domingo, 24 de junho de 2012

LUÍSA E A FLOR DA FORTUNA

Luiza com a flor da fortuna
Há cenas inesperadas na vida da gente que nos fortalecem para que possamos enfrentar com serenidade os momentos mais difíceis. Uma dessas coisas me aconteceu na sexta-feira. Caminhávamos a Luísa e eu, com o Raphael no colo, na sexta-feira, a caminho da escola e da creche dos meus netos, quando formos surpreendidos diante de uma floricultura existente a uma quadra de casa, no Bairro Medianeira. De dentro do estabelecimento, saiu um jardineiro com um vasinho de flor na mão. Ele entregou para a Luísa e falou: Feliz aniversário, Luísa! Parabéns! 
  Todos os dias, quando ela passava na frente da floricultura, ela baixava a cabeça e não falava nada, por timidez, quando o seu Luiz brincava, perguntando se ela estava braba ou alegre. Dessa vez, ela sorriu e disse: “obrigada”. 
      Fiquei igualmente feliz com esse gesto surpreendente, iniciativa do próprio jardineiro. Lembrei-me de que normalmente damos mais destaque para as coisas negativas que acontecem nas nossas vidas e pouco ligamos para fatos tão importantes como esse. Comentamos tanto sobre atos reprováveis praticados por uma minoria da população generalizando e achamos que o mundo está perdido. Esquecemos-nos de realçar os atos meritórios dos melhores seres humanos, aquelas atitudes que são tomadas sem a intenção de receber algo em troca. E que nos dão a certeza de que um mundo melhor é possível. Aquele vasinho com a flor Kalanchoe blosfeldiana, originária da África e conhecida também como a flor da fortuna, iluminou o sorriso da minha neta, que completava sete anos, e esse gesto certamente nunca irá sair da memória dela. Nem da minha.

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