sábado, 31 de dezembro de 2016

PORTO ALEGRE 2054

Acordo com o canto dos passarinhos e com o afago silencioso e dourado do sol que, nesta época do ano, esgueira-se pelo vão entre os altos edifícios e chegam até minha janela. Ainda com os olhos fechados, distingo o chilrear do sabiá, do bem-te-vi e do joão-de-barro. A este último, eu chamava, na minha distante infância, de forneira, influenciado pelos parentes uruguaios, que identificavam as casinhas de barro desses pássaros como fornos (hornos, em espanhol), dando-lhes o nome de hornero.
   Abro os olhos e procuro saber que horas são. O celular, que agora chamamos de multiplex, mostra o horário: 8:25. Imediatamente me vêm à mente os anos 2015, 2016, quando esse aparelho já tinha várias funções, além de indicar o horário. Hoje, em 2054, o multiplex comanda tudo.
      Em 2016, eu imaginava que, se conseguisse chegar aos 100 anos, veria tudo mudado de forma incrível, como aconteceu na primeira década do século XXI. Constato que acertei em algumas previsões e enganei-me redondamente em outras.
     Agora, em 2054, o inglês tomou conta de quase todo o Planeta. A mania de utilizar termos ingleses no falar começou no final do século XX e se intensificou progressivamente ao ponto de hoje não existir uma só frase em pretenso Português que não tenha pelo menos uma palavra ou expressão estrangeira. Há casos em que, para entender algo escrito em Português, os autores de reportagens se valem do Inglês para explicar o sentido. Em 2040, um deputado federal protocolou um projeto de lei visando a obrigar os brasileiros a utilizarem somente o Português nos órgãos de comunicação do governo e nos jornais, proibindo o uso de idiomas estrangeiros, especialmente o Inglês. Mas o tema não passou na Comissão de Constituição e Justiça. Além de não contar com apoio popular, o próprio parlamentar, o Policarpo Quaresma do futuro, não conseguiu evitar termos em inglês na redação do seu projeto.
    Por falar em jornalismo, já não existem jornais em papel há muitos anos. Lá por 2015, já havia quatro pioneiros na migração para a Internet: Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, um diário do Ceará, e dois do Rio Grande do Sul, O Sul, de Porto Alegre, e O Alvoradense, de Alvorada. Uma grande parte dos jornais do país já publicavam suas notícias na Internet, além do papel, mas esses quatro já haviam abolido a plataforma antiga. O principal motivo foi diminuir os custos com a compra do papel. Atualmente, as notícias são apresentadas por meio do computador, na verdade, pelo multiplex, já que há muito já não há os antigos computadores de mesa. Além de comandar a Internet, o multiplex também projeta as imagens em painéis móveis onde antigamente eram projetados os dados dos chamados projetores ou mesmo nas paredes.
  As paredes das empresas ou mesmo das residências também viraram local para a projeção das imagens de televisão. A tevê física também não existe mais seguindo uma tendência já imaginada anos anos após a sua invenção. Os primeiros aparelhos eram caixas grandes, largas, com tela onde as imagens eram projetadas de dentro para fora por meio  dos raios catódicos. As tevês foram se tornando mais finas. No início, até um gato poderia dormir em cima delas. Depois, foi se afinando ao ponto de serem penduradas nas paredes, como um quadro. E então chegou ao ponto de desaparecerem fisicamente. Foi substituída pela projeção do multiplex. O som sai por uma pequena caixa móvel colocada em qualquer ponto da casa, até mesmo no banheiro, que se "liga" ao multiplex por meio do que se convencionou chamar de Wi Fi. Outra possibilidade são os fones de ouvido, também com Wi Fi, já que não há mais qualquer tipo de fio como o que era utilizado nos computadores de mesas com o chamado mouse. Já não existem mais fios de nenhuma forma. As velhas pandorgas foram substituídas por drones, os sinos das Igrejas começaram a ser acionados por equipamentos eletrônicos, já não há fios no altos das casas, a maioria já modificadas, e a energia não vem mais de termelétricas ou hidreléticas, substituída pela energia solar e eólica. 
 Saio de casa, lembrando-me do início do século XXI. Já não existem mais chaves. Tudo é aberto e fechado eletronicamente e comandado pelo multiplex, que liga e desliga torneiras da pia e do chuveiro, portas, portões (aliás os portões já eram ativados por controles em 2016. Quando eu tinha lá por 60 anos, imaginei que em 2054, os carros já estariam voando. Enganei-me. Ainda há rodas nos veículos, mas é claro que estão extremamente diferentes daqueles nos quais eu andava antes de 2018.

 Desde o início do século XX, tem aumentado muito o apego pelos chamados pets, como passaram a ser chamados os gatos e cães. Já há vários anos existem cachorródromos, grandes espaços cercados para as pessoas passearem com seus animais de estimação, evitando o perigo do trânsito e que emporcalhem as ruas. O amor pelos bichos tem sido demonstrado de forma cada vez mais intensa e explícita. Pessoas fazem festas de aniversário para os pets e até de casamento dos bichos. O comércio de pet shops com roupas, ornamentos e alimentos para cães e gatos tem crescido estrondosamente, assim como o ramo de cuidadores de pets, turismo específico e hotéis para animais. Já era alto o índice de animais por famílias e, a partir de 2040, o número já era de 2 pets por residência, em média no Rio Grande do Sul.
Estou indo visitar meu neto Raphael, o Meu Pequeno Chefe, que agora esta com 46 anos e mora na casa em que ele viveu quando pequeno, nas proximidades de onde foi o estádio Olímpico, do Grêmio. Outra curiosidade nas ruas é que, em alguns locais, há esteiras rolantes nas calçadas para beneficiar os mais idosos ou os deficientes. Os ônibus não contam mais com condutores. Tudo é comandado de forma eletrônica, mais ou menos como o metrô de antigamente.
 Enquanto caminho para pegar um ônibus, lembro praticamente também que não há mais espelhos, a não ser nos museus. Nos banheiros, há um sistema de câmeras tridimensionais com uma nitidez impressionante. O sistema de higienização também é totalmente diferente de tudo o que eu conheci quando jovem e já na entrada da velhice. Como não existe mais nenhum tipo de papel, a higiene é feita por equipamentos que utilizam jatos d'água ensaboada, sucção por ar e mecanismos controlados eletronicamente.  
  No meio do caminho, recebo uma menagem de Raphael. Ele me avisa sobre um chamado inesperado e urgente para São Paulo e me pede para adiar a visita. Promete, ao voltar da missão que a empresa o incumbira, de me pegar em casa e levar-me para relembrarmos os velhos tempos em que ele era criança.
    Retorno para casa e retomo a leitura dos meus livros clássicos para matar a saudade dos tempos antigos e do cheiro do papel. Depois do banho, vejo o noticiário na televisão, algumas coisas não mudaram, outras sim, principalmente no que se refere à violência.
 Anoitece. Os pássaros se calam, os ruídos vão sendo engolidos e o silêncio se faz absoluto. Custo a dormir, mas enfim o sono chega.

Acordo com o canto dos passarinhos e o afago silencioso e dourado do sol. Abro os olhos e procuro saber que horas são. No visor do celular, distingo: 8:30. Fixo mais o olhar e leio: 16 de setembro de 2016.





sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O QUE VOCÊ LEU NESTE ANO?

Este finalzinho de ano é aquela época em que surgem retrospectivas sobre todos os aspectos sejam políticos, econômicos, culturais esportivos, gerais etc. É uma espécie de necropsia com o ano ainda nos estertores. Já publiquei aqui e no Facebook, a minha retrospectiva pessoal (não tão completa é verdade). Curioso como o blog, gostaria de saber sobre livros em 2017. Como não sou crítico literário, minha curiosidade é mais popular. Você se recorda de quantos livros leu neste ano? Não importa se é da lista recomendada pelos intelectuais, se foi comprado na última feira, se tirou temporariamente da biblioteca, se ganhou de presente ou recebeu emprestado.
Que pena que ninguém respondeu. Vou ficar na curiosidade.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

DA LEITURA NAS FÉRIAS

Na leitura de "Eu, Cláudio, Imperador", de Robert Graves, em tradução de Mario Quintana (terceira edição, 1962), deparo com uma passagem que me fez lembrar a frase "Se a lenda é mais interessante que a realidade, publique-se a lenda", do filme "O Homem que Matou o Facínora", de John Ford, estrelado por John Wayne. A situação semelhante se deu na autobiografia de Claudius, onde há o relato de um diálogo entre o célebre historiador Tito Livio e o não menos importante personagem Asinius Pollo, do qual eu nunca havia tomado conhecimento.
  Os dois historiadores discutiam estilos de narrativa histórica. Pollo acusava Tito Livio de falsear a história, que, para Pollo, deve uma narrativa exata dos fatos, dos feitos dos homens, sobre o que fizeram e disseram, da maneira como viveram e morreram. O argumento de Tito Livio me chamou atenção para a questão de muitos, principalmente nos dias de hoje, preferirem a lenda aos fatos.
- Adoto de bom grado todos os episódios legendários que se ligam ao meu assunto: a grandeza antiga de Roma - se ele não são verdadeiros em detalhe, certamente o são em espírito. Quando encontro duas versões do mesmo episódio, escolho a que mais se aproxima do meu objeto. Não vou escavar os cemitérios etruscos para descobrir uma terceira versão que talvez contradiga as outras duas, para quê?
- Para servir a causa da verdade - disse Pollo. Ao comentar o fato, me vêm à mente historiadores brasileiros, alguns deles ufanistas e simplesmente copiadores de outros historiadores e principalmente, os políticos. Para estes, os correligionários do presente e o passado primam ou primaram pelo heroísmo e pelas ações em favor do povo quando, na verdade, tomaram decisões apenas com o objetivo de beneficiar a si mesmos ou ao seus parentes e amigos.
  

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

POEMAS NOS ONIBUS E NO TREM - 2016/2017 - PORTO ALEGRE

Por problemas técnicos, eu ainda não havia publicado nada sobre o concurso Os Poemas nos Ônibus e no Trem, edição 2016.-2017 O resultado havia sido divulgado em outubro, durante a Feira do Livro. Os poemas deverão estar nos vidros das janelas dos ônibus e no trem metropolitano em 2017. Também inscrevi um, mas a concorrência era forte. Não fui classificado.
    Entre os que ganharam, identifiquei o meu ex-colega de Zero Hora, o jornalista e professor Demétrio Soster, que já emplacou várias de suas poesias no concurso. Outro nome conhecido para mim é o do professor pernambucano Carlos Alberto de Assis Cavalcanti, que também já fez parte de outras edições. Além da publicações nos ônibus e no metrô, as poesias integram um livro impresso pela Editora da Cidade, que me foi gentilmente cedido pelo meu ex-colega Márcio Pinheiro, coordenador do Livro e Literatura, da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre.
 Cito aqui, quatro poemas, que escolhi desta edição de 2016/2017

Massa(crados)

Se este ônibus fosse meu
Teria assentos preferenciais
Para pessoas com dor
Na alma

Carla Pastro

O assombro da Múmia

A múmia, do sarcófago exumada,
ressurge envolta em poeira e ligadura
no centro de Brasília, donde apura
ter muitos sósias seus lá na esplanada.
Espanta-se a caveira trasladada
com a luxúria que os vivos, em loucura,
esbanjam nos seus gastos, sem lisura,
da verba que a nação paga dobrada.
Nem quando os faraós, no antigo Egito,
reinaram em seus palácios, junto ao Nilo,
a ostentação foi tanta quanto agora.
A múmia, estarrecida, da um grito,
e afirma sem fazer qualquer sigilo:
tá de um jeito que até defunto cora.

Carlos Alberto Cavalcanti



Solfejo da Saudade


Sol Lá, frio aqui.
Si tu MI faltas,
Dó de mim.
A vida em marcha RÉ

Carlina Meyer Silvestre



Sobre peixes, poças e calçadas

porque sabem
que a verdade

é um peixe
fora d'água

crianças preferem
as poças à calçada

Demétrio Soster


Quem leu até aqui, pode ter ficado curioso para saber qual era o poema que inscrevi e que acabou não sendo escolhido, assim como centenas de outros. Foi o seguinte:

A Bela do Botânico

Ela mora no Botânico,
que pegou o nome do Jardim, 
e pega o Botânico,
que pegou o nome do bairro.
No Jardim Botânico, rosas, gérberas e jasmins
encantam todos com com suas pétalas graciosas
e seus inebriantes perfumes
No ônibus Botânico, ela encanta todos 
com sua beleza e simpatia.
E aqui me deixa morrendo de ciúmes.
Quisera ser o jardineiro do Jardim Botânico
para cuidar das flores, ah, como eu queria.
Ou então ser o motorista do Jardim Botânico
pra ganhar o belo sorriso dela, todo dia.

  

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

MINICONTO DE NATAL

Ele queria passar o dia 25 deste ano na capital do Rio Grande do Norte. Não deu.

PARABÉNS AOS GANHADORES DO PRÊMIO ARI DE JORNALISMO DE 2016

A Associação Rio-Grandense de Imprensa apresentou na segunda-feira (19/12), em cerimônia no auditório do Ministério Público, os vencedores da 58ª edição do Premio ARI de Jornalismo/ 2016, patrocinado pelo Banrisul.  Foram inscritos 367 trabalhos, distribuídos por 17 categorias. Os ganhadores foram os seguintes:



JORNALISMO IMPRESSO

1º Lugar - Matheus Vasconcellos Chaparini, repórter do Jornal Já, que filmou ação da Brigada Militar em desocupação e foi indiciado por quatro crimes.
2º Lugar - Renato Nunes Dornelles - Diário Gaúcho - Refugiados do Tráfico 
Menção Honrosa - Rodrigo Lopes - Zero Hora - Sete Dias na Metrópole Mais Perigosa do Mundo

REPORTAGEM ESPORTIVA
1º Lugar - André Baibich - Zero Hora - Sofrer é o Meu Esporte.
2º Lugar - Leandro Behs - Zero Hora - 40 Anos de um Time Iluminado: o Primeiro Brasileiro Conquistado pelo Inter.
Menção Honrosa - Gustavo Henrique Henemann - Jornal NH - Apita o Árbitro, Vida em Jogo.

REPORTAGEM ECONÔMICA
1º lugar - Carlos Rolsing Braga - Zero Hora - Do Crédito farto ao calote: A derrocada do Badesul
2º lugar - Juliana Bublitz  - Zero Hora - À Espera de Um Milagre: Como a crise chegou aos municípios gaúchos
Menção Honrosa: Michele de Carvalho Ferreira - Diário Popular (Pelotas) - Uma década de Polo Naval.

REPORTAGEM CULTURAL
1º Lugar - Leo Flores Vieira Nunes - TVE - O Circo
2º Lugar - Elmar Bones da Costa - Editora Já - República Rio-Grandense: As polêmicas que o tempo não apagou.
Menção Honrosa - Larissa Roso - Zero Hora - Picasso Vai à Fase
Menção Honrosa - Rogério Barbosa - Rádio Estação WEB - 20 Anos Sem Ivani Ribeiro
Menção Honrosa - Mariana Pessin - RBSTV - PartiuRS  
Menção Honrosa - Filipe Peixoto - Band TV - Moinhos Fazem Historias
Menção Honrosa - Rafael Silveira Gloria - Nonada Jornalismo Travessia - Museu Estadual do Carvão Completa 30 anos em Compasso de Abandono

CRÔNICA
1º Lugar - Paulo Germano Moreira Boa Nova - Zero Hora - Para que Serve um Velho
2º Lugar - Cláudia Laitano - Zero Hora - Vai Ter Shortinho Sim

Menção Honrosa - Paulo Ricardo Cunha Mendes - Correio do Povo - Para Além das Pandorgas

FOTOJORNALISMO
1º Lugar - Bruno Schmidt Alencastro - O Encontro de Dois Súper-Heróis
2º Lugar - Juarez Machado - Jornal NH - O Mar em Fúria
Menção Honrosa - Júlio Cordeiro - Zero Hora - Inversão de Papéis

CATEGORIA GRÁFICA, ILUSTRAÇÃO, INFOGRAFIA E PLANEJAMENTO GRÁFICO
Alexandre Oliveira - Diário Gaúcho - Oftalmologia (charge)
Jonathas de Almeida Costa, Correio do Povo - Projeto gráfico do + Domingo
Menção Honrosa - Santiago (Neltair Rebés Abreu) -Jornal Extra-Classe
 - Escola Sem Partido

RÁDIO JORNALISMO
Cid Martins - Rádio Gaúcha - Regime Sempre Aberto
Eduardo de Matos Silva - Rádio Gaúcha - A Insistência do Trabalho Infantil
Menção Honrosa - Eduardo de Matos Silva - Rádio Gaúcha - Os Desafios do Emprego na Crise

REPORTAGEM ESPORTIVA
1º Lugar - Rodrigo Martins de Oliveira - Rádio Gaúcha - Coronéis do Futebol - Parte II
2º Lugar - José Renato da Silva Freitas Andrade Ribeiro - Rádio Santa Cruz - Jogo Sujo
Menção Honrosa - Marcelo Beust Salzano - Rádio Bandeirantes -  Inter Campeão da América - Especial 10 anos

TELEJORNALISMO

Reportagem Geral
1º Lugar - Marcelo Chemalle - SBT - Série "Tetos de Papel"
2º Lugar - Angélica Coronel     - TVE  - A Cultura do Estupro
Menção Honrosa - Angélica Coronel - TVE - Travestis e Transexuais em Porto Alegre
Reportagem Esportiva
1º Lugar - Kelly Teixeira da Costa - RBSTV - Gaúcho Deixa as Ruas e Vira Sonho Olímpico
2º Lugar - Glauco Plaza - RBSTV - Adeus, Monumental
Menção Honrosa - Fernando Becker - RBSTV - Especial "10 Anos da Batalha dos Aflitos

WEBJORNALISMO
1º Lugar - Larissa Roso - Zero Hora - As Marcas do Bulliyng 
2º Lugar - Leonardo Oliveira da Silva - Zero Hora - 40 Anos da Mais Vermelha das Tardes
Menção Honrosa - Patrícia Comunello - Jornal do Comércio - Intenso Caio: 20 anos sem Caio Fernando Abreu

JORNALISMO UNIVERSITÁRIO IMPRESSO
1º Lugar - Isabela Mércio Pereira - PUCRS - Caiu na Rede é Gol
Menção Honrosa - Tiago Bianchi - PUCRS - Quarenta e Oito
Menção Honrosa - Gabriel Guns Rigoni -UFRGS - Bola Começa com B: Os caminhos da 2ª Divisão

JORNALISMO UNIVERSITÁRIO TELE
1º Lugar - James de Melo Rodrigues - UniTV - Multi Ponto: Ocupações nas escolas públicas
Menção Honrosa - Augustine Tim - UCPel - Série "Pelotas do Sal ao Açúcar"

JORNALISMO UNIVERSITÁRIO WEB 
1º Lugar - Régis de Oliveira Junior - Unisc - Retratos da Escravid
Menção Honrosa - Amanda Iegli Tech - Ulbra - Mulheres da Tio Zeca: Políticas públicas de prevenção ao zika vírus em Porto Alegre

GRANDE PRÊMIO ACADÊMICO - JORNALISMO UNIVERSITÁRIO TELE
James de Melo Rodrigues - UniTV - Multi Ponto: Ocupação nas escolas públicas

CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL Á COMUNICAÇÃO - PREMIO ANTONIO GONZALES 2016
TV ASSEMBLEIA
GDI - Grupo RBS
Livro: Os Gigantes Estiveram Aqui - Andre Malinovski












segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

A MINHA RETROSPECTIVA DE 2016

Todos os anos, em dezembro, os órgãos de comunicação costumam fazer retrospectivas. Neste ano, VidaCuriosa também faz a sua. A escolha é feita pelo editor do blog em tom mais ou menos pessoal. Os fatos escolhidos são aqueles que atingem diretamente o editor, sua vida, seu bdairro, sua cidade, o país e o mundo com essa ordem de importância.

29 de janeiro - Vendaval atinge Porto Alegre. Eu saía do trabalho no final da noite. A ação dos ventos, poucas horas antes, havia atingido praticamente todo o início do trajeto do carro que levava profissionais do Correio do Povo para casa, saindo da Caldas Júnior, passando pela Usina do Gasômetro. Tivemos que desviar para a Avenida Pessoa por causa das árvores caídas, algumas sobre automóveis e postes de energia elétrica. Também no Parque da Redenção, a força do vento derrubou árvores.
1º de abril - Completei um ano como funcionário da Caldas Júnior. De 1976
a 1980, trabalhei na Folha da Manhã. De 1980 a 1984, na Folha da Tarde, de onde saí para a RBS. De volta, 30 anos depois, estou agora como revisor do Correio do Povo.
9 de junho - Coisas de um Brasil incrível:  o policial federal Newton Ishii, o Japonês da Federal, como ficou conhecido por aparecer na TV custodiando políticos importantes presos na Operação Lava-Jato, é condenado a quatro anos de prisão. Foi julgado por favorecer o contrabando. Até hoje, não foi expulso da Polícia Federal e passou a usar tornozeleira eletrônica.
9 de julho - Escola Aurélio Py, na Zona Norte de Porto Alegre, foi arrombada, e os ladrões levaram 110 notebooks e um projetor, causando prejuízo de R$ 72 mil. Como retrato deste país, parte dos equipamentos foi encontrada na casa de um policial civil. Outros notebooks estavam em uma lixeira e mais alguns em um matagal.
7 de junho - Eduardo Cunha renuncia ao cargo de presidente da Câmara dos Deputados por envolvimento na Operação Lava-Jato. Seguiria como deputado, mais tarde seria cassado na Câmara e levado à prisão, em 12 de outubro, contrariando muitas pessoas que acreditaram que ele escaparia.
24 de julho - Guarany Futebol Clube conquista o título de 3ª Divisão do Campeonato Gaúcho ao derrotar o Gaúcho, em Passo Fundo por 2 a 1. Conseguiu a única vaga para a Divisão de Acesso que será disputada em 2017, que dará direito à disputa pela volta à divisão principal.
19 de agosto - Seleção Brasileira de Futebol sagra-se campeão da Olimpíada do Rio. Foi o primeiro título brasileiro de futebol masculino nas olimpíadas.

30 de agosto - Completo 62 anos sem festa. Um presente que me agradou muito, e que não esperava, foi-me ofertado pelo meu colega e amigo Luiz Gonzaga Lopes. o maior trocadilhista que conheço. A obra "Chfaizfavoire", de autoria de Mário Prata, me deu grande prazer de leitura e subsídios para meu post no Vidacuriosa sobre palavras com diferentes sentidos no português lusitano e brasileiro.

31 de agosto - Dilma Roussef sofre impeachment. Senadores aprovam a saída da presidente por 61 votos a 20. Tiraram-na do poder sem que provassem qualquer envolvimento dela com a Operação Lava-Jato, na qual estão envolvidos não só o ex-presidente Lula como o sucessor de Dilma, o ex-vice e agora presidente do Brasil além de outros adversários de Dilma, Temer, como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, o presidente do Senado, Renan Calheiros e vários outros.

10 de outubro - Entro para as estatísticas dos assaltados. Uma dupla, apoiada por um terceiro em um carro Renault Scenic, me aponta revólveres na esquina das ruas Eurico Lara e Oscar Schneider, no Bairro Medianeira, a menos de uma quadra da minha casa, e levam meu celular às 15h30min. Um minuto depois passou uma viatura, e os PMs perseguiram os bandidos ao serem informados do assalto. Eles usavam um carro com placas quentes. Os PMs foram ao endereço do dono do veículo e falaram com a proprietária. Ela disse que um sobrinho, chamado Marcos Vinícius Mateus Pereira, pegou o carro sem permissão. A polícia não conseguiu pegar os outros dois, mas indiciou Marcos Vinícius por assalto. Do celular, nem sinal.
18 de outubro - Plínio Zalescki, coordenador da campanha de Sebastião Melo, o PMDB, é encontrado morto dentro do comitê do partido. Polícia constatou que foi suicídio. Ele estava em depressão e sofria com denúncias feitas por militantes do partido adversário.

20 de outubro - Nelson Marchezan Junior, do PSDB, se elege prefeito de Porto Alegre em segundo turno ao derrotar Sebastião Melo, do PMDB e coligações.

25 de outubro - Morre, aos 72 anos, por problemas cardíacos, o lateral-direito Carlos Alberto Torres, da Seleção Brasileira de 1970.

9 de novembro - Eleições nos EUA. Donald Trump vence Hilary Clinton.

18 de novembro - Ação entre amigos na redação do Correio do Povo recolhe pouco mais de 500 reais entre pouco mais de 50 amigos para obter a quantia necessária para a compra de uma janela na casa de um colega. Seis dos convidados a colaborar com 10 reais não participaram da vaquinha por diversas razões como não dispor da quantia ou que o dinheiro lhes fariam falta, ou por já terem ajudado o colega de alguma forma.

25 de novembro  - Morre Fidel Castro, aos 90 anos, cubano que liderou o golpe que instituiu o comunismo em Cuba ao derrubar a ditadura de Fulgêncio Batista, que atendia a todos os interesses dos Estados Unidos.

30  novembro - Avião com a delegação da Chapecoense e jornalistas cai em Medellín na Colômbia. Morrem 71 pessoas e seis sobrevivem: três jogadores, um jornalista e dois tripulantes. Entre os mortos, o ex-jogador de Grêmio e Inter Mário Sérgio de Pontes Paiva, ex-treinador e que atuava mais recentemente como comentarista de TV e que eu conhecia pessoalmente. A Chapecoense havia viajado para a Colômbia para participar da primeira partida da Libertadores, contra o Atlético de Medellín. 

7 de dezembro - Grêmio conquistou, pela quinta vez, a Copa do Brasil, na Arena, ao empatar em 1 a 1 com o Atlético Mineiro. Fazia 15 anos que o tricolor gaúcho não ganhava títulos nacionais. Na primeira partida, o Galo havia perdido, em casa, por 3 a 1. O Grêmio venceu com Marcelo Grohe, Edson, Geromel e Kanemann e Marcelo Oliveira. Walace, Maicon, Ramiro, Douglas, Everton e Luan. O treinador foi Renato Portaluppi.
11 de dezembro - Inter confirmou sua queda para a Segunda Divisão ao empatar, no Beira-Rio, com o Fluminense por 1 a 1. 
4 de dezembro - Morre no Rio, aos 86 anos, vítima de pneumonia, o poeta Ferreira Goulart. Nascido em São Luís do Maranhão, era integrante da Academia Brasileira de Letras desde 2014. Em 2007, ganhou o Prêmio Jaboti, de melhor livro de ficção com Resmungo. Em 2010, conquistou o Prêmio Camões, o mais importante dos países de língua portuguesa. É o autor da frase "A vírgula não foi feita para humilhar ninguém". Seu nome de batismo era José de Ribamar Ferreira.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

DICA DE AUTOAJUDA - VIDACURIOSA É UTILIDADE PÚBLICA


Se você é como o Amigomeu e eu, que vivíamos perdendo cartões de banco e tendo a desagradável consequência de ter que refazer o documento ou contar com a boa-vontade de pessoas que os encontram e entregam nas agências permitindo reavê-los, seus problemas acabaram
  Cansado desse aborrecimento, e sem conseguir corrigir essa falta de atenção, decidi que teria de encontrar uma forma de não perder mais esses documentos. Publico aqui a fórmula. Eis o passo a passo:
  1) Pegue uma agulha e a coloque no bico aceso do fogão. Para não se queimar, segure a outra extremidade usando um alicate ou um prendedor de roupa. É um procedimento muito rápido. Verifique com cuidado o local em que fará o orifício para não atingir nenhuma parte importante do cartão como o chip ou o equipamento de leitura. 
  2) Passe uma correntinha ou uma linha fina e forte pelo buraco feito no cartão. Pegue a outra extremidade e a fixe na carteira ou na roupa ou até mesmo e em um piercing. Você nunca mais vai perder o cartão.


 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

UM MINUTO DE SILẼNCIO

Há alguns dias, eu vinha pensando em escrever que as homenagens com "minuto de silêncio" antes do início dos jogos de futebol eram um ato ultrapassado, sem sentido, de certa maneira hipócrita. Isso porque quase ninguém mais respeita.
 No Brasil, ninguém costuma dar bola: em homenagens comuns, gritam, riem, quando não debocham da homenagem sem querer saber quem foi o falecido.
   Futebol é como o álcool, o excesso deixa a pessoa inconsequente. O Minuto de Silêncio torna-se uma das ultrapassadas medidas para homenagear pessoas que morreram. A ideia seria fazer o torcedor parar para pensar por um minuto sobre a morte de alguém que foi importante para todos, para ser lembrada e respeitada
 A ansiedade pelo início do jogo e o desrespeito das torcidas fez diminuir a duração para 15 segundos. Ainda assim, quase ninguém reverencia o falecido nem quer saber quem ele foi. Alguns mais insensíveis, alienados pelo fanatismo e pela ingestão de álcool e outras drogas, chegam a cantar refrões de deboches como ocorreu no episódio do jogador Fernandão, vítima de acidente aéreo.

   Nas homenagens do Caso Chapecoense, devido ao impacto nacional e internacional, vi as pessoas em completo silêncio. Vou esperar os próximos jogos quando "minutos de silêncio" serão feitos. Agora, no calor dos acontecimentos, há muita emoção. Depois, em homenagens a outros casos de falecimento, quero ver como se comportarão alguns torcedores que, mesmo não sendo maioria, o são em grande parte e influem com suas atitudes inoportunas e desrespeitáveis, no meio de uma minoria silenciosa e respeitosa.
      Quando eu morrer sei que não receberei homenagens com um minuto de silêncio, a menos que minha morta seja midiática e emocionante. Nesse caso, peço que não façam minuto de silêncio. Façam, se quiserem, um minuto de barulho. É que o silêncio pode ser desrespeitado com um solitário grito, já o barulho, não há quem consiga interromper com qualquer falta de respeito ou insensibilidade.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

O FUTEBOL, O FANATISMO E A BARBÁRIE

27 de novembro, 2016. A partida entre Internacional e Cruzeiro no Beira-Rio está ainda no seu começo na bela tarde de domingo. O Inter está com sério risco de cair para a Série B do Campeonato Brasileiro. De repente, surge sobre o estádio um drone envolto por um lençol branco com uma grande letra B vermelha. Alguns colorados até riem, já fizeram coisas semelhantes para flautear gremistas. Outros ficam enraivecidos. Depois, mesmo com a vitória por 1 a 0, que mantém o time com... chance de escapar da Segundona, alguns dos irados (na acepção mais antiga da palavra0 saem atrás do drone, que é uma pandorga moderna, sem fio. Como não dá para ir até o início de uma corda, baderneiros, imbecis, idiotas, chegam a uma casa nas proximidades do estádio acreditando que foi dali que partiu o objeto voador. Na residência, estão um casal e uma criança. Ainda que o morador esteja vestido com um calção do Inter e grite que é colorado e que não entende o que estão fazendo, os criminosos arrancam o portão, destroem os vidros do carro e jogam tijolos na janela onde a mulher grita desesperadamente.
Pensadores desde o século passado, diziam e dizem que a televisão é responsável por alienar as pessoas. Digo, sem pestanejar, que o fanatismo do futebol, aliado às drogas ilícitas e ao álcool fazem um estrago bem maior. Alguns pensadores de hoje, também chamados de formadores de opinião, talvez não concordem com isso: eles estão inoculados com o vício do fanatismo que, com o uso de drogas e do álcool, os levem a apologias diárias das drogas e do álcool.

domingo, 27 de novembro de 2016

DICAS SOLTAS SOBRE CRASE

DEVIDO Á -

DEVIDO ÁS


Sempre que surgir a expressão Devido a, seguida de substantivo feminino, pare e observe. Há caso de crase. Exemplos: Devido à observação, devido à chegada do frio, devido à conclusão, etc.

Sempre que, após devido as, vier substantivo feminino plural é caso de crase. Exemplo: O escritor ficou famoso devido às histórias de amor que ele escreveu.

Quando depois de a (preposição) vier substantivo plural, não há crase. Exemplo. Devido a inúmeras tentativas… devido a ideias estapafúrdias...

Para ter certeza de que há crase (contração da proposição a com o artigo a ou com a inicial (a) dos demonstrativos aquele, aquela, aquilo) passe para o substantivo para o masculino. Devido ao cuidado, devido aos procedimentos.


VERBO VISAR
Se o verbo for transitivo direto (sentido de pôr a vista ou o visto em algo) não há crase. Visar a nota, visar o cheque.

Se for verbo transitivo indireto (com sentido de meta, propósito) aí vai crase. Exemplo: Visar à prefeitura, visar o governo do Estado, visar às vagas.


É o mesmo caso dos seguintes verbos:

aspirar (aspirar à carreira = subir de cargo, aspirar a carreira, drogar-se com cocaína).

Assistir (assistir à cirurgia = ver a ação da equipe médica; assistir a cirurgia = ajudar ao médico, no caso de enfermeiros.)

TRISTE COM A PASSAGEM DE FIDEL CASTRO

Estou triste com a morte de Fidel. Não vou comentar aqui a queda de Fulgêncio Batista, que fazia de Cuba um bordel para os Estados Unidos nem os erros cometidos pelos novos governantes, nem a  pressão dos Estados Unidos sobre a nação comunista do Caribe.
Mesmo triste, não posso deixar de publicar uma piada que li há algum tempo:


Fidel e a bandeira de Cuba
"Em 2009 , um grupo de cubanos resolveu fazer uma homenagem aos 50 anos da Revolução Comunista. Decidiram fazer uma caminhada em Sierra Maestra, local significativo da luta guerrilheira. Convidaram um velho companheiro dos irmãos Castro, que participou da . Quando subiam a serra, já bem idoso, o tal guerrilheiro sentiu-se mal. Caído, prevendo que sua vida estaria por um fio, pediu aos 'compañeros":
"Traigame una bandera de Cuba.

Ninguém levava bandeira. Uma morena lindíssima de rosto e com corpo escultural lembrou-se de que tinha uma bandeira tatuada nas nádegas.
Ela tirou a roupa e a calcinha e aproximou o traseiro do rosto do compañero, que passou a exclamar:
- Me muero feliz com la bandera de Cuba. Beso la banderita de mi país. Viva Cuba!
E fez um último pedido:
- Ahora virate que quiero dar un besito em mi querido amigo Fidel."

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

CONVIVER É APRENDER ALGO DE ANTROPOLOGIA A CADA DIA

Ninguém é tão pobre que não possa ajudar alguém algum dia, nem tão rico que alguma vez não precise de ajuda.

Normalmente os sovinas, os egocêntricos, os mãos-de-vaca, os pão-duros e os umbiguistas, que jamais em quaisquer circunstância ou tempo algum ajudam quem quer que seja, odeiam quem decide fazer uma boa ação. Usam das mais variadas e inimagináveis desculpas para não participar, ainda que seja com uma quantia praticamente insignificante.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

REFLEXÃO SOBRE A GENTILEZA.

Gentileza gera gentileza, salvo se o alvo beneficiado não for uma pessoa egoísta, mão-de-vaca, sovina, pão-duro, unha-de-fome, umbiguista.

Gentileza feita em troca de outra gentileza imediata e mútua não é gentileza; é comércio, é escambo.

Gentileza em que o autor faz alarde, faz questão de divulgar que fez, não é gentileza, é marketing, é autopropaganda.

Gentileza forçada não é gentileza, é cinismo.

Gentileza feita após alguém insistir para que faça, não é gentileza. Se envolver dinheiro, é extorsão.

Caráter não se compra em shopping, nem em farmácia, não se aprende em faculdade.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

NO ÓCIO DA MANHÃ

Uma amizade entre um homem e uma mulher pode permanecer sem sexo desde que os dois nunca fiquem sozinhos em uma ilha perdida no meio do oceano.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

TROCADILHANDO EM INGLÊS

Sou tão louco por trocadilhos que acabo exagerando e até intrometendo-me em  língua estrangeira. Há algum tempo, quando fazia um curso de inglês, resolvi verter, para a língua de Shakespeare, uma piada que eu só conhecia em Português. Ficou assim (que me perdoem os nativos em inglês e os que são fluentes nessa língua):


Two men arrive at Rio de Janeiro, in a time machine. They meet a policeman and they bet who is better at reaching a target. The policeman take both to the slum Rocinha and they choose a little and fat boy, and put him stand up in front of a wall with an apple on his head. The first man take aim which his crossbow and reach the fruit in the middle. And he says: I'm William Tell.
   The second man take aim too and de arrow reach the apple too. He says: I'm Robin Hood.
  The carioca cop take his gun and shot... He says: I am sorry.


  

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

REFLEXÃO SURGIDA NO INÍCIO DA MANHÃ

Tão irresponsável quanto derrubar uma árvore sem motivos é viver uma vida inteira sem plantar uma sequer.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

VOCÊ SABE A ORIGEM DA CENA DO NOIVO CARREGAR A NOIVA NO COLO PARA ENTRAR NA NOVA CASA?

        Você já deve ter visto inúmeras vezes em filmes. novelas e quem sabe até na vida real, após a cerimônia de casamento, o noivo, no caso já marido, carregar no colo a noiva (já esposa) antes de entrar na casa ou no quarto em que o novo casal irá morar. Em que esse costume se baseou?

  Encontrei essa resposta outro dia, lendo o livro Historia Romana, Las Orígens - Las Conquistas  - El Imperio, que ganhei da minha querida amiga Erika Madaleno, entre outros, do acervo deixado pelo pai dela, o saudoso e brilhante advogado Jayme Madaleno.
  Diz a obra de Carlos Maquet, publicada pela Librería Hachette S.A, em Buenos Aires, em 1944, que esse costume vem do tempo da Roma Antiga, quando os patrícios eram os únicos cidadãos, ainda não havia plebeus, e existia apenas um tipo de casamento, o matrimônio religioso, que consistia em oferecer um sacrifício espargindo-se uma espécie de farofa de cevada sobre os noivos que depois comiam uma torta de farofa. A esposa, vestida de branco e com o rosto coberto por um véu vermelho, era conduzida ao som de flautas e cânticos para a casa do esposo, que a fazia transpor o umbral, levantando-lhe o véu para simular um rapto. Assim, separava a futura mulher dos deuses da família dela e a unia aos da sua nova casa.
 

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

MINIAULA DE PORTUGUÊS

A existência de palavras homógrafas (com escrita igual ou parecida), homófonas (com som igual ou parecido), com sentidos diferentes uma das outras, nos causam algumas dificuldades. Às vezes, queremos escrever uma ideia e acabamos digitando outra. Às vezes digitamos certo, e outras pessoas entendem errado. Para ajudar, aqui vão três palavrinhas parecidas, mas que muitas vezes são colocadas erradamente no texto, ocupando umas os lugares das outras.



MAS
É uma conjunção coordenativa adversativa.
"Estou aqui trabalhando, mas pensando nas férias.
"Gosto de futebol, mas não sou fanático".


MAIS
 É um advérbio de intensidade.
"Quando mais eu rezo, mais a assombração me aparece."
"Mais vale um pássaro voando do que dez nas gaiolas"

MÁS
Substantivo feminino plural.
Fulana e Beltrana aparentavam ser mulheres muito gentis e bondosas. No entanto, eram muito más.
(Renato Panattieri)
As mães de filhos flagrados no crime sempre atribuem as atitudes deles às más companhias.


E agora, embolando tudo:

Há muitas pessoas más no mundo. Mas, se pararmos para pensar, pessoas boas há muito mais.















 

domingo, 2 de outubro de 2016

PATROCINADO PELA INSÔNIA XVIII

Um homem não deve ser uma Ilha deserta, a não ser que seja por consciente opção. Porque uma ilha é como uma jangada que flutua, só que não leva a lugar nenhum .

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

DA SÉRIE "REVISOR DE JORNAL, UMA FUNÇÃO EM RISCO DE EXTINÇÃO"

Revisor de jornal é aquele profissional que o leitor nem imagina que ele impediu de sair a palavra "merdológica", corrigindo-a para mercadológica, mas não o perdoaria se saísse.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

UM DIA DE BOM HUMOR (Mistura de realidades com ficcão)

O galo canta ao longe, toma o lugar do despertador, na hora certa. E o que se ouvem não são os tiros e os gritos dos traficantes em guerra contínua na vila, seguidos da sirene das viaturas. Os sabiás, os bem-te-vis seguem a sinfonia após a performance do galo.
 Entro no Facebook, rio com as bobagens de pândegos como o Paulo Motta, deixo as minhas besteiras e ignoro queixas e puxa-saquismos de candidatos e outros políticos.
 Na saída de casa, noto as flores do jardim da frente desabrochando com autorização da Primavera, que chega no próximo dia 22.
 Alguém abre a porta do banco para eu entrar. Agradeço. Extrato revela que o pagamento chegou. Seguro a porta para outro cliente sair. Ganho um obrigado e um sorriso.
 O ônibus mais certo chega junto comigo à parada. Choveu e abriu sol. O Arco-íris vai de um edifício ao outro e mergulha no Guaíba.
 Elogios no trabalho. Troca de trocadilhos com o colega Luiz Gonzaga Lopes, especializado nesse tipo de humor.
O expediente passa rápido. Aprendo mais um pouco de português, dos acontecimentos diários da cidade e do mundo.
Chego de volta em casa, são e salvo. Dou um beijo no meu filho Luciano. Sono rápido e tranquilo.
Foto de Ari Teixeira

domingo, 4 de setembro de 2016

UM DIA DE MAU HUMOR (TOTALMENTE FICTÍCIO)

A quem está de mau humor tudo irrita. A coberta que cai, o sabiá que canta, o cachorro que late, o vizinho que conversa, o sumiço das parceiras das meias, a falta d'água sem aviso, o ônibus que anda absurdamente devagar ou o táxi que some na hora em que você precisa e aparece aos montes quando você não quer, ou o carro que fecha o seu, ou o motorista de outro carro que se irrita porque você deu uma fechada, a pessoa que se atravessa na sua frente na rua movimentada, gente que não fecha guarda-chuva mesmo sob a marquise, quase atingindo olhos alheios, o dinheiro que não entra na conta, o colega que faz pergunta idiota, as mensagens perguntando se você está bem, o revisor ortográfico que troca as suas mensagens, o sono que não vem...

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

CAMINHADA SOLIDÁRIA DA APAE-PORTO ALEGRE SERÁ REALIZADA NO PRÓXIMO DIA 11


 Será realizada, no próximo dia 11 deste mês, no Parque da Redenção, conhecido também como Parque Farroupilha, a IX Caminhada Solidária da Apae-Poa. A concentração para o evento está marcado para as 9h no Auditório Araújo Vianna, dentro do mesmo parque. O início da caminhada está marcado para as 10h. Se você quiser participar do evento ou apenas colaborar com a entidade, poderá adquirir a camiseta relativa à IX Caminhada. Para isso, basta ligar para o telefone (51) 3225-8217 e fazer a encomenda que será entregue em casa sem custos.

 


quarta-feira, 24 de agosto de 2016

A FANTÁSTICA RUA DA PRAIA NO CENTRO DE PORTO ALEGRE

Não conheço outras ruas importantes de grandes cidades pelo fundo afora. Para mim, entretanto, a rua mais interessante e curiosa do mundo é a Rua da Praia, no centro de Porto Alegre Tem nome lembrando rio, mas não está à margem de nenhum. Há muito anos, uma pequena parte da cidade se banhava no Guaíba, que foram aterrando e empurrando-o para longe dela.
A Rua da Praia, que ninguém se lembra do nome oficial, colocado em homenagem a três irmãos políticos do tempo da Monarquia, parece um rio. Pela Rua dos Andradas, passam milhares de pessoas nos mais diferentes sentidos. Nela, a arte floresce e desaparece como um jardim em qualquer estação do ano nestes lugares subtropicais. Sazonalmente, vêm-se artistas de todos os matizes, de todas as qualidades, de todos os tipos.
     Caminhar pela Rua da Praia é deparar-se com o diferente, com o que ontem não estava ali e amanhã não estará. Ídolos mundiais, que nunca morrem surgem de repente relembrados numa das quadras da Rua dos Andradas, entre a Esquina Democrática no leito da Borges de Medeiros e a Caldas Junior. Na quinta-feira, por exemplo, deparo-me com o Chaves, o imortal personagem criado para a comedia da tv mexicana na década de 60 e que faz sucesso até hoje no brasil. Edemar dos Santos, casado, pai de quatro filhos com 71 anos, veste-se de Chaves há vários anos.  Além de desfilar vestido de Chaves na Rua da Praia e no Brique da Redenção, arrecadando algumas moedas e pequenas notas, também faz apresentações e entretenimentos em aniversários de crianças. Diz que em sua agenda tem oito apresentadões marcadas pelo telefone 8633-2532.
 Edemar, como se nota, é um apaixonado pelo Chavo Del Ocho, como se nota. Ele conta que no dia  em que morreu Roberto Gómes Bolaños, o criador e intérprete do Chaves, ele ficou muito triste e chorou como se tivesse falecido um parente muito próximo. Naquele dia 28 de novembro de 2014, Edemar passou o dia inteiro em casa, vestido de Chaves e assistindo ao noticiário sobre a morte e as notícias sobre o seriado.
Saí dali, a caminho do  trabalho e passei por mais outras figuras curiosas, três delas mostrando sua arte musical. Mas não pude conversar com todos porque me atrasaria para o serviço.






domingo, 7 de agosto de 2016

REGISTRO RÁPIDO PARA AS MINHAS MEMÓRIAS


 
Apesar dos maus pressentimentos, abertura dos Jogos do Rio foram um sucesso
Agosto, 2016. Desenvolvem-se, no Rio, os XXXI Jogos Olímpicos da Era Moderna. Depois de muitas trapalhadas, tantos atropelos e atrasos, com vexames na entrega de apartamentos com problemas de vazamento e outros para os atletas, com uma baía de Guanabara ostentando seus coliformes na forma mais exuberante possível, a Olimpíada teve uma abertura brilhante, sem erros, sem equívocos, com uma verdadeira festa brasileira no Maracaná, onde o grande Paulinho da Paulinho da Viola cantou o hino nacional, a modelo Gisele Bündchen desfilou ao som da música Garota de Ipanema. Outro representante da música brasileira, Jorge Bem Jor cantou País Tropical acompanhado do público, que ouviu também o celebrado Caetano Veloso e a cantora Anitta de recente sucesso popular.
     Diferentemente de outros tempos de Brasil, o espetáculo superou os corriqueiros atos políticos. O presidente interino, que se beneficiou do impeachment temporário da presidente Dilma Roussef, não teve seu nome anunciado e, ao abrir os jogos, foi mais rápido do que sexo de coelho, e ainda assim foi vaiado por parte do público que teve sua manifestação mais ou menos abafada pelo som e pelos foguetes. Dilma Roussef não compareceu.
   
Cercada de mistérios, a escolha de quem iria acender a pira revelou-se bastante sensata. O catarinense Gustavo Kuerten, o Guga, ídolo do tênis nacional e campeão três vezes do famoso torneio de Roland Garros, entrou pelo portão do Maracanã, sorridente e chorando ao mesmo tempo, carregando a tocha olímpica. Ele repassou o fogo simbólico para a campeã do basquete, a paulista Hortência Marcari. Ao pé da escadaria que simbolizava o Monte Olímpia, quem recebeu a tocha para acender a pira foi o ex-corredor de maratonas Vanderlei Cordeiro de Lima. Ele ficou famoso não por ter ganho o ouro na Olimpíada de 2004, na Grécia, quando ficou com a medalha de bronze,mas com um fato que aconteceu na prova. Bicampeão dos Jogos Pan-Americanos, o paranaense virou ídolo quando sofreu uma injustiça. Ele estava a sete quilômetros da linha de chegada, conseguira uma distância considerável dos adversários e ganharia certamente a prova. Mas foi interceptado por um padre irlandês, cujo nome é importante manter no anonimato, que o empurrou para fora da pista. Vanderlei se desvencilhou do ser inconveniente, ajudado por outro espectador, e seguiu correndo para chegar em terceiro lugar. Vanderlei comemorou o bronze como se fosse o outro. Recebeu também a inédita medalha Pierre de Coubertin.
   A escolha para acender a pira foi mais do que acertada e merecida. Ainda mais que o escolhido para o gesto mais importante da Olimpíada havia sido Pelé, o maior ídolo do futebol mundial de todos os tempos. Edson Arantes do Nascimento declinou do convite alegando motivos de saúde. Sem condições de examinar os prontuários médicos do Rei do Futebol, resta acreditar na palavra dele mesmo em um país de tantas mentiras deslavadas, principalmente de governantes e de políticos, em que boa parte da população é formada por macunaímas, que veneram heróis sem nenhum caráter. Pela falta de provas, também não há como dar crédito a boatos de que o problema seria outro, referente a conflitos de interesses econômicos entre supostos patrocinadores particulares do ex-atleta e os patrocinadores oficiais dos Jogos ou das entidades organizadoras da Olimpíada.
     Sem entrar em críticas, é curioso lembrar apenas que o grande Muhammad Ali, (1942-2016), ídolo do boxe mundial, enfrentou a tremedeira provocada pelo Alzheimer e acendeu a pira nos jogos realizados em seu país, em Atlanta, em 1984.
                            

Felipe Wu foi segundo colocado em tiro de pistola

    Coincidência irônica: Rio medalhista de tiro

No primeiro dia da Olimpíada do Rio, o Brasil ganhou sua primeira medalha, com a prata obtida pelo paulista Felipe Wu, 24 anos, na categoria pistola de ar 10 metros. Era algo que o Tiro Esportivo não conseguia desde 1920, na Antuérpia, quando Afrânio da Costa (1892-1989) foi o primeiro esportista brasileiro a ganhar medalha, em Olimpíada. Ele coincidentemente ganhou a medalha de prata com pistola livre. As armas haviam furtadas na viagem de navio da delegação brasileira e Costa, capitão da equipe, conseguira com um coronel norte-americano, as armas.Com uma delas, conquistou a prata, com outra a primeira medalha de ouro do Brasil em Olimpíadas, com Guilherme Paraense, na categoria revólver, e a terceira bronze por equipe, com a participação de Afrânio, Guilherme, Fernando Soledade, Sebastião Wolf e Dario Barbosa.

terça-feira, 12 de julho de 2016

O REVISOR E O GOLEIRO

O revisor é como o goleiro, o guardião do último baluarte, aquele que precisa salvar todos os erros e que não pode, ou não deve, falhar. Como o goleiro, o revisor faz inúmeras defesas, algumas extraordinárias. Mas basta uma falha para cair em desgraça.
     A vantagem do goleiro em relação ao revisor é que o jogador tem sua atuação assistida por todos - público no estádio ou na TV. Todos os seus acertos e erros são conhecidos. Já os acertos do revisor só são conhecidos por ele mesmo porque, na maioria dos casos, nem mesmo o autor se dá conta do equívoco que cometeu. Não é ético para o revisor dar publicidade aos erros que conserta. Não é honesto cobrar dos autores e muito menos contar aos chefes. Quando o revisor deixa erros passarem, todos tomam conhecimento: os leitores, em primeiro lugar, os colegas, todo mundo, da mesma forma que é conhecido o frango do goleiro.
   Goleiro e revisor têm em comum o fato de que precisam atuar com extrema atenção e em nenhum momento se desconcentrar. O goleiro costuma, como os outros jogadores, concentrar-se, antes do jogo e durante. A atenção é primordial. Um goleiro que se distrai olhando para a torcida ou para o azul do céu pode tomar gol de bola chutada lá da outra área. Já o revisor precisa manter o foco no texto e não se envolver com algazarras de redação. O revisor precisa de tempo para descobrir qualquer possibilidade de erro, além de acessórios de consulta em papel ou Internet. A correria do baixamento e o número reduzido de revisores dificulta isso. Hoje em dia, não existe muito interesse em valorizar os revisores e não sobrecarregá-los. Muitos chefes acreditam que os eventuais erros em matérias podem ser evitados apenas pelos repórteres e editores. O problema é que o dia a dia e a correria inata da profissão impedem a perfeição. Além disso, é preciso que alguém alheio à confecção do texto o examine. Normalmente, o cérebro de quem escreve tende a não detectar os próprios equívocos. 
 O goleiro precisa apenas conhecer a sua atividade e técnica para não deixar a bola entrar, além de um bom preparo físico e muito treinamento e confiança obtida com os jogos. O revisor precisa de preparo intelectual e dominar a Língua Portuguesa, além de conhecimentos de outros idiomas.

Revisor bom é como o goleiro Rogério Ceni

Maior goleiro do mundo de todos os tempos é craque em impedir gol e em fazê-los

O bom revisor é o que, além de impedir eventuais descuidos e ajudar a preservar o uso correto do idioma e de palavras estrangeiras, quando for o caso, pode contribuir com informações que não foram contempladas no texto, sempre respeitando o repórter e o editor. Como o goleiro que, além de impedir gols, vai além de sua cidadela, cobrando faltas e pênaltis e fazendo gols como Rogério Ceni, o melhor goleiro do mundo de todos os tempos, recordista em gols marcados. Isso sem descuidar da sua função.
Uma diferença entre goleiros e revisores é que os primeiros permanecem valorizados, para o bem do futebol, diferentemente dos segundos; cuja tendência é a extinção, para o mal da Língua Portuguesa e dos textos, nos quais se percebe um grande número de equívocos.

domingo, 10 de julho de 2016

AVOLICES DE JULHO

Outro dia, li no Facebook, na Linha do Tempo da minha amiga Cássia Zanon, mãe da pequena Lina, uma brincadeira sobre um questionário de filhos pequenos. Achei tão legal que decidi fazer o mesmo do meu neto, o Meu Pequeno Chefe, de seis anos. Imaginei que, no terceiro item, ele me interromperia e diria:
- Chega de perguntas, vô!
Mesmo assim, tentei. A cada pergunta minha, ele só me olhava e nada respondia e, então, desisti. Mas, como a missão do Raphael é me surpreender, ele saiu e logo voltou com uma pequena agenda nas mãos. Dentro dela, estavam as respostas que a mãe dele anotou para essas mesmas perguntas:


- Qual é teu nome?
- Raphael Nunes Knaak.
- Quantos anos tens?
- Hum, cinco, ops, acabei de fazer seis (risos)
- Quantos anos tem teu pai?
- Não sei.
- Quantos anos tem a tua mãe?
- Também não sei.
- Qual a tua cor preferida?
- Branco. E amarelo e laranja.
- Qual a tua comida preferida?
- Massa. Adoro massa.
- Quem é teu melhor amigo?
-- Fagundes, Schmidt, Pablo e Bê.
- Qual o teu programa preferido?
- Scooby Doo, Os Detetives do Prédio Azul.
- Qual a tua música preferida?
- Uma que os Alvins "canta".
Qual o teu animal preferido?
- Zebra; macaco e gorila.
Do que você tem medo?
...
Qual o seu lugar favorito para ir?
- O Zoológico
- O que quer ser quando crescer?
Jogador de futebol time verde.
O que a Mamãe mais gosta de fazer?
- Cuidar de mim e da Luísa.
Do que você mais gosta de brincar?
- Com bonecos de super-heróis com meus amigos e jogar videogame.
- O que o Papai mais gosta de fazer?
- Ele gosta mais de jogar videogame.
Mas que tanta pergunta, mãe? Eu gostei. Tem mais?

terça-feira, 5 de julho de 2016

CINCO RECANTOS DA BELA PORTO ALEGRE


RESQUÍCIOS DO TEMPO DOS BONDES ELÉTRICOS

          Milhares de pessoas que passam pelo Largo Glênio Peres nem notam um recanto ali do lado, como um recorte do passado. É uma viela entre o antigo abrigo dos bondes, um lugar bucólico que mostra no chão os trilhos sobre os quais os velhos bondes trafegavam.
          Depois do sistema dos maxabombas, os bondes puxados por mulas, iniciado em 1864,  em 1908 começou o tráfego de bondes elétricos. O nome bonde derivou-se da companhia Bond And Share, da General Eletric, em 1928, para quem passou o controle acionário. Em 8 de março de 1970, o bonde circulou pela última vez. Conforme a Wikipédia, ao longo da história dos bondes elétricos na cidade circularam nada menos de 10 belgas, 89 ingleses e 130 americanos, durante o ano de 1961 foram transportados 89 milhões de passageiros sendo utilizados para isso 103 bondes. Recentemente surgiram ideias de retomarem a utilização dos bondes elétricos, ainda que fosse apenas para incrementar o turismo, mas nada  se concretizou.
O poeta Mario Quintana assim homenageou os bondes:

"Acabaram-se os bondes amarelos...
A frase me saiu em decassílabo, viste?
E o metro clássico já faz adivinhar um
soneto. Ficou neste verso único.
E deixo o bonde depositado em meu
ferro-velho sentimental. Aqui. Parado.
Sonhando.
Quem sabe se um dia..."



UMA GRUTA NO MEIO DO  CENTRO HISTÓRICO

           Outro lugar curioso no Centro Histórico é uma gruta localizada na Rua Vigário José Inácio, entre as ruas Jerônimo Coelho e Riachuelo. No local funcionava o residencial Madre Ana, que foi doado em fevereiro deste ano pelas Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã para ser utilizado pela  Irmandade da Santa Casa de Misericórdia como abrigo para familiares de pacientes vindos do interior do Estado ou de qualquer outro lugar. Muitas pessoas que passam pelo local não percebem a existência dessa gruta.
 Até maio desse ano, a gruta era frequentada por eventuais pessoas que transitavam pela Rua Vigário José Inácio e descobriam o lugar. A sala da gruta tinha uma grade separando os fiéis da estátua para preservá-los de vandalismo, já que ficava sem vigilância alguma. Vi muitas pessoas se ajoelharem por ali e dividirem com a Santa, em pensamento, as suas angústias...Todos os dias, um casal de missionários promove rezas de terço para as pessoas que procurarem a gruta.



                           APOIO PARA FAMILIARES DE PACIENTES


  A casa de apoio conta com quatro andares e 60 quartos. Abriga familiares de doentes que fazem tratamento na Santa Casa e que não têm condições financeiras para se manterem na Capital. O primeiro  a ocupar a casa foi um familiar de um paciente que veio do Maranhão. Foram abertas, inicialmente, vagas para abrigar 30 pessoas, com planos de oferecimento de mais 30 nos próximos meses. A casa de acolhimento está localizada a aproximadamente quatro quadras da Santa Casa, o que dispensa despesas de locomoção para os familiares dos doentes.
Conforme o site Doutor Coração, a casa é comandada por um conselho provedor
 formado por Alfredo Guilherme Englert, Júlio Flávio Dornelles de Matos, Dom Jaime Spengler, Fernando Lucchese, Germano Mostardeiro Bonow, além de representantes das Irmãs Franciscanas e dos grupos de voluntários que atuam na Instituição, como o Voluntárias pela Vida, em campanha de arrecadação de fundos para auxiliar na manutenção do espaço. Para oferecer moradia, alimentação e dispor de materiais de limpeza e de higiene para os 30 hóspedes, o acolhimento terá uma despesa média mensal de R$ 80. Quem estiver interessado em contribuir financeiramente com a causa, poderá fazê-lo da seguinte forma:

Depósito em conta no  Banco Itaú, agência 5906, conta 17293-6, CNPJ 92.815.000/0001-68 ou carnê de contribuição de R$ 60 por mês, pelo período de um ano.

 


Entrada da gruta
Entrada da Associação Madre Ana
Local de reza para passantes que descobrem a existência da gruta
A ESCADARIA DA RUA JOÃO MANOEL

Projeto original criou belvedere para apreciação do Guaíba 
A duas quadras do Palácio Piratini, uma antiga escadaria liga a parte alta da Rua Duque de Caxias e a parte baixa, na Rua Fernando Machado. Até o início do século XX, existiam diversas ruas para esse acesso. Devido a problemas estruturais, essas vias viraram becos fétidos pelo acúmulo de lixo. Um dos que mais problemas apresentavam eram o que existia no fim da Rua João Manoel. Devido ao forte declive, foi aprovado em 1928 um projeto da Seção de Desenhos da Comissão de Obras Novas determinando escadas e rampas no local, conhecido no século XIX como Ladeira da Formiga. O projeto era do arquiteto Christiano de La Paix Gilbert e a edificação a cargo da construtora de Thedor Wiederpahn. Um terço da obra foi custeado pela família Chaves Barcelos, dona dos imóveis de todo o quarteirão. O restante foi arcado pelos cofres públicos.
   A escadaria apresenta balaustrada na parte alta. Logo na descida, há um amplo patamar com duas escadas laterais para chegar à parte intermediária. Dois bancos chegaram a existir no local com dois conjuntos de luminárias. Era uma espécie de mirante para o Guaíba, quando não havia prédios e o crescimento irregular das árvores. 

Quando ainda dava para ver o Guaíba
Primeiro lance de escadarias
Duas partes de escada antes do mirante
Início da descida da escadaria no fim da Rua João Manoel

   Como em muitas outros recantos da Capital, a escadaria, tombada pelo patrimônio público da prefeitura apresenta-se bastante descuidada com depredações, sujeira, pichações e até mesmo servindo de morada para sem-teto que despejam nela necessidades fisiológicas. Mesmo sendo limpa pelos garis, o estado é lamentável. Além de não ser mais apreciada como um recanto aprazível, também não é utilizada com frequência como passagem da Duque de Caxias para a Fernando Machado ou vice-versa. 




No vão do canto esquerdo, sob a escadaria, fica a saída do túnel, que dá no pátio do arquivo, que ficava na margem do Guaíba
TÚNEL QUE LIGAVA PALÁCIO PIRATINI AO ARQUIVO

Ainda é um mistério para alguns historiadores a existência dos túneis, cujas algumas entradas (e saídas) aparecem no Palácio Piratini e no Arquivo Público. Alguns pesquisadores dizem que a origem remonta muito além da época da Guerra dos Farrapos, quando o então governador da Província usou o caminho secreto saindo do Palácio, passando por baixo de onde hoje é a Assembléia Legislativa e saiu no Arquivo Público, na Rua Riachuelo e então pegando o navio, já que o Guaíba chegava à altura da Rua da Praia. Consta que, ao tomarem Porto Alegre, os farrapos conheceram cinco túneis com saídas para os lados que levavam ao fim da cidade, nos Altos da Santa Casa e Praça do Portão, na atual Fernando Machado e na Riachuelo, que já foi mencionado.

Saída do túnel no canto  esquerdo
Atualmente o túnel está bloqueado

Detalhe da porta do túnel




ESCADARIAS DA TRAVESSA 24 DE MAIO

Situado entre a Avenida Borges de Medeiros e a Avenida André da Rocha, no Centro Histórico da Capital, a Travessa 24 de Maio chama atenção de quem decide subi-la. O detalhe mais interessante é que os degraus são usados como cadernos de poesias. Essa escadaria foi construída em 1942, 28 anos depois da construção do Viaduto Otário Rocha. localizado uma quadra a oeste. O local se chamava Beco da Fonte. Em 2007, houve uma remodelação promovida pela Associação de Amigos da 24 de Maio e adjacências.
A surpreendente modificação, porém, ocorreu entre o final de 2011 e início de 2012, quando foi desenvolvido no local uma intervenção artística chamada Artemosfera, um circuito de arte urbana promovido pela RBS com apoio de Tintas Renner e prefeitura de Porto Alegre, com patrocínio de Chevrolet, Zaffari, Braskem e Tim.
A artista plástica escolhida, Clarissa Motta Nunes, fez um trabalho excepcional. Não apenas restaurou as escadarias como tornou um local um cartão postal da cidade. Durante seu trabalho, Clarissa entrevistou os moradores da travessa que já tinha o nome de 24 de maio, em homenagem à data da Batalha de Tuiuti durante a Guerra do Paraguai. Baseada na célebre escadaria Celeron, que liga o bairro da Lapa ao Convento de Santa Tereza, no Rio de Janeiro, a artista utilizou 3.300 peças. Nos degraus, deixou poesias e frases ouvidas durante as entrevistas dos moradores do local, colocando ainda poemas de autores famosos como Carlos Drumond de Andrade, Paulo Leminski, Erasmo Carlos, Rita Lee e outros.





  


Referências:
Wikipédia
Blog ArquivoPoa- A Memória de Porto Alegre -  www.arquivopoa.blogspot.com.br