segunda-feira, 27 de junho de 2011

MAIS COMENTÁRIOS SOBRE A CRASE

Não colocar sinal de crase onde existe é lamentável, mas pôr o acento grave onde não tem é pior ainda. Para ajudar nessa tarefa difícil, VidaCuriosa apresenta hoje casos nos quais não há existência de crase. É bom constatar a inexistência de contração de preposição a com artigo feminino a.

  1) Diante de palavra masculina. Exemplo: Em minha infância na Campanha, apreendi a andar a cavalo.
Atenção: Às vezes, há crase diante de palavra masculina mas é porque existe alguma palavra feminina oculta. Exemplo: Resolveu escrever à (moda) Luis Fernando Verissimo.
  2) Diante de verbo: Dediquei-me a viajar durante as férias.
  3) Diante de palavra no plural: Refiro-me a jogadas ensaiadas.
  4) Expressões de tratamento: Enviou mensagem a Sua Reverendíssima.
(Atenção para as exceções: dona e senhora. Entreguei o livro à Dona Maria (a a) para a Dona Maria) Enviei as cartas à senhora. (a a), para a senhora)
  5) Pronome pessoal: Entreguei o papel a ela.
  6) Pronomes indefinidos: Falarei isso a qualquer pessoa. A certa altura, ela começou a chorar.
  7) Pronomes demonstrativos: Fiz uma poesia a cada companheira de luta; nada se compara a esta vida.
Atenção para as exceções: Fiz elogios àquela atriz, àquele cantor, àqueles artistas. O motivo é a contração da preposição a com a inicial a desses demonstrativos.
 8) Artigo indefinido: Chegamos a uma boa conclusão. (Não confundir com "Chegamos à uma (1h) da manhã e saímos às duas.(a a uma). Nesse caso, há artigo diante da palavra feminina uma, que é numeral.)
9) Depois de preposição: Falaremos perante a Justiça. O crime aconteceu após a festa.
  Mais uma dica: sempre que aparecer a palavra devido, seguida de palavra feminina, muita atenção porque provavelmente é caso de crase. Veja sempre se há preposição e artigo. Devido à crise, aumentou o desemprego. (Se passando para o masculino der devido ao é porque há crase) No caso de "devido a uma crise", não há por causa desse artigo indefinido aí (número 8).

Outra dica: para saber se o "a" é preposição ou artigo, é importante examinar o verbo. Se ele for transitivo direto, o a é artigo. Se for transitivo indireto requer preposição. Exemplo: O carteiro entregou a correspondência (sem crase). O carteiro recebeu a correspondência e a entregou à professora (com crase).


Mais adiante pretendo colocar mais posts sobre crase.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

CRASE, ESSA INCOMPREENDIDA

O poeta Ferreira Gullar criou uma bela frase em 1955: a crase não foi feita para humilhar ninguém. É verdade, não foi feita para isso. Mas que humilha, humilha. Tem gente que, por não ter conhecimento da ortografia nem vontade de aprender, gostaria de acabar com a crase. Seria o mesmo que, por não saber conjugar os verbos, eliminar as conjugações e escrever tudo do jeito que quiser, como aliás grande parte da população está fazendo. Depois não entendem o que leem, não conseguem se comunicar por escrito e culpam os gramáticos de não acompanharem a evolução do linguajar do povo.
   Já presenciei grandes gafes e até erros por falta de entendimento em bilhetes e até edições de jornais com textos errados. Ninguém é perfeito, erros acontecem. Mas só o estudo da gramática e a leitura de bons textos são capazes de proporcionar uma forma correta de escrever. Além disso, é importante ter muita atenção na hora de finalizar. É provável que, neste texto, o amigo internauta encontre algum erro. Se isso acontecer, agradecerei pelo alerta.
  O poeta Mario Quintana dizia que, quando o leitor não entende o que o autor quis dizer com o que disse, um dos dois é burro. Eu me atrevo a acrescentar: ou os dois.
   Admito que reconhecer casos de crase não é tão fácil como fritar um ovo. Há quem tenha tanta dificuldade que até gostaria de ver extinto esse sinal gráfico. Foi o caso de um deputado paulista, já falecido, que chegou a propor a retirada da crase da gramática brasileira. Alegou que era um sinal já esquecido pelo povo. Foi tão criticado que acabou voltando atrás.
   Em 1988, comecei a estudar a crase. Hoje, considero-me um razoável conhecedor do tema. O problema é que há divergências entre filólogos a respeito de diversos casos. Alguns acham que a crase pode servir para evitar situações dúbias. Eu sigo aqueles que entendem que, se existe contração de artigo com preposição, há caso de crase. Caso contrário não.
   Na semana passada, uma revista nacional apresentou uma seção com o seguinte título: Bê-à-bá do economês. Acredito que o jornalista que titulou pensou em algo que vai do Bê até a Bá, mas, na verdade, Bê-á-Bá é uma expressão que deriva da soletração B A=BÁ. São, portanto, três palavras com uma única sílaba: Bê, Á e Bá. As três levam acento agudo porque são oxítonas terminadas em a.
  Para exemplificar a importância da crase no entendimento das frases, apresento um trocadilho criado há mais de 30 anos por Paulo Ricardo Stefaniak, um colega da faculdade de jornalismo da Ufrgs. Nunca mais o vi e acho que hoje deve estar desempenhando uma função ligada à área jurídica já que também cursou Direito. As frases são as seguintes:


Os autos do processo dão marcha a ré.
Os autos do processo dão marcha à ré.

Na primeira versão, sem crase, significa que o processo não está evoluindo e, pelo contrário, está indo incompreensivelmente para trás.
Na segunda versão, com crase, significa que a acusada está sendo beneficiada.
Em um próximo post, colocarei partes de um trabalho que elaborei sobre a crase após anos de estudos com base em livros e jornais. Outro detalhe que descobri é que, com o acordo ortográfico de 8 de dezembro de 1945, o sinal gráfico da crase, que era indicado por um acento agudo (á) foi substituído pelo acento grave (à). Seguirei pesquisando para descobrir em qual momento histórico foi criada a figura da crase.

sábado, 18 de junho de 2011

A CONFUSÃO DOS FUSCAS AMARELOS

Os carros eram como esse aí
Nico Fagundes é uma figura. Entre muitas outras coisas, foi presidente do Instituto de Tradição e Folclore do Estado, escreveu vários livros, foi ator de cinema gaudério e é o autor da letra do Canto Alegretense, criado com o irmão dele, o Bagre. Apresenta o programa Galpão Crioulo, na RBSTV, há 29 anos. Na Zero Hora, mantém uma coluna sobre tradicionalismo também há muito tempo. Não dá pra contar aqui tudo o que fez ou faz. Antônio Augusto superou grave doença e segue trabalhando. Nos anos 90, tinha um fusca amarelo.
Jorge Euclides dos Santos, que trabalhava no laboratório de fotografia de Zero Hora naquela mesma época, também é uma figura. Hoje está aposentado e faz frilas em fotografia. Todo mundo o conhecia na empresa como Caçapava, apelido que ganhou por ter semelhança física com o centromédio que compunha o meio campo do Inter com Batista e Falcão. Caçapava, o laboratorista, tinha um fusca amarelo.
   Um dia, Nico ligou para o mecânico e o autorizou a buscar o automóvel dele no estacionamento de Zero Hora para consertá-lo. Disse lá o problema que havia e pediu que ligasse quando o serviço ficasse pronto. Queria urgência.
   Caçapava ambicionava muito consertar o seu carrinho, que estava precisando mesmo de vários reparos. Mas a grana estava curta. Assim que pudesse, daria uma guaribada nele. Naquele mesmo dia, ao sair do trabalho, não viu seu fusca amarelo no estacionamento.
– Assim não dá! Além de tudo, ainda me levam o carro – lamentou, já se preparando para registrar o furto na polícia.
  No dia seguinte, Nico recebeu uma ligação do mecânico:
- Seu fusca tá pronto, seu Nico!
- Mas como? Se o carro ainda está no estacionamento?
Foi então que o mecânico percebeu a trapalhada que fizera e amaldiçoou a fábrica que permitiu a uma mesma chave abrir e ligar dois carros. Havia pego o carrinho errado. Sorte do Caçapava, que ganhou o conserto de graça.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A MANCADA DA PROFESSORA

Você já cometeu gafes? Acredito que sim. Mas não deve ter chegado perto do que aconteceu com uma professora de Bagé. Foi forte mesmo. Tão constrangedor que ela teve de se mudar da cidade.
Foi assim:
Depois de chegar da escola, em uma sexta-feira, ela deparou com um problema na pia. Como é chato um vazamento. Além de molhar a cozinha ainda deixa aquele barulho irritante: tique, tique, tique. O marido prometeu solucionar o caso no dia seguinte. E eles se concentraram em algo mais agradável, relaxante, reconfortante.
No dia seguinte, ao acordar, notou que o lado direito da cama estava vazio. Foi à cozinha e viu o homem, com o corpo para dentro do balcão sob a pia, pernas para fora, consertando o vazamento. Para fazer o conserto, pensou ela, ainda bem que ele vestia aquelas calças que já não usava mais. Ela não teve dúvidas. Chegou pé por pé e enfiou a mão entre as pernas do homem, ao mesmo tempo, em que perguntava:
– Cadê as minhas bolinhas?
 Quando ele saiu debaixo da pia, ela empalideceu. Não era o esposo. Era o encanador, que tinha ganhado recentemente algumas roupas doadas pelo marido dela e havia sido contratado de manhã para consertar a pia.
Morais da história: se for doar suas roupas usadas, avise a sua mulher. E, ao contratar encanador, escolha um que não seja fofoqueiro.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

OS CRAQUES DE FUTEBOL E AS MÚSICAS QUE OS HOMENAGEIAM

                                                                                        Atualizado em 19/7/2011
       Depois da origem dos nomes dos clubes de futebol, apresentamos agora, alguns dos craques brasileiros para os quais foram feitas músicas. Mais jogadores mereciam estar nesta pesquisa, mas preferi deixar só estes para o post não ficar muito longo, o que prejudicaria a leitura.
                                                 

                     PELÉ
 O Rei do Futebol Mundial

Quando um jogador fizer, se é que conseguirá, 1.282 gols em sua carreira e for tricampeão mundial, poder-se-á então, começar a discutir se ele foi melhor do que Edson Arantes do Nascimento, o Pelé. Para isso, terá de ter sido o futebolista do seu século, como Pelé o foi em 1999, eleito pela International Federation of Football History e Statics. Ou o Atleta do Século de Todos os Esportes, como foi em 15 de maio de 1981 pelo jornal francês Le Equipe. Em 2000, foi eleito pela Fifa como o jogador de futebol do Século XX. Além disso, ganhou três copas do Mundo (1958, 1962 e 1970) pela seleção brasileira, bicampeão mundial pelo Santos, campeão de duas Libertadores também pelo clube santista.
Edson nasceu em 23 de outubro de 1940 em Três Corações (MG), filho de João Ramos do Nascimento, o também jogador de futebol Dondinho, e de Maria Celeste. O nome teria sido uma homenagem ao inventor norte-americano Thomas Alva Edison. Já o apelido Pelé teria se originado da alcunha de um goleiro, amigo de seu pai, chamado Bilé. Ainda pequeno, como não conseguia dizer o nome correto do jogador, acabava pronunciando Pilé e acabou ganhando esse apelido que derivou para Pelé.
Em 1945, Pelé mudou-se com a família para Bauru (SP). Com 11 anos jogava em um time juvenil chamado Canto do Rio. Apoiado pelo pai, criou seu próprio time, que batizou de Sete de Setembro. Jogou depois no time juvenil do Bauru Atlético Club. Das iniciais BAC surgiu o apelido de Baquinho. Foi então que o jogador e treinador Valdemar de Brito o levou para treinar no Santos. Aí começou a carreira vertiginosa que resultou nos títulos mencionados no início desta história. Pelé parou de jogar duas vezes. A primeira, aos 37 anos, em 1974, quando estava no Santos. A segunda em 1977, quando estava no Kosmos de Nova York. De 1995 a 1998, Pelé foi ministro dos Esportes no governo Fernando Henrique.
Vídeo: música Deus Negro, autoria de Cecílio José Carneiro


                      
     GARRINCHA,                     
      A Alegria do Povo
Manoel Francisco dos Santos, o Garrincha, foi, depois de Pelé, o jogador que mais valorizou um ingresso de futebol. Brilhante na arte do drible, do cruzamento e da complementação do gol, teve uma história inesquecível. Nasceu em 18 de outubro de 1933, no distrito de Pau Grande, do município fluminense de Magé. Em sua infância, gostava de caçar passarinhos e ganhou, da irmã, o apelido de uma dessas aves. Conforme Ruy Castro, ele teria ficado com as pernas tortas devido por ter sofrido de poliomielite.
Seu primeiro clube foi o Esporte Clube Pau Grande, quando tinha 14 anos. Depois passou pelo Serrano, de Petrópolis e dali foi para o Botafogo de Futebol e Regatas. Contam historiadores e desportistas que, no primeiro treino, ele encheu de dribles o já famoso lateral esquerdo Nilton Santos.
   Garrincha jogou por 13 anos no Botafogo a partir de 1953. Também jogou um ano no Corinthians Paulista (66) e no Flamengo (1969), no Olaria e na Seleção Brasileira de 1957 a 1966, quando foi campeão mundial em 1958 e 1962. Também atuou no Atlético Junior, da Colômbia. Também disputou uma partida pelo Novo Hamburgo, em 2 de junho de 1969, outra pelo Alecrim de Natal e outra pelo Fortaleza (CE).
Na vida pessoal teve oito filhas com a primeira namorada Nair. Depois de se separar, casou com a cantora Elza Soares, com quem viveu por 15 anos. Os dois tiveram um filho, Manoel Garrincha dos Santos Junior, que morreu em um acidente de carro. Teve dois filhos fora do casamento, um no Brasil e outro na Suécia.
Garrincha morreu em 20 de janeiro de 1983 devido à cirrose (doença no fígado).
Vídeo: Balada do Nº 7, composição de Alberto Luiz, na voz de Moacir Franco



  RONALDO NAZÁRIO
  O Fenômeno
Ronaldo Luís Nazário de Lima, nasceu no bairro de Bento Ribeiro, na cidade do Rio de Janeiro em 22 de setembro de 1976. Ele queria treinar no Flamengo, mas não tinha dinheiro para as passagens e foi então treinar no São Cristóvão. Jairzinho, o Furacão da Copa, o viu jogando e pagou 10 mil dólares pelo seu passe e o revendeu para o Cruzeiro de Minas, onde estreou, com 16 anos, em 1993. Naquele ano, participou da seleção brasileira sub17. Em 1994, foi contratado pelo PSV Endoven, da Holanda, onde marcou 54 gols em 57 partidas. Em 1996, foi para o Barcelona, da Espanha, onde ganhou o apelido de Fenômeno e acabou escolhido pela primeira vez o melhor jogador do mundo daquele ano. Na Inter de Milão, em 1997, fez 14 gols em 19 jogos e foi eleito melhor jogador do mundo, pela segunda vez. Em 1998, sofreu uma convulsão pouco antes da final da Copa do Mundo. em 2000, ficou oito meses parado devido a uma lesão no joelho direito. Em 2002, foi pentacampeão do mundo pela seleção brasileira e saiu da Inter e foi para o Real Madrid. No final do ano, foi eleito o melhor jogador do mundo pela terceira vez. Em 2007, jogou no Milan. Com hipotireoidismo, começou a engordar. Além disso, sofreu nova lesão grave. Em dezembro de 2008, foi contratado pelo Corinthians, onde foi campeão paulista. Em 14 de fevereiro de 2011, anunciou sua aposentadoria e afirmou: Perdi para o meu corpo. Ronaldo foi o maior artilheiro de Copas do Mundo com 15 gols, em quatro edições (94, 98, 2002 e 2006).
Em 7 de junho de 2011, Ronaldo fez seu jogo de despedida atuando por 15 minutos pela Seleção Brasileira na vitória de 1 a 0 em amistoso contra a Holanda.
Vídeo: música Sou Ronaldo, parceria de Marcelo D2 e Bruno Mauriti
                            FIO MARAVILHA
                            Famoso pela música

O nome João Batista Sales não chama a atenção de ninguém. Mas o apelido dele é conhecido por muita gente: Fio Maravilha. Esse jogador ficou famoso não apenas pelo seu futebol, mas pela música feita para ele por Jorge Ben (antes de acrescentar o outro Jor no nome por recomendação da numerologia). Fio começou sua carreira de jogador no Flamengo, aos 15 anos. Ganhou esse apelido após fazer um gol na vitória de 3 a 2 do time carioca sobre o Benfica de Portugal. Fio jogou também no Paissandu (PA), Ceub (DF), Desportiva (ES) e São Cristóvão (RJ). Na década de 80 foi para os Estados Unidos onde vive até hoje, onde trabalha como entregador de pizza em San Francisco.
Em 1972 Jorge Ben fez uma música para ele chamada Fio Maravilha, que era cantada não só por toda a torcida flamenguista, como pelos ouvintes de rádio no Brasil inteiro. Anos depois, sugestionado por um advogado, Fio entrou na Justiça contra Jorge, exigindo dinheiro pelo uso do nome. Jorge Ben foi obrigado a trocar a letra da música passando para "Filho Maravilha". Em 2007, Fio disse em entrevista ao Fantástico que tudo foi um mal entendido e pediu que Jorge, agora Benjor, voltasse a cantar a música com o nome dele. No ano passado, 22 anos depois, em entrevista ao Esporte Espetacular, Fio voltou a pedir a Jorge Benjor que cantasse Fio Maravilha. E o grande Jorge cantou. E perdoou o ingrato jogador.

Vídeo: música de Jorge Ben (versão Filho Maravilha)

                       ROMÁRIO
                                   Ele é o cara
Romário de Souza Faria é o jogador mais marrento da história do futebol brasileiro, quiçá mundial. Além dos gols maravilhosos, costumava brindar aos repórteres e torcedores frases memoráveis. "Quando eu nasci, Papai do céu olhou lá de cima e disse: "esse é o cara.
Nascido no dia 29 de janeiro de 1966 na comunidade do Jacarezinho, de onde saiu aos três anos para morar no bairro da Penha, Romário. Lá jogou no Estrelinha, time fundado por seu pai, Edevair de Souza Faria. Seu primeiro clube profissional foi o Vasco, onde estreou em 1985.
Em 1988, participou da Olímpiada de Seul e foi o artilheiro da competição com seis gols. No mesmo ano foi contratado pelo PSV Eindhoven, da Holanda. Romário foi o terceiro maior artilheiro da seleção brasileira, com 55 gols marcados. Foi campeão do mundo em 1994. Nesse mesmo ano, quando jogava pelo Barcelona, da Espanha, foi eleito o melhor jogador do mundo da temporada. Em 1995, foi contratado pelo Flamengo, no ano do centenário do clube carioca. Depois foi para o Valencia da Espanha e voltou em 1997 para o Flamengo. Ele viria a jogar no Vasco, Fluminense, Quatar (Al Saad), Miami (Estados Unidos). Em 20 de maio de 2007, alcançou a marca dos mil gols marcados na carreira, em um jogo pelo Vasco contra o Sport. Sua despedida do futebol aconteceu em 14 de abril de 2008. No ano seguinte, Romário elegeu-se deputado federal pelo Rio, pelo PSB.
 Sobre as frases do marrento, as mais famosas são: "Pelé calado é um poeta" (sobre a opinião do Rei de que ele, Romário deveria encerrar a carreira em 2005)" A corte está completa no Rio. Já temos o Rei, o príncipe e agora o bobo", para Edmundo durante uma discussão pela imprensa.
Vídeo: Romário por Tom Cavalcante


FALCÃO
O Rei de Roma                                            
Filho do motorista de caminhão Bento Falcão e da costureira Azize, Paulo Roberto Falcão nasceu em Abelardo Luz (SC) em 16 de outubro de 1963. Ele tomou contato com a bola em jogos de várzeas de Canoas para onde a família se mudou nos anos 60. Com 11 anos, Falcão vendia garrafas vazias para custear a passagem até o campo de treino do Internacional, onde começou a jogar. Aos 18, tornou-se jogador profissional com o técnico Dino Sani, após participar da seleção olímpica do Brasil nos Jogos de Munique (1972).
Falcão conquistou cinco títulos regionais (73,74,75,76 e 78) e três campeonatos brasileiros pelo Inter, no qual jogou por 16 anos. Em 1982, disputou a Copa do Mundo da Espanha. Antes disso, foi para a Itália onde comandou a conquista do scudetto de 1983/84 que o Roma não ganhava havia 42 anos. Lá, foi apelidado de O Oitavo Rei de Roma. Em 1985 voltou para o Brasil onde ajudou o São Paulo a ser campeão paulista naquele ano. Participou da Copa do Mundo de 1986, no México e encerrou sua carreira. Em 1991, estreou como treinador, dirigindo a Seleção Brasileira. Depois, treinou o América do México, o Internacional de Porto Alegre e a seleção japonesa. Em 1995, foi comentarista esportivo da RBS e em 1996, da Rede Globo. Em 2011, voltou a treinar o Internacional, onde conquistou o título de campeão gaúcho. Ficou no clube de 11 de abril a 18 de julho, quando foi dispensado.
Vídeo: música gravada por Jorge Ben em 1983


    RONALDINHO GAÚCHO             http://youtu.be/pkG7DG2fU60
                                                                                                                    
Nascido em Porto Alegre, em 21 de março de 1980, Ronaldo de Assis Moreira começou a jogador futebol aos sete anos de idade. Chegou ao ápice de sua carreira ao ser escolhido como melhor jogador do mundo do ano de 2004 e 2005. Aos oito anos, perdeu o pai, que se afogou na piscina da casa comprada pelo irmão de Ronaldinho, Roberto de Assis Moreira, o Assis, que jogava no Grêmio.
Foi na escolhinha de futebol do Grêmio que Ronaldinho começou a mostrar seu estupendo futebol, caracterizado pela facilidade com que driblava e fazia gols. O primeiro jogo como profissional seria na Copa Libertadores da América, em 1998. Na final do campeonato gaúcho de 1999, vencido pelo Grêmio, deixou sua marca ao dar um balãozinho no então jogador do Inter Dunga, que viria a ser treinador da Seleção Brasileira. Naquele ano, Ronaldinho foi convocado para a Seleção pelo técnico Vanderlei Luxemburgo.
Em 2001, sem o aval do Grêmio, Ronaldinho assinou um pré-contrato em sigilo com o Paris Saint German, da França, e vai jogar no Exterior, sem o clube gaúcho receber qualquer contrapartida pelo passe. Uma disputa judicial entre o clube francês e o Brasileiro fez o crack ficar sem atuar durante meses.

Depois de jogar a Copa do Mundo de 2002, Ronaldinho foi contratado pelo Barcelona, da Espanha, onde ficou até 2008. quando se transferiu para o Milan, da Itália. Em 10 de janeiro de 2011, depois de ser o centro de um leilão do qual participaram Grêmio, Palmeiras e Flamengo, Ronaldinho terminou acertando-se com o clube carioca.

Vídeo: música do grupo Jeito Moleque (obs: não consegui baixar do youtube)

Fontes: wikipédia,YouTube, livros Estrela Solitária - A história de um Brasileiro chamado Garricha, de Rui Castro, e Histórias da Bola, de Paulo Roberto Falcão em depoimento ao jornalista Nilson Souza.


Veja também: "a origem dos nomes dos clubes mais importantes do futebol brasileiro" em  http://migre.me/8knYu

domingo, 5 de junho de 2011

UMA ANTIGA HISTÓRIA DE PLÁGIO

No post anterior, comentei o desrespeito de certos blogueiros que copiam textos alheios e não dão o devido crédito. Lembrei-me, depois, que não é de agora a minha indignação com os larápios de autoria. Há 25 anos, quando não existia computador nas redações gaúchas, flagrei um plágio lamentável.
Foi assim:
  Não me recordo bem em que ano foi. Lembro apenas que a empresa instituiu um concurso de poesia para os funcionários. Daí que muitos colegas participaram. Um dia, saiu o resultado pregado no grande quadro verde. Fui olhar e estranhei o trabalho que ficou em seguindo lugar. O título era a Conta e o Tempo. Fui ver o texto e aumentou ainda mais a minha desconfiança de que não era inédito: Deus me pede estrita conta do meu tempo. "Já li essa poesia, não me lembro onde", pensei comigo.
   Mas como confirmar isso em uma era na qual nem se pensava em Google ou na expressão "entrar com busca" ou "control f"? Enquanto me dirigia à Biblioteca Pública do Estado, fui matutando: qual seria o nome do autor? Até que me veio à mente pelo menos o sobrenome dele: Rabelo. Aí já me dava uma luz. Ao pesquisar o sobrenome Rabelo entre os autores, deparei com Laurindo Rabelo. Eureka! Mandei vir um livro dele e, sofregamente, passei às páginas dos poemas. Até que... tchanchanchanchan! Lá estava a seguinte poesia:


Deus pede estrita conta de meu tempo,
É forçoso do tempo já dar conta;
Mas, como dar sem tempo tanta conta,
Eu que gastei sem conta tanto tempo?
Para ter minha conta feita a tempo
Dado me foi bem tempo e não foi conta.
Não quis sobrando tempo fazer conta,
Quero hoje fazer conta e falta tempo.
Oh! vós que tendes tempo sem ter conta
Não gasteis esse tempo em passatempo:
Cuidai enquanto é tempo em fazer conta.
Mas, oh! se os que contam com seu tempo
Fizessem desse tempo alguma conta,
Não choravam como eu o não ter tempo.


Aí tirei xerox da página e a colei no quadro verde ao lado do outro texto com a pergunta: afinal, quem é o autor?
O colega ficou envergonhado. Alegou que a irmã dele havia entregue a poesia para que participasse do concurso. Apesar disso, o concurso não foi anulado.
Nesta semana, consultando a Internet, fiquei ainda intrigado. A maioria dos sites e blogs atribui essa poesia ao poeta carioca Laurindo Rabelo (*8/7/1826-+28/9/1864). Mas achei também quem creditasse o poema ao frade português Antônio das Chagas (*25/6/1631-+20/10-1682). Estou tentando decifrar esse enigma. Foi só um erro de internautas ou Rabelo plagiou o frei?

sexta-feira, 3 de junho de 2011

UM BELO TEXTO E O RESPEITO AO CRÉDITO

Uma das coisas que me deixam chateado na Internet é o desrespeito com a autoria. Tem muita gente que se empolga com determinado texto, copia dos livros ou faz control C e digita ou faz control V sem se preocupar em dar os créditos. Daí vão passando para amigos, conhecidos e até desconhecidos. Sem saber de quem é a autoria, vão reproduzindo o desrespeito.
Um exemplo disso é a excelente crônica de Luis Fernando Veríssimo sobre as regras do futebol de rua. Conferi esse texto na internet e vi um grande número de blogs que não se dignam a pôr o nome do autor. Há também alguns que creditam corretamente. É o que faço a seguir. O texto é ótimo e todo mundo merece ter acesso, mas, por favor, vamos respeitar quem cria.

                       AS 10 REGRAS DO FUTEBOL DE RUA
1. A BOLA
A bola pode ser qualquer coisa remotamente esférica. Até uma bola de futebol serve. No desespero, usa-se qualquer coisa que role, como uma pedra, uma lata vazia ou a merendeira do irmão menor.
2. O GOL
O gol pode ser feito com o que estiver à mão: tijolos, paralelepípedos, camisas emboladas, chinelos, os livros da escola e até o seu irmão menor.
3. O CAMPO
O campo pode ser só até o fio da calçada, calçada e rua, rua e a calçada do outro lado e, nos grandes clássicos, o quarteirão inteiro.
4. DURAÇÃO DO JOGO
O jogo normalmente vira 5 e termina 10, pode durar até a mãe do dono da bola chamar ou escurecer. O que vier primeiro. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia.
5. FORMAÇÃO DOS TIMES
Varia de três a 70 jogadores de cada lado. Ruim vai para o gol. Perneta joga na ponta, esquerda ou a direita, dependendo da perna que faltar. De óculos é meia-armador, para evitar os choques. Gordo é beque.
6. O JUIZ
Não tem juiz.
7. AS INTERRUPÇÕES
No futebol de rua, a partida só pode ser paralisada em três eventualidades:
Se a bola entrar por uma janela. Neste caso os jogadores devem esperar 10 minutos pela devolução voluntária da bola. Se isso não ocorrer, os jogadores devem designar voluntários para bater na porta da casa e solicitar a devolução, primeiro com bons modos e depois com ameaças de depredação.
Quando passar na rua qualquer garota gostosa.
Quando passarem veículos pesados. De ônibus para cima. Bicicletas e Fusquinhas podem ser chutados junto com a bola e, se entrar, é gol.
8. AS SUBSTITUIÇÕES
São permitidas substituições nos casos de:
Um jogador ser carregado para casa pela orelha para fazer lição.
Jogador que arrancou o tampão do dedão do pé. Porém, nestes casos, o mesmo acaba voltando à partida após utilizar aquela água santa da torneira do quintal de alguém.
Em caso de atropelamento.
9. AS PENALIDADES
A única falta prevista nas regras do futebol de rua é atirar o adversário dentro do bueiro.
Os casos de litígio serão resolvidos na porrada, prevalece o mais forte e quem pegar uma pedra antes.
10. A JUSTIÇA ESPORTIVA
Os casos de litígio serão resolvidos na porrada.
Crônica de Luis Fernando Verissimo: Crônicas 6, sétimo volume da coleção "Para Gostar de Ler"