segunda-feira, 18 de abril de 2016

MAIS UMA DICA SOBRE CRIAÇÃO DE TEXTO - EVITE O USO ERRADO DO "MESMO".

Para começar, quero dizer que nada tenho contra o vocábulo "mesmo'. Eu mesmo tenho usado bastante "o mesmo" nos textos, mas nunca no mesmo texto como o fiz agora propositadamente. Quero observar que nem sempre o mesmo está errado. Quando digo que xará é o mesmo nome, está tudo correto. Mas quando escrevo que "o motorista andou três quadras de carro buscando uma vaga de estacionamento para o mesmo", aí é um erro, um desperdício de espaço, mesmo que haja lugar para mais texto.
   Essa história de mesmo pode até fazer algum se atrapalhar como aconteceu com o Amigomeu. Veja em http://migre.me/tnH5b

quinta-feira, 7 de abril de 2016

PARABÉNS A TODOS OS MEUS COLEGAS NO DIA DO JORNALISTA

Neste dia de homenagem aos profissionais que optaram por se transformar no elo entre a notícia e o leitor, quero deixar aqui uma homenagem a todos os colegas de profissão. Lembro-me com saudade e carinho de tanta gente que já subiu para a Redação Celestial como o chargista Ronaldo Wastermann, o impagável Paulo Acosta, o Olyr Zavascki, a inha conterrânea Eunice Jacques, o Remi Baldasso, e neste ano, o Wanderley Soares, meu chefe em duas redações, além de muitos outros. Lembro de tantos outros, com quem convivo e a quem agradeço tanto pela amizade quanto pelo caráter, pelas constantes trocas de ajudas como o grande Nilson Souza, o cerebral Mário Marcos, o incrível Luiz Fernando Aquino, o batalhador e criativo Renato Dornelles, o Eugênio Bortolon, a Thais Bretanha, o Renato Panatieri e o Darci Demétrio, entre  tantos outros que se eu fosse listar aqui só iria parar no fim do ano.

Para comemorar a passagem deste Dia do Jornalista, coloco aqui e no Facebook uma diversão para aqueles que gostam do ofício de brincar e de falar sério utilizando as palavras. Escolhi, aproveitando-me agora da minha função de revisor, dez palavras. Digam-me lá, sem conferir no Google nem perguntar para os universitários, nem consultar as cartas ou os oráculos, qual desses vocábulos está grafado correto.


Estrepolia
Convalescência
Manemolência
Beringela
Enchergar
Suscinto
Capotamento
Borburinho
Cortume




RESPOSTAS:

Só um deles está correto: Manemolência. Mas não me recordo de alguém que tenha escrito ou falado certo. O que tenho visto é o uso de Malemolência. A palavra malemolência tem origem em um certo personagem baiano chamado Mané Mole. Por causa dele, se criou o adjetivo manemolente, que significa cheio de molejo, ginga e malandragem. Mas aí alguém com carisma confundiu o termo com malevolência, que significa maldade, e achou que seguia a mesma linha, criando malemolência. Pedro Bial se encarregou de espalhar o termo em um Big Brother. Tanta gente começou a usar o termo errado que até os dicionários passaram a registrar como válido. Até o Volp, Vocabulário Ortográfico da Lingua Portuguesa apresenta Manemolência e Malemolência como aceitáveis na língua portuguesa. Vá entender.

Os outros termos estão errados: o correto é ESTRIPULIA, CONVALESCENÇA, BERINJELA (derivado do tupi-guarany e por isso com jota), ENXERGAR, SUCINTO, CAPOTAGEM (embora muita gente use capotamento), BURBURINHO e CURTUME (de curtir e não de cortar).


   Foi naquela estripulia que acabou acontecendo a capotagem. Ainda 
no hospital, em convalescença, tomando sopa de berinjela, fez um relato sucinto do que conseguia enxergar; pela janela: o outro motorista caminhava, com manemolência, em meio ao burburinho, na saída do curtume.



sábado, 2 de abril de 2016

O ASSASSINATO DA ÁRVORE

Acordo com o som estridente e intermitente de uma motosserra. Parece aquele ruído do antigo motorzinho de um dentista de mau humor, insensível, que desiste de salvar um dente sadio,  preferindo arrancá-lo pela raiz.
      Levanto e percebo que estão cortando a arvore na divisa com o meu terreno nos fundos do pátio. O temporal de 29 de janeiro quebrou um galho da árvore e o deitou sobre o telhado da minha garagem. Hoje cortaram a árvore por completo a pedido do proprietário e dos inquilinos. Eu só queria que tivessem tirado o grande galho quebrado. 
      Os donos do local alegaram que o vegetal os incomodava e que suas raízes ameaçavam derrubar o muro. É muito mais fácil destruir uma árvore do que reerguer um muro.
     Agora olho aquele vazio com tristeza. É só um vazio. Sem aquela beleza verde, sem a sombra, sem os pássaros, sem mais nada. Mas enfim, a árvore não era minha,não estava no meu terreno.
     Senti no ar um clima de tristeza. Foi como se ouvisse um lamento ou sentisse pingos de lágrimas do céu. Com certeza, eram do choro da alma de quem plantou aquela árvore. Que Deus a console. Amém.


Vendaval de 29 de abrir arrancou pedaço da árvore do vizinho
Cortaram a árvore privando-me da sombra e do canto dos pássaros