sexta-feira, 29 de maio de 2015

UMA CHARADA NA MADRUGADA

Ali fora, do outro lado da janela, o breu e o silêncio me anunciam que é hora de cerrar as cortinas dos meus olhos e mergulhar também nas trevas reparadoras de energias, na pausa que o corpo dá para o espírito, recolhendo-se ao box do descanso para permitir que a alma saia em suas caminhadas notívagas e que, de manhã, retorne contando algumas histórias e omitindo outras. Antes que isso aconteça, deixo aos lobos e lobas da madrugada, mais uma bobagem para distrair os olhos e mexer com os neurônios.



    Por que motivo um automóvel só consegue entrar até a metade do Viaduto da Conceição, em Porto Alegre no horário das 18h?


Resposta mais tarde nos comentários.

sábado, 23 de maio de 2015

REFLEXÃO DE IMAGEM

Para descrever bela foto,
de mil palavras preciso,
de verbos, adjetivos,
advérbios, substantivos,
predicados, conjunções,
figuras de linguagem,
adjuntos, locuções. 
Para a boa foto jornalística
não preciso de tantas não,
desde de que entre elas
estejam as que me respondem
o que, o quando, o onde
o como e o porquê.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

PARA O ESCRITOR EDUARDO GALEANO

Uma singela homenagem e um agradecimento ao uruguaio Eduardo Galeano, que foi trocar ideias com o Mario Quintana no dia 13 de abril passado
"Ele sempre foi curioso. Ao conhecer o mar, ainda menino, forçou os olhos o mais que pôde para ver melhor aquela imensidão toda. Ao mesmo tempo, sentiu vontade de largar a mão do pai e sair correndo...de volta para casa. Queria urgentemente abrir a enciclopédia para descobrir quem vivia no outro lado da margem."

DA SÉRIE "PIADA VELHA É QUE FAZ RISADA BOA"

Esta é uma das primeiras piadas que ouvi, contada pela minha tia-avó Orphila, lá pela metade dos anos 60. 
A bela jovem, sentada ao piado, passava os lânguidos dedos sobre as teclas enquanto aguardava a chegada do namorado. De repente, suspendeu um lado do calipígio e soltou um gracioso pum, suspirando:
- Ai, que alívio!
Mais algumas notas musicais, e um novo flato.
- Ai, que alivio!
Voltou-se para as teclas, caprichou na melodia romântica e misturou-a ao som de um novo, e, desta vez, sonoro pum.
Nem bem os sons terminavam de ecoar pela sala quando olhou para trás e viu seu amado de pé, em silêncio, fisionomia marota, contemplando-a. Ruborizada, perguntou, temendo pela resposta:
- Há quanto tempo estás aí?
E ele:
- Desde o primeiro alívio!

MORRE O MAIOR DOS PLANTÕES ESPORTIVOS DO RÁDIO DO RIO GRANDE DO SUL

Por instantes, meu coração parou ao ler o post do Davison Silveira no Facebook. Até este momento, eu ainda não sabia que a bola tinha parado para Antônio Augusto, o plantão esportivo que marcou época na Rádio Gaúcha. Onde? Em Porto Alegre, parou o coração do grande plantão esportivo Antônio Augusto dos Santos, o Totonho, de 77 anos, de acidente vascular cerebral. O velório se inicia às 14h na capela B do Cemitério Evangélico.

Muitas lembranças desse meu ex-colega da Rádio Guaíba me veem à memória. Lembro-me também da entrevista dele que publiquei no meu também já falecido jornal Microfone, o Jornal do Rádio, com edição magnífica do Nilson Souza e belas fotos do Jurandir Silveira.

Chamado por uns de Totonho, por outros bem-humoradamente de Onça, foi o maior dos plantões esportivos do Rio Grande do Sul. Nascido em Marcelino Ramos, em 1937, começou sua carreira, em Porto Alegre, na Rádio Difusora como setorista do Cruzeiro,.no Programa Parada Esportiva F-9. Um ano após, criou o plantão esportivo. Em 1964, foi para a Rádio Farroupilha, com as duas funções: setorista do Cruzeiro e plantão esportivo.

Em 1969, foi para a Empresa Jornalística Caldas Júnior, onde trabalhou na Central do Interior e nos jornais Folha da Tarde e Folha Esportiva. Chegou à Rádio Guaíba em 1971, fazendo o programa de plantão da 0h à 0h10min, que acabou antecipando a pedido de pilotos da Varig em Nova York, que sintonizavam a Guaíba pelas ondas curtas – e que saíam do ar justamente à meia-noite. Depois, o programa começou às 23h30min e, mais adiante, às 23h. Ainda criou o espaço de loterias às 11h45min e o quadro “A Bola Parou” às 17h45min. Em 1963, foi para a Rádio Gaúcha, de onde saiu por divergências com a direção da RBS, ainda que Pedro Ernesto Denardin e Flávio Dutra, do departamento de esportes tivessem tentado em vão fazê-lo reconsiderar. Regressou em 1985 à Caldas Junior, a convite de Lasier Martins e cobriu a Copa do Mundo de 1982, viajando para o México. Após a Copa, foi para a Rádio Bandeirantes, novo nome da Difusora. Saiu por divergências com o diretor da época que não queria que fossem rodados gols com som gerado de outras emissoras.

Antônio Augusto foi para a Rádio Pampa em 1989 e voltou, mais uma vez para a Rádio Guaíba, em 1991. Alguns anos depois, saiu da rádio e ficou só na TV Bandeirantes, com Rogério Amaral.

Depois, seguiu à frente do programa “Plantão das Multidões” todas as noites, das 10h à meia-noite. Após o fim do departamento de esportes da Rádio Pampa, em 2007, Totonho mudou o tom do seu programa e vestiu de vez a camisa do seu clube de coração, o Tricolor, tornando-o uma tribuna aberta sobre as coisas do dia-a-dia gremista.

Em 1983, foi personagem da página central de o Microfone, o Jornal do Rádio, na seção Os Nomes Ilustres do Rádio do RGS, com textos e edição de Nilson Souza e fotos de Jurandir Silveira, como esta que acompanha este post. Nilson desenhou uma página como se fosse um cartão da loteria esportiva, assunto do qual Antonio Augusto era especialista, Vai em paz, Antônio Augusto. Teu público nunca te esquecerá. A bola nunca vai parar.

Com informações do blog https://radioamantes.wordpress.com