sexta-feira, 30 de maio de 2008

CHARAPIADA (MISTURA DE CHARADA COM PIADAS)

Uma evangélica fervorosa, que lia a Bíblia da manhã à noite,
vai a um encontro religioso. Logo depois do almoço, em que foi servida salada de maionese, ela morre.
Qual foi a causa da morte?











RESPOSTA:
Foi excesso de salmonela.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

FERIADO DE CORPUS CHRISTI

Acredito que poucas pessoas sabem o que significa Corpus Christi. A maioria sabe apenas que é um feriado religioso. Alguns acertam quando dizem que se refere ao corpo de Cristo, mas, mesmo sendo católicos praticantes, não têm a menor idéia do motivo do feriado. Como sou curioso, fui atrás e encontrei a resposta que transcrevo abaixo. Mais ou menos por esta época, no ano passado, localizei o texto no excelente site Migalhas, que é freqüentado mais por profissionais ligados aos meios jurídicos.

Corpus Christi é uma festa ao Corpo de Cristo. É uma data adotada pela Igreja Católica para comemorar a presença real de Jesus Cristo no sacramento da Eucaristia, pela mudança da substância do pão e do vinho na de seu corpo e de seu sangue. Foi instituída pelo Papa Urbano IV (Bula 'Transiturus' de XI de agosto de 1264), para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.
Um acontecimento principal ajudou o papa a instituir a comemoração. A visão de Santa Juliana de Cornillon, monja agostiniana de Liège, na Bélgica. Segundo Juliana, Jesus pedia uma festa para testemunhar o significado da Eucaristia para a vida do cristão. A "Fête Dieu" (Festa de Deus), como inicialmente foi chamada a Festa de Corpus Christi, começou na paróquia de Saint Martin em Liège, em 1230. Em 1264, o papa Urbano IV estendeu-a para toda a Igreja católica.




domingo, 18 de maio de 2008

AS PALAVRAS ERRADAS E A CONSAGRAÇÃO PELO USO

Se tem uma coisa que não entendo é a facilidade com que as pessoas aceitam erros. Para não passarem por puristas, acabam admitindo expressões equivocadas sob o argumento de que o uso já consagrou a nova forma. Não têm o menor respeito com o sentido das palavras ou frases.
Na verdade, se na primeira vez que escreveram a expressão "vítimas fatais" alguém tivesse criticado, esse erro não seria cometido e não se consagraria pela repetição. Daí, alguém achou bonito o termo errado e copiou. E foi também reproduzido, e se seguiu uma corrente de analfabetismo até o ponto em que o novo termo é aceito pelo argumento de que está consagrado pelo uso. Se isso não é importante, então por que criticam os erros praticados por aqueles que, por falta de estrutura social ou financeira, não conseguiram estudar e por isso falam e escrevem errado?


Acidente causou uma vítima fatal
A expressão "vítima fatal" não existe. Fatal vem do latim fatale e significa "que mata", "que causa morte" e não que morre. Ao dizerem ou escreverem que há mortos em acidentes, não conseguem uma outra maneira para expressar essa idéia e, por isso, referem-se a vítimas fatais. Uma rápida consulta ao google já mostra a repetição da expressão.


O jogador sentiu a coxa.
Ora, se ele sentiu a perna, é sinal que tem sensibilidade nessa parte dos membros inferiores. Não se entenderia por que haveria algum problema. Teria de ficar fora do jogo se não sentisse a perna, se ela estivesse totalmente adormecida. O certo foi o que o repórter Bruno Laurence falou a seguir, ao apresentar a matéria: "O jogador sentiu dor na parte posterior da coxa esquerda." Ele poderia ter sentido uma fisgada, um problema. Além disso, dizer que sentiu a perna dá idéia de que tem uma perna só.

Furto e roubo não são a mesma coisa

Para a maioria das pessoas, furto e roubo (ou assalto) significam a mesma coisa. Mas são diferentes. Furto é quando o ladrão tira algo da vítima sem que ela perceba. Por exemplo: quem entra em uma casa na ausência do dono e leva algum objeto ou dinheiro, realizou um furto. O ato de quebrar uma janela, uma porta ou um telhado para entrar é arrombamento. Arrombamento pode ser sinônimo de furto, mas nem sempre furto é sinônimo de arrombamento. Outro exemplo é o furto de carteira (a punga), de bolsa (chuca). O crime está relacionado no artigo 155 do Código Penal. A pena é de um a quatro anos de prisão mais multa para o furto simples.
Roubo é quando o crime acontece na presença da vítima, com arma ou não. Assalto é a mesma coisa. Esse crime está tipificado no Código Penal no Artigo 157, com pena de quatro a dez anos de prisão, se não houver agravantes.
Mas atenção! Não vamos ser tão radicais. Quando a frase está na boca do personagem, não é necessária essa diferença. O mesmo ocorre no sentido figurado como "o juiz roubou" ou ela "roubou meu coração" ou "senti-me roubado ao ver o preço do tomate".
Todos são unânimes
3) Todos são unânimes em afirmar que o réu é inocente. O réu pode ser inocente, mas esse que escreveu a frase é culpado de ter cometido um pleonasmo bem chato. Se há unanimidade, é claro que são todos. Na verdade, talvez a palavra tenha sido empregada no sentido errado de "categóricos".

Um dos que
5) O artista era um dos que estava participando do festival. O autor dessa frase é um dos que costumam errar na concordância. A confusão deve ter sido feita porque existe a frase "um dos artistas era meu amigo." Sempre que há "um dos que", o que se segue deve ser plural.

O centroavante nem concentrou.
Alexandre Pato, que concentrou as atenções dos torcedores, concentrou-se com os demais titulares. O verbo concentrar no sentido de reunir alguma coisa ao redor de si é transitivo direto, isto é, necessita de complemento, no caso o objeto direto. Já concentrar-se é verbo pronominal e significa ficar concentrado ou manter-se na concentração.

Encarar de frente
Nunca soube de alguém que encarasse algum problema de costas até porque aí não seria encarar; seria talvez "enucar". Talvez a frase correta fosse "encarar o problema com seriedade, com responsabilidade, com espírito de luta.

Elo de ligação
A palavra elo já significa ligação, elo é a argola que faz parte de uma corrente. "A prisão de Fulano era o elo que faltava para a ligação entre as duas quadrilhas", mas não "o elo de ligação" das quadrilhas.

De mala e cuia
Outro dia estava vendo um noticiário em televisão do centro do País e o repórter lascou esta:
Fulano se mudou de mala e cuia para a Europa.
Essa expressão começou a ser usada quando repórteres e artistas gaúchos se mudaram para São Paulo e Rio na década de 80. Como custumavam tomar chimarrão, fazia sentido dizer que haviam se mudado de mala e cuia, que significava, fixar residência, mudar para morar no outro lugar. Daí um paulista ou carioca se mudar de mala e cuia para a Europa? Seria o mesmo que dizer que o gaúcho saiu de Porto Alegre via pau-de-arara.




quinta-feira, 8 de maio de 2008

ELA NA PALMA DA SUA MÃO


O Criador do Universo concluiu a primeira parte da sua obra na Terra e começou a pensar na povoação com seres humanos.
Depois de programar a evolução da espécie até chegar ao homem, pensou em uma forma de homenagear aquela que seria responsável por dar à luz um novo ser.
Foto da Internet
A maneira escolhida por Ele foi criar um gene que determinasse a formação, pelas linhas da mãos, de uma letra inicial da palavra "mãe".
Assim, é "mãe" em português, "madre" em espanhol e italiano, "mother" em inglês, "mutter" em alemão, "mére" em francês, "mat" em russo e "moeder" em holandês, para ficarmos somente nos idiomas mais conhecidos.
Observem: todas as pessoas nascem com uma letra "M" na palma da mão, para que nunca se esqueçam daquela que os gerou, que os cuidou, que se preocupou com os seus filhos e sempre se preocupará. Mãe é aquela que chora com as suas tristezas e ri com as suas alegrias e nem sempre é compreendida.
No próximo domingo, Dia das Mães, olhe para a palma das suas mãos e siga o conselho cifrado enviado pelo Programador.
Se a sua mãe é viva, faça um carinho nela. Se ela já passou para o andar superior, junte os dois emes das palmas das suas mãos e reze da forma que desejar, independentemente de religião.
Mesmo que você não acredite em reencarnação ou em outra vida, seu gesto lhe fará muito bem, tenho certeza.
Por fim, um recado para as poucas mães que não cumprem o seu papel: ser mãe não é só gerar. Ser mãe é amar, proteger e educar.
(Publicado no Diário Gaúcho, página 34, em 8 de maio de 2008)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

DIA INTERNACIONAL DO TRABALHO

Neste primeiro de maio, em vez de sinalizar o Dia do Trabalho, prefiro ressaltar a existência daquele que move o mundo com sua dedicação. Não me refiro aos que ganham muito dinheiro com o trabalho, embora isso não seja passível de crítica. O que é lamentável é a exploração desonesta do esforço alheio. Lamento a existência de uns poucos com muito e a quase totalidade com quase nada. Enfim, é difícil mudar. O homem é o explorador do próprio homem.

Deixando de lado essas considerações, vamos à homenagem. É um texto conhecido, do filósofo Brecht, mas há certamente muita gente que ainda não teve acesso a ele.



Quem construiu a Tebas das Sete Portas?
nos livros constam os nomes dos reis.
Os reis arrastavam os blocos de pedra?
E a Babilônia tantas vezes construída
quem a ergueu outras tantas?
Em que casa de Lima radiante de ouro
moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros
na noite em que ficou pronta a Muralha da China?
A grande Roma está cheia de arcos de triunfo.
Quem os levantou?
Sobre que triunfaram os césares?
A decantada Bizâncio só tinha palácios para seus
habitantes?
Mesmo a legendária Atlântida
na noite em que o mar a engoliu, os que se afogavam
gritavam pelos seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Ele sozinho?
César bateu os gauleses
Não tinha pelo menos um cozinheiro consigo?
Felipe de Espanha chorou quando sua armada naufragou.
Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu, além dele?
Uma vitória em cada página.
Quem cozinhava os banquetes da vitória.
Um grande homem a cada dez anos.
Quem pagava suas despesas?
Tantos relatos.
Tantas perguntas.




Sobre o autor:

Bertolt Brecht nasceu nasceu na Alemanha, em Augsburg, em 1898. Pouco depois de começar um curso de medicina, em 1917, foi chamado para o exército para trabalhar como enfermeiro em um hospital militar.
Brecht começou a escrever seus primeiros poemas e cedo se rebelou contra o que considerava como "falsos padrões" da arte e da vida burguesa, corroídas pela Primeira Guerra.
Esse tipo de pensamento aflora na primeira peça, um drama expressionista chamado Baal, criado em 1918. Brecht passou a colaborar então com os diretores Max Reinhardt e Erwin Piscator.
Já no final dos anos 20, o escritor recebeu instruções marxistas do filósifo Karl Korsch.
Em 1928, faz com Kurt Weill a "Ópera dos Três Vinténs". Com a ascensão de Hitler, deixa o país em 1933, e se exila em países como a Dinamarca e Estados Unidos, onde sobrevive à custa de trabalhos para Hollywood.
Brech faz da crítica ao nazismo e à guerra tema de obras como "Mãe coragem e seus filhos" (1939). Vítima da patrulha macartista, parte em 1947 para a Suíça - onde redige o "Pequeno Organon", suma de sua teoria teatral. Volta à Alemanha em 1948, onde funda, no ano seguinte, a companhia Berliner Ensemble. Morreu em Berlim, em 1956.