terça-feira, 27 de agosto de 2019

A MUDANÇA NA NOMENCLATURA DOS DEDOS DA MÃO

Eu era pequeno, lá em Seival, e minha mãe me ensinava os nomes dos dedos da mão.
Começava pelo menorzinho: Este é o Minguinho. Depois o Seu Vizinho, o Pai de Todos, o Fura-bolos e o Mata-piolho.
Hoje, quando o tempo já borrifa com a neve a minha barba e os meus cabelos, e já não tenho minha querida mãe há 20 anos, olho meus dedos e observo outros nomes sendo utilizados à minha volta. Já não há mais o tom lúdico e a doçura infantil dos apelidos da infância.O dedo mínimo é usado para limpar ou coçar o ouvido. O anelar esquerdo mantém a aliança cada vez por menos tempo. O indicador não fura mais alimento como na travessura infantil e é usado como o dedo duro do alcaguete. O polegar não trucida mais o inseto. E o Pai de Todos é usado no trânsito para mandar àquele lugar quem ousar fazer qualquer crítica ao mau motorista.

VIDACURIOSA APRESENTA: A CHEGADA DO QUINTO NETO

Estrelando
PEDRO HENRIQUE NUNES RAMOS





Estreou no domingo, no Hospital Moinhos de Vento a "Chegada do Quinto Neto", um filme baseado totalmente em fatos reais que vem agradar corações e fazer babar avós, papais, tios, tia, irmã  e amigos em geral. Estrelado pelo jovem ator Pedro Henrique, tem a participacão maravilhosa de Cris Nunes e João Pedro Ramos. Em breve correndo por aí pela casa com o Natan, o Raphael, a Luísa e a maninha, Lua Gabriela, aumentando o número de avolices para o avô babão contar.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

JOVEM TOCA VIOLINO NA RUA EM BUSCA DE UM SONHO

Salatiel Pereira, de 18 anos, é mais um dos músicos que encontrei mostrando sua arte na Rua da Praia. Mas não é uma história qualquer. Conhecido em sua comunidade no Passo das Pedras como Guri do Violino, ele tem dois sonhos. Um deles é participar de um intercâmbio cultural na Inglaterra. Para conseguir recursos para a viagem, ele toca nas ruas. Em dias de semana, ele se apresenta na Rua da Praia. Nos domingos, toca no Brique da Redenção. Ele mantém também uma lojinha virtual para vender roupas e mantém uma varinha no Instagram. Assim que conseguir o dinheiro para as despesas e acertar sua dispensa do serviço militar, o jovem pretende viver esse sonho. 
O outro sonho é ajudar a comunidade no Passo das Pedras: "Vou ensinar o pouco que sei", diz, modestamente, o jovem que começou a tocar com nove anos e que integra a Orquestra Jovem. O telefone dele, para eventual contato, é (51) 993250273.

domingo, 11 de agosto de 2019

AMIGOMEU NÃO CONTAVA ESTRELAS MAS...

Ao publicar essa ideia mais recente que me veio à mente, sobre contar estrelas, lembrei-me do Amigomeu.
    Foi assim. Um dia Amigomeu foi visitar, lá em Bagé, a minha saudosa irmã Dóris, a mais velha entre nós seis. Num determinado instante, ele entrou no banheiro, o único da casa. De repente, os moradores notaram que já haviam se passado mais de 50 minutos, e o Amigomeu não havia saído do banheiro.
Imediatamente, Dóris e o resto da família ficaram preocupados. Não tinham notado nada estranho na fisionomia do Amigomeu, mas será que teve algum problema de saúde? O tempo foi passando e todo mundo preocupado. Ninguém perguntou nada a ele. Quase duas horas depois, Amigomeu saiu do banheiro aparentando a tranquilidade de sempre. Várias pessoas já estavam apertadas, e só então o local de tirar água do joelho havia sido liberado.
     Antes que alguém tocasse no assunto, sobre essa longa estada no banheiro, Amigomeu fez uma pergunta para a minha irmã, que esclareceu tudo: "Dorica, tu sabes quantos azulejos existem no teu banheiro? De boca aberta, minha irmã só respondeu: "Não faço a mínima ideia."
E ele, com a expressão de quem tem uma grande informação para contribuir para a cultura da humanidade, respondeu:
     - São 846 azulejos - disse e saiu para a cozinha para tomar café.
    Uns poetas contam estrelas. O Amigomeu contou azulejos.

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

CAMINHANDO E CANTANDO

Pegando carona numa quadrilha antiga.

"Eu fui contar as estrelas
com a pontinha da espada.
Comecei à meia-noite,
terminei de madrugada."

Também fui contar estrelas
mas não consegui tabuada
Contei tantas, tantas delas,
que minha'mão ficou cansada.
Fui pra dentro, fui pra cama.
Me tapei com o lençol.
Melhor que contar estrelas,
deve ser contar o sol.
Porque o sol é só um
e só uma é a lua.
Como as mulheres bonitas
os dois iluminam a rua.
Das imagens dessas divas
a que mais brilha é a tua.
De repente, a porta se abre
teu sorriso me ilumina,
Com o brilho dos teus olhos
meu coração se alucina.
No meu quarto iluminado
eu então fecho as cortinas.
Estou agora no céu,
para mim é o paraíso.
 nem dinheiro, nem posses, 
te ter aqui do meu lado
é tudo o qu'eu preciso.









segunda-feira, 5 de agosto de 2019

PATROCINADO PELA INSÔNIA

Estou jogando bola. O local é o campo de futebol do Santa Rosa, em Seival, doado pelo meu tio-avô Floriano Brisolara  da Rosa da herança do pai dele, Egydio Brisolara da Rosa.. É um terreno cercado de casuarinas e eucaliptos. Os lances principais são na goleira de baixo, na direção da caixa d'àgua e da estrada antiga de quem vem de Bagé, pela estrada antiga, passando pela Trigolândia, na Hulha Negra.
Jogo com desenvoltura, com incrível energia física ainda, faço passes, mato a bola no peito ou no pé, faço gols. Tem rede nas goleiras, mas não é partida oficial. Digo isso porque são constantes as trocas de goleiro. Todos querem jogar na linha, por isso há constante revezamento. Quando chega a minha vez de ir para o gol, ouço um voz:
- Podes pôr o Luciano para fazer xixi.
 Saio do sonho para a realidade.
 Acho que o sonho, quase real de estar jogando futebol tem origem na saudade constante dos tempos de pré-adolescente, do futebol e da terra natal. Reforçado do fato de uma postagem retirada do meu blog Vidacuriosa e colocada no Facebook.
Depois de atender o filho especial, pego por momentos de insônia, registro o sonho para não esquecer. Se não faço isso, as lembranças do que sonhei e meus pensamentos desaparecem da memória no dia seguinte.