o tempo. De tantas descrições perfeitas, destaco a do início:

ERA UMA NOITE FRIA DE LUA CHEIA. As estrelas cintilavam sobre a cidade de Santa Fé, que de tão quieta e deserta parecia um cemitério abandonado. Era tanto o silêncio e tão leve o ar, que se alguém aguçasse o ouvido talvez pudesse escutar o sereno na solidão.”

O  AUTOR
 Érico Lopes Veríssimo nasceu em Cruz Alta (RS) em 17 de dezembro de 1905. Aos 13 anos, teve seu interesse despertado para a leitura e, a partir dai, escrevia contos para jornais e revistas de sua cidade. Transferiu-se para Porto Alegre em 1920, estudou no Colégio Cruzeiro do Sul, mas não completou o curso. Filho de uma família rica e tradicional que sofreu um sério revés financeiro, Erico voltou para sua cidade natal, trabalhou como balconista, bancário e foi sócio de uma farmácia e deu aulas de literatura e inglês. De volta a Porto Alegre, foi contratado pela Revista do Globo para o cargo de secretário de redação. Ali conviveu com autores renomados. Publicou seu primeiro livro, Fantoches, uma coletânea de contos, em 1932 e começou a ficar famoso com o segundo livro, Clarissa, no ano seguinte.     
     Erico escreveu livros para crianças como As Aventuras do Avião Vermelho, O Ursinho que Tinha Música na Barriga e Os Três Porquinhos Pobres. Uma de suas principais obras foi Olhai os Lírios do Campo, editado em . Em 1941, viajou para os Estados Unidos em missão cultural a convite do governo norte-americano. Casado com Mafalda Volpe Veríssimo, teve os filhos Luis Fernando, que virou escritor famoso, e Clarissa, cujo nome usou como título de um dos seus livros. Morreu de infarto em 28 de novembro de 1975. A casa onde ele nasceu, em Cruz Alta, foi transformada em museu em 1969. Além das obras citadas, e do épico O Tempo e o Vento, Erico é autor de várias obras como Incidente em Antares, Caminhos Cruzados, Música ao Longe, O Senhor Embaixador, Solo de Clarineta (memórias).

 .

quarta-feira, 13 de junho de 2012

PARA NÃO DEIXAR PASSAR EM BRANCO O DIA DOS NAMORADOS

     Amar é não precisar pedir perdão. E pedir, se precisar. E perdoar, se for possível. Amar é não dar motivos para desconfiar. E não desconfiar sem motivos. Amar é não sair fora diante de um problema qualquer. É resolver o problema junto com a pessoa a quem se ama. Se saiu, é porque não havia amor.
     Amar não é apenas fazer sexo. Viver junto e não fazer sexo também não é amar; pode significar amizade ou desamor. Amar é respirar o mesmo ar do outro sem sufocar nem sentir-se sufocado. É sofrer a mesma dor do outro e rir das mesmas coisas engraçadas.        
     Amor não se compra, não se vende, não se força, não se conquista; o amor existe ou não existe e nada no mundo consegue mantê-lo se dois seres não são destinados um para o outro.
  Para os românticos, apresento, a seguir, uma das mais belas poesias sobre o amor. Quem conhece, gosta de recordar. Quem ainda não viu normalmente se encanta.

SONETO DA FIDELIDADE
Vinicius de Moraes
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.




sábado, 9 de junho de 2012

REFLEXÕES NA CAMINHADA

                                                                    Acrescentado em 8/7/2012
       O voto é a única arma para impedir que maus políticos façam na vida pública o que fazem na privada.

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 Quando um amigo teu elogia o teu texto pode ser sinceridade. Ou apenas bondade. Quando quatro leitores que te conhecem te elogiam, pode ser sinceridade ou um minifãclube; apenas pessoas que gostam muito de ti. Quando cinco desconhecidos entre si repetem o elogio então é porque deve ser bom mesmo.


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 Quando um conhecido teu acha ruim o que escreveste, pode ser inveja. Ou não. Quando três pessoas que se conhecem entre si fazem o mesmo, pode ser complô. Ou não. Quando cinco pessoas que não te conhecem também criticam, então não é inveja nem complô. Aí o texto é que é ruim. 
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Existem três tipos de saudade, todos causados pela separação. O primeiro, menos dolorido porque há uma perspectiva de fim. É o da viagem. O segundo, um pouco mais dolorido, mas ainda é mais facilmente suportável por poder ser substituído. É o caso de não poder mais jogar futebol, ou de um amor que no fim não era assim tão verdadeiro. A mais grave é a saudade causada pela morte, que só é amenizada pelo tempo e pela boa lembrança deixada por quem se foi.


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As larvas, como as pessoas, se transformam em borboletas ou mosquitos. A beleza é reflexo daquilo que elas preferem: umas as flores, outras o sangue.

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   H
umorismo é aquilo que faz rir todas as pessoas. Se alguém é ofendido com a piada, então não é bom humor, é escárnio, fruto de algum tipo de inveja, recalque, disputa política ou preconceito. É, no máximo, humor de gosto duvidoso, mau humor ou reflexo de mau-caratismo.

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Ele não gosta de falar sozinho. É que sempre acaba brigando com ele mesmo.

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Críticos implacáveis e muitas vezes injustos alegam que, de boas intenções, o infermo está lotado. Esquecem-se de que, de más intenções, a Terra está muito mais cheia.

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 A Preguiça e sua irmã, a Comodidade, ajudadas pela outra irmã, a Inteligência, são as responsáveis pelas mudanças no mundo. Foi graças a elas que se criou a roda, usada para mover os objetos pesados e, a partir daí, todos os progressos para permitir o menor esforço físico possível.

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A fofoca é parente da informação. A primeira usa a segunda, ajudada muitas vezes por outra amiga próxima, a mentira, para disseminar a discórdia e a maldade ao seu redor.

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 A inveja pode abalar uma pessoa insegura. Mas serve de estímulo para quem sabe o que faz e o que gosta.

terça-feira, 5 de junho de 2012

CHEGAMOS AOS 30 MIL ACESSOS

Foi com muita alegria que notei, no mostrador de acessos do Vidacuriosa, o número 30.000. Não faz muito tempo que, por um problema técnico, tive de trocar de contador de acessos (estava com pouco mais de 10 mil) e agora, após o recomeço, chegamos aos 30 mil. A única coisa que não me deixa satisfeito é o fato de não ter conhecimento sobre o que os leitores acham do material. Sei da dificuldade que é conseguir tempo para entrar em um blog e, além disso, há uma imensa concorrência com outros blogs e demais atrativos de atenção, mas teria sido interessante se deixassem, nem que fosse rapidamente, a sua impressão. Não estou em busca de elogio, mas de possíveis críticas que certamente melhorariam o nível do trabalho.
Neste ano, os amigos que deixaram mensagens podem ser contados nos dedos de uma mão e ainda sobram quatro dedos. Por isso, quero agradecer nominalmente a Aldo Jung, Gisa Nunes Umpierre, Eduardo P.L, Dalva M. Ferreira, Letras Saltitando e Nadiane S. Momo Spencer que deixaram seus importantes recados. Obrigado mesmo.

sábado, 2 de junho de 2012

A ORIGEM DA EXPRESSÃO "CAPAZ" USADA PELOS GAÚCHOS

Os habitantes do Rio Grande do Sul falam uma expressão bastante interessante.  Quando querem expressar a ideia de que não farão absolutamente algo determinado ou que não vão se chatear com algo dito pelo outro dizem: Capaz!!  Não tenho nenhuma base científica para o que vou afirmar, mas enfim!  Para mim, a origem desse termo está baseada no fato de que os brasileiros, os outros não sei, costumam encurtar as palavras. Não sei se é por praticidade, pressa ou o quê, mas expressões que começam mais compridas, tendem a serem sincopadas. Um exemplo disso é o termo bá, que o gaúcho começou a usar para dizer que ficou impressionado ou admirado e agora usa para qualquer coisa, principalmente no início de frases. Tudo começou com ‘mas que barbaridade isso”, depois ficou “mas que barbaridade’,  foi encurtando para “que barbaridade” depois, “mais bá” e por último bá, que muitos grafam,não sei por quê, bah.
Voltando ao “capaz”, acredito que alguém com muito carisma pronunciou a expressão “não há a menor capacidade de eu fazer isso (ou de que isso aconteça). Daí foi passando para “não seria capaz de fazer isso”, passando para  um tom de ironia “eu seria bem capaz de fazer isso!” e “é bem capaz que eu vou fazer isso (ou que isso aconteça)!”, chegando finalmente em “capaz!”. Isso tudo pode não ter sido exatamente como digo já que não encontrei nada, por enquanto, nos livros antigos. Convenhamos porém, que faz sentido. Ou não? Se alguém com alguma informação sobre isso puder me ajudar, eu ficarei grato. Se me criticarem, capaz que eu vou me ofender.
       Para não ficar só no Rio Grande do Sul, observo que a palavra forró, dizem, seria uma abreviação de forrobodó, que significa confusão. Também não sei se é verdade porque há uma outra variante, lenda ou não, de que a origem teria sido na estada de engenheiros britânicos em Pernambuco encarregados da construção de uma ferrovia no início do Século XX. Eles frequentavam bailes populares e observavam que os locais eram abertos para todos, “for all”. Dessa  pronúncia atrapalhada dos nordestinos, teria surgido o forró.         

quarta-feira, 30 de maio de 2012

UMA POESIA GAUDÉRIA QUE ME FAZ LEMBRAR OS CAMPOS DO SEIVAL

  O grande Giovanni Grisotti, um dos maiores repórteres investigativos deste país, curte o movimento tradicionalista nas horas em que não está a serviço da sua atividade de deixar o Brasil menos corrupto. Além de ser fã dos monarcas e de participar de bailes de CTGs, curte, como eu, textos e poesias sobre a vida do campo. Em post dele no Facebook, encontrei essa preciosidade da cultura gaúcha. É a poesia louco do não menos talentoso compositor e músico Vaine Darde, cuja biografia você pode curtir mais abaixo.


Eles me interditaram...
Afastam-me das domas,
Não me deixaram usar adagas,
Nem, sequer, cuidar do fogo...
E conspiram contra mim
Com silêncio e solidão.
  Pois alegam, uns aos outros,
Que me tornei perigoso
Desde quando me encontraram
Conversando com as ovelhas,
Desde quando descobriram
Que eu cultivo girassóis
Por devoção às abelhas.

Dizem que ando variando
Com milongas circulares
Na canção dos cataventos,
Que fiquei de miolo mole
e me desfiz das esporas
Por ter pena dos cavalos...

Proibiram-me transpor
Os limites da porteira
Numa espécie de desterro
Que me exila na querência.
Mas, eu sei que eles não sabem
Que os olhos de quem sonha
Veem além dos horizontes...

Eles dizem que sou louco
Porque vago pela estância
Conferindo cada ninho
Onde os voos eclodiram,
Fazendo tenda do pala
sobre o topo das coxilhas
Pra navegar nas estrelas
Nessas noites de verão...

(Imagina se soubessem que eu carrego,
nos pessuelos, uma colmeia de versos...)

Mas enquanto eles proseiam
Agrupados no galpão,
Para encantar meu silêncio
O vento canta pra mim,
As sangas cantam pra mim,
Os grilos cantam pra mim.

Enquanto eles, que se julgam certos,
Tomam mates sonolentos
Com a água da cacimba.
Eu, numa cambona de açude,
Sorvo a lua num porongo
E povoo a solidão
Com as ausências que me habitam.

Eu embrulho a palavra
Numa folha de papel
Onde guardo traduções de ocasos e auroras,
Onde exponho meu silêncio
Com zumbidos de abelha
E confesso a ternura
Que dedico aos que me odeiam.

Eu trabalho mais que eles.
Sou só um nas sesmarias
Pra saber de cada flor,
Pra saber de cada pássaro
Com que o campo sinaliza
E os outros não percebem...

Eles, sequer, reparam
Quanto sol de cada dia
Se acumula nas laranjas,
Que porção de lua cheia
Se derrama em frenesí
Na gestação da semente.
Eu, sim, eu sou livre entre
o campo e as estrelas,
Eu sei todos os caminhos
que a querência me revela
Porque vivo além de mim
O que a vida me concede.

Mas, se louco é ser dono de si mesmo
E saber que as laranjeiras
Choram lágrimas de pétalas
Num cio vertiginoso
De excessiva floração,
É ter consciência plena
Que a loucura é a poesia
Que, por não caber do peito,
Se extravasa em dialetos
E ilumina seus eleitos:

Então eles estão certos:
Eu sou mesmo perigoso,
Uma ameaça constante
De povoar o galpão
Com guitarra e ar-iris,
E abelha, e girassol.

Não, não é a mim que eles temem
Porque sabem inofensivo
Meu delírio musical...
O que eles não suportam
É aceitar a realidade
De um louco ser feliz.

O AUTOR
Vaine Darde

Vaine Darde, natural de Uruguaiana-RS, iniciou sua carreira como compositor e poeta em 1978 quando foi premiado no concurso Apesul Correio do Povo Revelação Literária. Em 1988, em parceria com Gaúcho da Fronteira ficou conhecido em todo o país com a música Vanerão Sambado, que ganhou discos de ouro e de platina. Em nova parceria com Gaúcho da Fronteira, gravada pelos Engenheiros do Hawaí, Herdeiro da Pampa Pobre, afirmou-se no cenário musical do Estado. Recebeu, por dois anos consecutivos, o troféu Vitória concedido pela Secretaria da Cultura. Em 2004, ganhou o troféu Clave do Sul como melhor letrista dos festivais.
Com mais de 800 músicas gravadas por artistas gaúchos e de outros estados, entre eles duplas sertanejas, é um dos compositores mais premiados do Rio Grande do Sul.
Detentor de uma centena de prêmios de festivais, conquistou em 1989, em parceria com Elton Saldanha, a Caleandra de Ouro, prêmio máximo da Califórnia Canção Nativa, evento que originou o movimento nativista. Possui uma coletânea de sua obra gravada pela gravadora Usa Discos em discografia que inclui 12 poetas consagrados, intitulada Autores do Sul. Seus poemas e sonetos compõem várias antologias. (Do site www.sonetos.com.br)




terça-feira, 29 de maio de 2012

UMA PESQUISA CURIOSA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

Hoje à tarde, recebi uma visita curiosa do Ministério da Saúde. A mocinha simpática que bateu aqui em casa aplicou-me um questionado durante mais de uma hora. Tem gente que não gosta de responder pesquisas do governo e depois se queixa que os governantes não conhecem a realidade da população. Por causa disso, aceitei responder as perguntas. 
     Até achei interessantes os itens em que perguntava se eu tenho ou tive determinadas doenças  e que nota de um a 10 eu daria para o meu próprio estado de saúde. Mas aí a funcionária começou um jogo psicológico bastante curioso que eu, completamente leigo no assunto, não consegui entender para que servirá. Nem ela me explicou. A garota me apresentou uma série de cartões e pediu para eu pôr em ordem de importância de acordo com a gravidade do conteúdo das condições hipotéticas ali enumeradas Explicando melhor queria saber o que eu considerava que era mais trágico (na verdade não foi essa a palavra que a menina usou).  Infelizmente não anotei. Um dos cartões dizia mais ou menos assim: Conseguir andar, conseguir se lavar e vestir sozinho, conseguir desenvolver suas atividades profissionais normalmente, não sentir dor, não estar depressivo. Os outros cartões eram parecidos, mudando apenas um item em cada um. Por exemplo, um referia “não conseguir sair da cama” com os outros itens iguais ao primeiro que referi. Outro dizia “não conseguir se vestir ou se lavar sozinho.” Outro, ”não conseguir desempenhar suas funções profissionais”, outro ”sentir dores intensas”. E mais cartões variando essas condições.
A parte mais angustiante se eu achava ser mais interessante, hipoteticamente, morrer ou viver dez anos nessas precárias condições de não poder andar, nem fazer a higiene sozinho, nem desempenhar atividades profissionais, sentindo dores intensas e em profunda depressão. É claro que pode haver um sentido em tudo isso, mas, leigo que sou, fiquei intrigado. Preferia que o Ministério da Saúde me perguntasse o que eu acho do SUS, da Medicina em um país que vende saúde (no sentido de comercializar), em um país capitalista e selvagem, do comportamento da população para evitar a propagação de doenças, mas nada disso me foi perguntado. Se você também respondeu a essa pesquisa ,se você faz parte do Ministério da Saúde ou não é leigo, por favor me explique. Eu não estava angustiado antes da pesquisa, mas acho que agora fiquei.

domingo, 27 de maio de 2012

REFLEXÕES EM UMA MANHÃ DE ÓCIO

O ser humano é uma bactéria que se acha inteligente e habita um corpo vivo que ele próprio chama de Terra. Aos poucos, vai matando o seu hospedeiro. Ao retirar material das suas entranhas (água, petróleo, carvão, ouro e outros minerais) certamente um dia vai conseguir debilitá-la seriamente. Como o planeta é enorme em relação ao tamanho dessa "bactéria", o apocalipse acontecerá quando não estiverem mais aqui os homens atuais nem seus descendentes mais próximos, eles nem se importam com isso.
      Ao transformar o material em elementos para a sua comodidade (transporte, ornamento, embalagem para alimentos, etc), contamina o pulmão do hospedeiro, também chamado de Gaia, modificando elementos químicos e envenenando o ar e a água, vitais para a continuação da vida. Ao se reproduzir com velocidade vertiginosa, com suas ações enfraquece as demais partes do "corpo" da terra, condenando-a ao caos. E usa sua inteligência, não para impedir a destruição deste planeta, mas para descobrir outros no Universo, aí sim pensando em futuramente encontrar um novo hospedeiro para uma geração que não verá.
    Antropofágico, o ser humano tem em si próprio o único predador que poderá extingui-lo. Altamente competitivo e tomado por ambição de poder, seja de qual tamanho for, usa de todas as estratégias para tentar alcançar seu objetivo. Aproveita-se do dom da oratória e da expressão escrita e utiliza-se de artimanhas que não falham como politicagem, religião e outras capazes de inebriar semelhantes e colocá-lo sob seu domínio.
     Sob o manto de qualquer ideologia, seja de direita, esquerda ou qualquer outro tipo que se criou a partir de suas ações e pensamentos, o ser humano vem, através da história, cumprindo um rito já detectado por Charles Darwin: vence e sobrevive o mais apto nessa espécie de selva, que é a vida humana, escravizando os menos aptos.




sábado, 26 de maio de 2012

POLICIA DOS EUA DIZ QUE ENCONTROU RESPONSAVEL PELO SUMIÇO DE MENINO OCORRIDO EM 1979

Criminoso teria levado menino para porão nesse local
Hernandes disse que matou o garoto
No dia em que foi lembrado, em boa parte do mundo, o Dia Internacional da Criança Desaparecida, a Polícia de Nova Iork divulgou ter esclarecido o que aconteceu com Etan Paz, de seis anos, que sumiu em 1979. O caso gerou comoção e se tornou o símbolo da luta por encontrar desaparecidos nos Estados Unidos e no mundo todo. Na época do sumiço, a foto do garoto foi divulgada em caixas de leite, mas ele não foi encontrado. Na sexta-feira, como em várias partes do Brasil, foram largados, no Centro de Porto Alegre, balões com fotos de crianças desaparecidas. De acordo com a polícia, o homem detido em Nova Jersey confessou ter estrangulado a criança, perto da casa dela, em 1979.
Em entrevista coletiva, o delegado do Departamento de Polícia de Nova York, Raymond Kelly disse que o homem, identificado como Pedro Hernández, 51 anos, contou ter raptado o garoto numa loja do bairro Soho e o enforcado no porão de uma casa.

Etan, o desaparecido
Hernández, segundo a polícia, também assegurou ter colocado o corpo do garoto em uma caixa e depositado em lixo em Manhattan, mas alegou que, ao retornar mais tarde ao local, o corpo não estava mais lá. A polícia não divulgou o que teria levado o vendedor de lojas portorriquenho a cometer o crime.
Logo após ter sido detido, Hernandes foi internado em um hospital para ser submetido a uma avaliação psiquiátrica.
Etan foi atraído com promessa de receber doces do criminoso no primeiro dia que saíra de casa sozinho para ir à escola.
 Ao retomar as investigações sobre o caso, a polícia fez escavações no porão para onde o menino teria sido levado, mas o corpo não foi encontrado. A partir da movimentação na área, os investigadores receberam informações para a captura do homem que confessou o crime.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

BALÕES MARCAM DIA INTERNACIONAL DA CRIANÇA DESAPARECIDA

Peço licença ao jornal Correio do Povo para reproduzir aqui, matéria sobre a soltura de balões com fotos de crianças desaparecidas.

Alunos do Pão dos Pobres soltam balões para marcar o Dia Internacional da Criança Desaparecida/Foto Deca/Polícia Civil

 O céu de Porto Alegre foi tomado por balões com fotos de crianças e adolescentes desaparecidos nesta sexta-feira. A ação, que contou com 16 alunos da Fundação Pão dos Pobres, marcou as comemorações do Dia Internacional da Criança Desaparecida. A iniciativa foi realizada no pátio do Centro Integrado de Atendimento a Criança e ao Adolescente (Ciaca).  
   Os dados da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente Vítima (DPCAV) são preocupantes. O delegado Leandro Cantarelli Lisardo ressaltou que, de janeiro a abril deste ano, 1.684 jovens desapareceram na Capital. Deste total, 1.346 foram localizados pela polícia. No ano passado, a delegacia registrou o desaparecimento de 4.988 crianças e adolescentes
na cidade, dos quais 4.158 foram encontrados.
   Para Lisardo, o sumiço dos jovens está relacionado à violência doméstica, ao abuso sexual e a namoros, no caso das meninas, quando não são permitidos pela família. “Também temos casos relacionados a evasão de abrigo e drogas”, comenta. De acordo com o delegado, é necessário que haja uma mudança de comportamento dos pais na relação com os filhos.
   A diretora de Direitos Humanos e Cidadania da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos (SJDH), Tâmara Biolo Soares, explicou que o principal motivo do desaparecimento de crianças e de adolescentes no Rio Grande do Sul ainda é a violência na família. “São jovens que decidem fugir porque não suportam os casos de maus-tratos, quase que diários, dos pais, tios e padrastos”, salientou.
   A prevenção da violência na família deve ser discutida exaustivamente pelas autoridades que tratam da proteção dos direitos dos jovens, conforme a diretora. “Muitas vezes quando as crianças são encontradas, elas não querem voltar para suas casas porque temem a perpetuação dos maus-tratos e do abuso sexual”, acrescentou. De acordo com Tâmara, também são relatados casos de crianças que entram em rota de tráfico de pessoas ou de exploração sexual.
   Durante a cerimônia no Ciaca, o pedreiro Marcelo de Oliveira Chaves mostrou um cartaz com a foto do filho Paulo Ricardo Rosa Chaves, de 13 anos, que foi buscar a irmã na escola, na Lomba do Pinheiro, e sumiu no dia 13 de abril. O menino foi visto pela última vez na companhia de um jovem de 17 anos. A polícia investiga o caso. “A sensação de não ter notícias de um filho é terrível”, contou.
Fonte: Cláudio Isaías / Correio do Povo

quarta-feira, 23 de maio de 2012

BALÕES COM FOTOS DE CRIANÇAS DESAPARECIDAS SERÃO SOLTOS NA CAPITAL

Desaparecidos
Douglas Severo Martins
Uma parte do céu de Porto Alegre vai se encher de balões com fotos de meninos e meninas desaparecidas na próxima sexta-feira, dia 25. Para marcar o Dia Internacional de Crianças Desaparecidas, alunos do Instituto Pão dos Pobres vão soltar entre 20 e 30 balões às 11h na frente do Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca), localizado diante do Parque da Harmonia. A promoção é da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e se efetivará, ao mesmo tempo, em 27 Estados brasileiros. Esse ato simbólico também será feito em vários países.
  A data para marcar o trabalho de busca a crianças desaparecidas foi escolhida porque, em 25 de maio de 1979, um menino chamado Etan Patz, de seis anos, desapareceu a caminho da escola, em Nova Iork. Buscas foram feitas para tentar localizar o garoto, a polícia até indiciou um suspeito, mas Etan, até hoje não foi encontrado.  
     O desaparecimento de Etan foi o primeiro de vários casos de destaque que aconteceram nos Estados Unidos e que deu origem à colocação de imagens de crianças desaparecidas em embalagens de leite e, finalmente, ao Dia Internacional de Crianças Desaparecidas.
Gabriel Guimarães Nogueira
  Em Porto Alegre, o ato de soltar balões com fotografias de crianças desaparecidas é promovido pelo Departamento Estadual da Criança e do Adolescente, órgão vinculado à Polícia Civil. De acordo com o inspetor Jairton Pescador, da Delegacia de Polícia para a Criança e o Adolescente Vítima (DPACV), no dia 25 será lançado também o Cadastro Nacional de Desaparecidos.
     - O cadastro nacional é um pleito antigo para que possamos concentrar toda a pesquisa sobre o tema. Vai depender dos Estados a alimentação do cadastro – explicou Pescador nesta quarta feira para o blog Vidacuriosa.
 - Nesse mesmo dia, poderemos fortalecer a lembrança de que temos a Lei Federal 11.259, de 30 de dezembro de 2005, que instituiu a Busca Imediata – acrescentou o policial.
Júlia Cordeiro de Felipe

Conforme o inspetor Jairton Pescador, são registradas, a cada dia no Estado, em torno de oito ou nove ocorrências de desaparecimentos de crianças e adolescentes. Por ano, esse número atinge a cifra aproximada de 5 mil casos. A maioria dos desaparecidos retorna espontaneamente às suas casas  poucos dias depois de ter saído. Mas há casos de crianças desaparecidas, como o de Gabriel Guimarães Nogueira, que permanece um mistério há mais de 12 anos. Informações sobre crianças desaparecidas podem ser dadas pelos telefones 100 ou 0800-642-6400.
Júlia Cordeiro de Felipe
BarbaraThainá Pedroso da Rosa

quarta-feira, 16 de maio de 2012

COISAS QUE ACHO INCONVENIENTES NO FACEBOOK

Considero o Facebook uma ferramenta admirável. O que mais me fascina é a possibilidade de reencontrar amigos que se perderam naturalmente por aí. Notável também é a opção de se poder desfazer uma falsa amizade. Pensei muito  antes de colocar este post, mas não consegui guardar a ideia comigo. Acho que vou perder muitos “amigos”, mas azar. 
 Então vamos para a lista das coisas que eu não gosto:
    *Gente que dá dois passos e posta onde está, como se fosse importante contar o que está fazendo ou para onde se dirigiu. Dá vontade de comentar: e eu com isso?
     *Gente que curte seus próprios posts. Comentar tudo bem, mas, se postou é porque curte, ora.
     *Gente que marca encontro pelo facebook com uma ou duas pessoas. Por que me informar onde vocês irão se não me convidam? Se é um papo privado, por que não usam a mensagem, o e-mail ou o MSN? Dá vontade de comentar: E eu com isso?
     *Gente que repassa tudo o que recebe sem o menor discernimento, sem a menor preocupação se que é fake, plágio ou mentira.
     *Gente que se preocupa mais em mandar mais recados para quem acha que o odeia ou fala mal de si do que para os seus amigos. 
     *Gente que comete erros crassos e não está nem aí, sem lembrar que é mais fácil copiarem seus erros do que seus acertos.
     *Gente que se apropria de outras identidades no Facebook, aproveitando-se do prestígio alheio. O fake é alguém invejoso e que não tem talento nem luz própria. Ou é alguém apenas que gosta de fazer maldades.
*Gente que tem a compulsão de bater o recorde de amigos, mesmo sem conhecê-los e depois não se preocupa com eles. Adiciona apenas para satisfazer uma necessidade de mostrar popularidade ou fazer alguma propaganda.
     *Gente que faz apologia de drogas ilícitas ou lícitas, de violência, de crimes, achando que, com isso, será diferente e não ficará naquilo que chama de chata rotina, pasmaceira ou mediocridade.