sábado, 29 de agosto de 2020

JORNALISTA FLÁVIO PORTELLA MORRE AOS 55 ANOS


 Morreu na quinta-feira, em Porto Alegre, o jornalista Flávio Wornicov Portela. Ultimamente o jornalista,  que estava com 55 anos de idade e iria completar 56 em 2 de setembro, atuava como coordenador de comunicação do Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul. Portela sofreu um ataque cardíaco, foi levado ao Instituto de Cardiologia e não resistiu.
 Formado em comunicação social e jornalimo pela Famecos, Flávio Portela foi redator de notícias, editor e gerente de Jornalismo na Rádio Gaúcha. Foi gerente de jornalismo na rádio Guaíba. De 1997 a 2008, foi chefe de reportagem do Correio do Povo. Atuou também como apresentador de programa na TV2 Guaíba, que depois passou a ser Recors TV RS. Deixa a esposa, Maria  Inês Mölllman e os filhos Maria Angélica e Guilherme.
 


sábado, 22 de agosto de 2020

O AMIGOMEU E O BINÓCULO

 

O Amigomeu é uma figura. Um primo meu de Porto Alegre apareceu um dia lá nos Campos do Seival com um binóculo bem moderno e superpotente. Amigomeu tinha uns dez anos e ficou extasiado diante daquela maravilhosa tecnologia. Ele já tinha ficado dois dias sem parar olhando funcionar a máquina de debulhar milho a manivela. Imaginem, dizia e repetia, entra uma espiga inteira por um buraco, a gente dá manivela e sai nos outros dois buracos, separados, os grãos de milho e o sabugo.

Voltando ao binóculo, Amigomeu passou a manhã inteira olhando a propriedade. Viu lá longe, num canto, o alambrado com defeito, viu passarinhos comendo piolhos no lombo das vacas, viu os quero-queros voando e fazendo alarido em um lado pra não descobrirem que o ninho estava para outro. Viu preás caminhando pelas estradinhas do campo. Viu perdizes andando no chão e voando subitamente num voo curto ao pereceberem a aproximação de alguém.

E então o meu primo comentou com ele:

- Este equipamento é tão fantástico que traz a pessoa pra pertinho da gente.

  Amigomeu arregalou os olhos, pegou o binóculo e focou la longe, na beira do ruo Jaguarão do Meio, perto da ponte que divide os limites de Seival com Hulha Negra. Ali estava o irmão mais velho dele, pescando. Com voz em tom normal, Amigomeu falou pro irmão:

- Getúlio. Vem pras 'casa', que a mãe tá te chamando pra almoçar.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

O LADO BOM E O LADO MAU DA PANDEMIA DA COVID-19

     Tudo, ou quase tudo, na vida tem lado bom e lado ruim. Cada fato repercute de forma positiva para uns e negativa para outros.  Alguns casos são extremamente maléficos, mas ainda assim apresenta-se como positivo para alguém ou algo.  A pandemia do novo coronavírus parece ser mais negativa do que positiva, mas, dependendo do ângulo  a ser observado, também contém aspectos positivos. Vamos analisar primeiro os pontos ruins, deixando as partes boas para o final,  como uma espécie de consolo, de reconforto, diante de tanta negatividade.

FATOS NEGATIVOS

1. AS MORTES. 
É o detalhe mais forte e lamentável, mais cruel da pandemia. As vítimas mais atingidas são os idosos e as pessoas enfraquecidas por outros tipos de enfermidades. Em agosto, o Brasil superou a marca de 510 mil mortos.

2. O FECHAMENTO  de empresas, que levam a demissões e ao aumento no número de desempregados, criando um efeito cascata, porque o comércio deixa de vender, em alguns casos é obrigado a fechar e corre risco de não ter  dinheiro para pagar dívidas e despesas, entre elas os salários dos funcionários, ainda que, por determinação legal, pudessem reduzir salários temporariamente e encurtar jornadas. Em alguns caso, empresas adiantaram horários para não ter que pagar adicional noturno.

3. AULAS presenciais interrompidas. 
Algumas instituições conseguem utilizar o tele-ensino, mas grande parte dos alunos não tem estrutura para ter aulas a distância. O prejuízo para os alunos com praticamente um ano sem aulas é incalculável.
 4. FECHAMENTO de creches e maternais, deixaram pais sem opção para o cuidado dos filhos para  poderem trabalhar. Sem as escolas, filhos ficam em casa, alguns na companhia dos idosos, as vítimas mais delicadas para o vírus. Além dos riscos de contaminação, as crianças ficam angustiadas, sem poderem, em alguns casos se movimentar e tomar sol, cuja vitamina D é necessária para a saúde.


FATOS POSITIVOS

1. Recuperação do meio ambiente. Com a orientação para as pessoas ficarem em casa e a determinação para a interrupção de indústrias, a circulação de veículos em grandes centros urbanos, caiu, principalmente nos primeiros meses, evitando a liberação de gás carbônico na atmosfera. Com isso, foram detectados índices altos de recuperação da camada de ozônio, que protege os seres humanos dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol.
2. HIGIENE.  Com a quarentena, pelo menos no primeiro mês, as cidades ficaram mais limpas, especialmente Porto Alegre. É que grande parte dos habitualmente relaxados que jogavam  lixo nas ruas passaram a fazê-lo no cesto de suas próprias casas. As cidades paasaram a ter um ar mais limpo, mais respirável sem os gases dos motores de carros e das chaminés das indústrias. E até agradável devido à quantidade de álcool gel e sabão por todo canto.
As medidas higiênicas de proteção ao vírus deverão tornar-se úteis mesmo após a eliminação do coronavírus. Antes o  simples  ato de lavar as mãos com sabão ao chegar da rua não era sequer um hábito, permitindo a vírus e bactérias se transmitirem com facilidade. Já a máscara não era sequer utilizada em aglomerações nem mesmo por quem estava gripado ou com tosse, contaminado,  sabendo ou não, por tuberculose.

3.Dificuldades para uns, oportunidades de negócios para outros. Com a quarentena e o combate à Covid, muita gente está ganhando dinheiro com a fabricação e venda de máscaras, álcool gel, testes para Covid e, com valores ainda mais altos, vacinas contra o vírus que já estão em fases supostamente bem avançadas. No caso das máscaras, cuja duração de uso de algumas é de três horas, imagine-se o tamanho da produção para atender populações tão grandes.
4. Os motoboys e biciboys tiveram como fato positivo o aumento na oferta de trabalho. Com o confinamento e fechamemento por um tempo de restarantes e lancherias, aumentou consideravelmente o serviço de tele-entregas.

4. Outro fato positivo é que os governos passaram a se preocupar também com moradores de rua. Não porque sintam piedade mas porque, se pegarem o vírus, podem passar também para as classes dominantes ou produtivas, já que o coronavírus não faz distinção de classes,  sem se importar com relatórios de bens nem extratos de contas  bancárias. 
5. Um dos pontos mais positivos em tempos de pandemia é a solidariedade. Mais pessoas e entidades se dedicaram a realizar campanhas em favor dos mais atingidos através de transmissões ao vivo na Internet.

sábado, 15 de agosto de 2020

SOBRE OS LIVROS DOS MEUS AMIGOS ESCRITORES II

 No final do mês passado, pouco depois do Dia do Escritor, dia 27,  fiz homenagens, aqui no blog e no Facebook,  aos meus amigos dos quais mantenho pelo menos uma obra em minha estante. Por uma falha, acabei deixando de fora três livros, simplesmente pelo fato de que não disponho mais da obra física: um emprestei e os outros dois doei. Como esses livros permanecem na estante do meu coração e da minha memória, especialmente dois dos quais fiz parte, é justo que eu corrija esta falha.



HILTOR MOMBACH  

O escritor produziu esse livro para relatar o que sentiu e o que fez para combater essa doença grave com a qual passou a conviver desde 1991. Mais do que um relato de história pessoal, é um auxílio efetivo para quem tem essa doença ou sofre ao vê-la em familiares. Com a orientação científica dos psiquiatras  José Facundo de Oliveira Correia e Gildo Katz, faz um retrato da síndrome e dos seus efeitos e ajuda outras pessoas a obter o alívio que ele conseguiu. É um orgulho ser colega de um escritor com essa qualidade de escrita e, principalmente, de caráter. Depois de ler com muita atenção, doei o livro para um colega, cuja esposa estava enfrentando problemas emocionais relacionados com o assunto relatado.

  Hiltor Mombach nasceu em Erechim, no Planalto Médio em 17 de junho ds 1953. Formou-se em jornalismo na PUCRS em 1979. Trabalhou na rádio Difusora de Garibaldi aos 15 anos como apresentador de um programa musical. Quando veio para Porto Alegre, atuou na Folha da Tarde e, depois, como repórter esportivo, no Correio do Povo. Depois que o Correio reabriu após dois anos fechado, Hiltor voltou para o jornal, no qual está até hoje como colunista de Esporte, mantendo um blog sobre o tema do futebol.

Hiltor recebeu inúmeras e merecidas homenages. Neste ano, é o patrono da feira do Livro de Garibaldi, marcada para o período de 20 a 24 de outubro.



LUCIANO KLöCKNER

O Anedotário Do Rádio do Rio Grande do Sul - 90 anos de História.

A primeira coisa que se tem a dizer sobre o autor é que é um apaixonado por rádio, assim como vários amigos dele, mas muito mais. A outra é a generosidade e o caráter, não tão fartos assim na categoria. Luciano foi generoso ao me convidar para participar da obra, toda ela criada pelo gênio agregador e criativo dele. Para ilustrar o trabalho, convidou o cartunista Santiago, um dos mais espetaculares deste Estado e do país.  Também participaram Alice Bragança e o editor Flavio Ledur. Repetindo sobre generosidade, Luciano determinou que uma parte das vendas do livro fosse doada para a instituição "Pequena Casa da Criança, na Vila Maria da Conceição, próximo de onde reside dwsde os quatro anos de idade.

     Luciano nasceu em Porto Alegre e gosta de dizer que é de Estrela, aqui mesmo no Estado onde, na verdade, passou quase todas as férias de infância. Fez Jornalismo, Mestrado e Doutorado na Famecos. Trabalhou na Folha da Tarde, na rádio Difusora (hoje Bandeirantes, na rádio Gaúcha e na revista A Granja, entre outros. É doutor em Comunicação Social com pós-doutorado no Instituto de Estudos Jornalísticos da Faculdade de Letras de Coimbra, Portugal. Teve larga experiência como professor titular de jornalismo na PUC,  Unisinos e ESPN. É autor do livro "O Repórter Esso  - A síntese radiofônica mundial que fez história, que conta as fases do noticioso de maior credibilidade nos anos 1940, 1950 e 1960 do rádio brasileiro, incluindo DVD com imagens e áudios originais.

Luciano é pai de Jakarina (desculpa, Karina, a piada está no livro, não resisti) e Gisele. É avô de quatro netos: Theo, Pedro, Lara (Maria Clara, essa é outra história que gera risos na família dele) e do Davi.

Realizou também outro sonho e, em 2015, editou um livro infantil intitulado Pedroca Nariz de Piooca, com ilustrações também de Santiago.



Mais do que um ex-colega, um grande amigo. 



OS DEZMIOLADOS

é uma produção da Farol Editora Três, coordenada pelo jornalista Auber Lopes dos Santos e sua sócia Vanessa Correa. O livro reúne textos de dez autores com enfoques particilares e especiais sem nenhuma linha editorial conectada. Os autores, grande parte com participação nos dois volumes anteriores são os seguintes:

Caco Belmonte

Flávio Dutra

Jorge Hugo Souza Gomes

Luciano Riques

Mateus Silva 

Paulo Leônidas

Plínio Nunes

Ricardo Azeredo

Vitor Hugo Castro Pereira

e Wilson Rosa.




Aproveito a oportunidade para divulgar o livro mais recente do meu amigo e ex-colega dos tempos do Diário Gaúcho, Eduardo Rodrigues. NNegras Melodias, volume Ii, publicado pela editora Capítulo I. 


EDUARDO RODRIGUES

Quem, como eu havia lido muito pouco sobre a história do jazz, ler o lívro do meu ex-colega dos tempos do Diário Gaúcho foi uma bênção. Apaixonadu por jazz, Eduardo fez um belo trabalho e reuniu outros especialistas nesse gênero musical, todos ex-colegas dos tempos de RBS. A começar por Paulo Moreira, que se encarregou da apresentação do livro, a chamada orelha, e Márcio Pinheiro, autor de biografias de Renato Borghetti e de Aiton dos Anjos, o Patineti. O livro foi editado pela  Editora Capitulo, com a participação de outros dois escolegas, Cláudia Coutinho na coordenação editorial e Diego Figueira na preparação de texto e revisão.

Natural de General Câmara (RS), Eduardo Rodrigues é autor também de "Sem Bossa Não Há Quem Possa! Cassino dos  operários, uma história, punlicado aqui em post anterior.




 








terça-feira, 11 de agosto de 2020

DICAS SOLTAS DE CRASE

Para identificar se uma expressão é caso de crase ou não é só se dar conta que tem artigo feminino diante do país ou da cidade que permite a contração com a preposição homônima que significa para. Se dizemos a Inglaterra, então é caso de crase. Vou à Inglaterra, ou para a Inglaterra. Já no caso de Roma, vou a Roma.

  Mas atente: se for à Roma dos Césares, aí existe um artigo feminino definido a, que determina a contração.

É o caso de "Fui à Tacuarembó dos meus avós" há artigo definido, com elipse da palavra feminina cidade.

Outra dica igualmente importante: para ocorrer caso de crase, é preciso que o verbo anterior seja transitivo indireto, ou seja, necessite de preposição. Alguns exemplos. Amo a Bahia. Vou à Bahia. A enfermeira assistiu à cirurgia. (Atuou nos trabalhos.) A enfermeira assistiu à cirurgia da mãe do lado de fora da sala de CTI. O patrão atendeu a funcionária e falou com ela sobre aumento. (Concordou em ouvi-la.) O patrão atendeu à reivindicação da funcionária. (Atendeu ao pedido dela.) O gerente visou o cheque do cliente. O gerente visava à promoção que o banco oferecia aos seus empregados.(ou visava àquela promoção) O show encerrou as transmissões do programa. O show encerrou-se pontualmente às 23h. A casa incendiou-se às 14h15min. O toco do cigarro aceso incendiou a casa. O fogo queimou até a garagem.(Inclusive à garagem. O fogo foi queimando da porta da frente até a entrada da garagem. (O limite foi a entrada da garagem.)