segunda-feira, 29 de julho de 2019

PARABENIZANDO QUEM TEM QUE SER ELOGIADO

Depois de meia hora de espera para pagar uma renegociação de IPTU, nos escritórios da prefeitura, na Travessa Mário Cinco Paus, eis que o marcador de senhas indicou a minha. Quando me dirigi para o guichê, no lugar estava um idoso bem mais idoso do que eu, a quem eu vira chegar há pouco com aquelas dificuldades para caminhar que a longevidade traz. Ele estava acompanhado de três integrantes da família, eu suponho. A atendente olhou pra mim e explicou que o homem, que recém chegara, seria atendido em meu lugar. Sabem o que eu senti na hora? Senti uma grande felicidade por ter sido escolhido para aquela medida extremamente humana, antiburocrática e sensata. E senti também orgulho daquela atendente ou do setor inteiro. Eu não deveria me surpreender porque esse deveria ser o comportamento de todo o sistema, mas me chamou atenção porque infelizmente não é  a esse tipo de comportamento que estamos acostumados a ver. Poucos minutos depois fui atendido e fiz questão de parabenizar a moça do guichê do lado.
  Como jornalista sempre vê um pouco mais sobre o que acontece, reclamei, numa boa, do fato de os burocratas do ITPU marcarem para o dia 29 o pagamento do imposto, ou da renegociação do imposto. Quase todos os trabalhadores,  aposentados e pensionistas recebem seus pagamentos nos primeiros dias do mês. Por que a cobrança é no dia 29, quando certamente já não se têm mais dinheiro? Os próprios servidores públicos estaduais não conseguem receber em dia e chegam a enfrentar agora o encontro do atraso de um mês com o outro. Algum puxa-saco de plantão já deve estar me perguntando: por que não guardar para pagar no dia 29? Porque isso é quase impossível: no dia 29, quando vence o IPTU se tiver que escolher entre pagar o imposto ou alimentos para a família, quem escolheria deixar de comer ou usar em algo que tenha sido urgente?


















domingo, 28 de julho de 2019

MORRE MILTON JUNG, O MAIOR APRESENTADOR DE NOTÍCIAS DO RÁDIO GAÚCHO

Milton Ferretti Jung,  a Voz do Rádio 
Morreu, na manhã de sábado, aos 83 anos, Milton Ferretti Jung, o mais consagrado locutor esportivo e noticiarista do Rio Grande do Sul e um dos maiores do Brasil. Milton Jung trabalhou por 56 anos na Rádio Guaíba, onde apresentava o noticiário Correspondente Renner que teve também outros patrocinadores. Milton atuou ainda como narrador esportivo igualmente na Guaíba. Com doença de Alzheimer há vários anos, o radialista estava internado no Hospital Moinhos de Vento e sofreu um choque séptico relacionado a uma infecção respiratória complicada por insuficiência cardíaca. Ele deixa a mulher, Maria Helena e os filhos Milton, Christian e Jaqueline, e quatro netos. Milton Jung Júnior é âncora do Jornal da CBN.


   

terça-feira, 23 de julho de 2019

MAIS SOBRE A CONQUISTA DA LUA


Ainda sobre os 50 anos da chegada do Homem à Lua. A história mais interessante, ainda que seja lenda, foi a de que a primeira coisa que Neil Armstrong teria dito, após pisar no solo lunar, foi: "Good luck, Mr. Gorsky (Boa sorte, Mr. Gorsky ). Ninguém entendeu sobre o que Armstrong estava falando. Foi então que surgiu a história de que o pequeno Neil, aos 8 anos, estava jogando basebol na vizinhança e a bola caiu junto à janela do quarto dos Gorsky. O garoto então ouviu a esposa falando para o marido:
- Você quer fazer sexo anal? Esquece. Só quando o menino dos Armstrong pisar na Lua.
Por isso, ao chegar ao satélite natural da Terra, Neil Armstrong teria dito: Boa sorte (ou vai em frente) Mr.Gorsky.
A história é muito interessante, mas não é real. O próprio Armstrong, que não gostava muito para falar, não confirmou nem desmentiu.  A Nasa divulgou que não há registros de que o primeiro astronauta a pisar na lua tenha dito essa frase. Isso teria sido fruto da criatividade de um humorista chamado Buddy Hackett.

LEMBRANÇAS DOS 50 ANOS DA CHEGADA DO HOMEM À LUA

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, noite e atividades ao ar livre
Em 1969, a nave Apolo 11 transportou Neil Armstrong, Aldrin e Colin para a investigação in loco do satélite da Terra 
     O dia 20 de julho estava terminando, completei minhas as tarefas no sábado e consegui marcar por aqui uma data importante. Olhei para o céu e não a vi. Mesmo assim recordo que, há exatos 50 anos, o Homem pisou na Lua. Lembro bem daquele dia. Esse fato completa o mesmo número de anos desde que viajei da minha terra natal, Bagé, para este misterioso planeta, Porto Alegre, a bela capital do Estado.
     Neste nosso Brasil cheio de dúvidas, sei de muita gente que não acredita que os norte-americanos chegaram à Lua. Li muitos argumentos que indicariam uma farsa, como a ausência de estrelas nas imagens, bandeira tremulando sem que exista vento na superfície da Lua e a tomada de imagem da pisada de Neil Armstrong a partir do satélite natural da Terra, e uma farsa para ganhar dos russos na corrida espacial. Li também os argumentos que explicam as desconfianças e garantem que os EUA estiveram na Lua, aonde pretendem voltar em 2024. O que não li é que, se minha memória não falha, Armstrong, Aldrin (Buzz) e Michael Colling dialogavam em tempo real com Houston, apesar da distância entre o planeta e seu satélite natural. Se eu descobrir que a memória me traiu, conto aqui e suprimo essa parte. É que noto que até hoje as televisões, pelo menos as brasileiras, trabalham com delay de cerca de 5 segundos nos diálogos entre repórteres e âncoras, para distâncias não muito grandes.
    A questão da disputa com a Rússia ajuda na teoria da realidade. Os russos estavam ganhando a corrida, com Yuri Gagarin, o primeiro homem no espaço, mas os americanos viraram o jogo com a conquista da Lua. Se fosse uma farsa, os russos não descobririam e não botariam a boca no trombone? Naquele tempo, não havia VAR, mas os russos teriam conhecimentos científicos para desfazer falcatruas.
De qualquer forma, foi um acontecimento fantástico.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

UM COMPORTAMENTO ESTRANHO EM PORTO ALEGRE

Uma cena no centro da Capital lembrou-me o meu amigo Ayres Cerutti, permanentemente preocupado com o descuido das autoridades em relação à conservação das calçadas e ruas, eivadas  de buracos. Pouco antes do meio-dia, caminhando pela rua Sete de Setembro, tive minha atenção despertada para um idoso que se abaixou, arrancou um pedacinho da calçada e saiu carregando aquele bloquinho de concreto como quem pega uma fruta de uma árvore. Como seguia pelo meu trajeto, acompanhei-o, intrigado,  tentando entender o que ele estava fazendo. O homem dobrou à direita na rua Caldas Junior e aparentava uma tranquilidade de um menino que tivesse apanhado um pedaço de madeira do chão. Meu cérebro maquinava para tentar entender o que ele fazia. Quando passou pelo Estúdio Cristal, onde a Rádio Guarda apresentava um programa ao vivo, temi que ele pudesse jogar aquele pequeno bloco no janelão de vidro.
     Até me preparei para intervir se fosse o caso. Mas o homem passou e dobrou na Rua dos Andradas,  cruzando-a na direção do supermercado. Minha curiosidade se aguçava.  Será que ele iria colocar aquela barrinha retangular de concreto em algum buraco similar em algum lugar? Ou levaria para casa? Minhas dúvidas se dissiparam parcialmente.  Ele se aproximou de um contêiner de lixo e pisou no pedal que abriu o compartimento. Quando ele largou ali,  não resisti e perguntei por que ele fizera aquilo. O idoso me olhou, não respondeu e sumiu no meio da multidão. Não quis julgá-lo, segui meu caminho apenas imaginando o motivo de certas pessoas fazerem certas coisas na Capital.
I.V. 100%

q

quarta-feira, 17 de julho de 2019

UMA PIADINHA DE PESCADOR PARA ALIVIAR UM POUCO TENSÃO

Pouca gente conhece pessoalmente o Amigomeu. Um dos que costumam falar com ele é o Cláudio, funcionário da Farmácia Sanar, na Avenida Carlos Barbosa, a duas quadras do Estádio Olímpico e da igreja da Medianeira. Como fica perto da minha casa, Amigomeu costuma passar nessa farmácia e conversa bastante com o pessoal de lá. Outro dia, o Cláudiome contou que o Amigomeu esteve por lá e contou uma história da vida dele, garantindo que foi verdade.
   Amigomeu disse que, numa bela noite de verão, saiu sozinho pra pescar no rio Jaguarão, nas proximidades do Seival, na época terceiro distrito de Bagé. Botou um punhado de minhocas em uma lata vazia de leite Ninho, jogou dentro da carroça e se foi em direção ao rio. Aqueles campos de Seival, que agora é distrito de Candiota, são cheios de buracos e de saliências como as que ficam com os cocurutos criados pelos cupins. Daí a carroça, puxada pelo petiço gateado, se foi aos trancos e barrancos. 
   Quando chegou na beira do rio, que pra nós era apenas um arroio, Amigomeu preparou os apetrechos de pesca - caniço, linha e anzol. Foi quando não achou a isca. Com certeza, nos solavancos, a lata com as minhocas caiu e ficou no campo. Estava escuro, e ele decidiu que não perderia tempo procurando. Pegou da mochila uma salsicha e decidiu usá-la como isca. Os peixes não iriam reclamar. 
   Enquanto cortava a salsicha em pedaços, Amigomeu notou ao lado uma cobra com um sapo na boca. Daí ele pensou: "Se é bom pra cobra, o sapo também pode ser uma isca boa pros peixes. E imediatamente pegou a cobra, tirou o batráquio da boca do ofídio e trocou por uma salsicha. A serpente se sumiu com o petisco na boca.
   Passaram-se umas duas horas, e enquanto esperava pacientemente a boia afundar pra avisar que algum peixe pegara a isca, Amigomeu quase dormiu. Mas teve a atenção despertada por um puxão na bombacha. Ao ver o que era, deparou com a cobra parada na frente dele, com mais um sapo na boca. Jurou que foi tudo verdade e disse que não falou a marca da salsicha pra não fazer propaganda de graça da empresa. Esse amigo meu é um baita mentiroso.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

AMIGOMEU COMENTA LANÇAMENTO DO LIVRO DESMIOLADOS 3

Amigomeu apareceu cedo lá em casa neste domingo. Passou para adquirir o livro Desmiolados Volume 3. Já saiu detonando:
- Trinta e cinco paus é muito caro. Aliás, tu é que devias me pagar para contar as minhas histórias. Baita mentiroso. Espero que não tenhas contado sobre aquela vez que eu pisei num cagalhão na rua e entrei num consultório médico sem me dar conta do estrago.
- Essa eu não botei no livro, só no blog Vidacuriosa. A única história com teu nome foi de um suposto parente teu na época de Cristo.
  Entre um mate e outro, Amigomeu me contou que esteve no sábado no Chale da Praça XV. Afirmou que "não seria um friozinho de nada que o impediria de prestigiar o amigo. Mas, atrapalhado e xucro como sempre, achou que o lançamento do livro  fosse na Casa de Cultura Mario Quintana. Além disso, confundiu o horário das 17h com sete da noite e esperou um tempão no lugar errado. Quando por fim descobriu que era no Chalé da Praça XV, diante do Mercado Público, acabou se atrasando.
- Mas bá, tchê! Quando cheguei lá a tal sessão de autógrafos já tinha acabado e me disseram que tu já tinhas ido embora. Daí fiquei ouvindo uns caras tocando. Tim um tal de Quindim, que toca uma enormidade o saxofone. Me disseram que, na infância, o tal Quindim tinha sido menino de rua. Me emocionei com a história dele dele e com a música embora não  faça o meu gosto, ele não toca Gildo de Freitas nem Teixerinha. Mas no sax o cuera é taura. Também gostei do tal de Jota Agá, outro nome esquisito, e dos guitarristas Luciano Riquez e o Roberto Azevedo.
- Aí eu tive que corrigir o Amigomeu:
- Em primeiro lugar, o nome do saxofonista não é Quindim, é King Jin. E ele não foi menino de rua. Ele se consagrou como músico, compositor de uma das melhores bandas de Porto Alegre, a Garotos da Rua. E o guitarrista não é Roberto Azevedo, é Ricardo Azeredo, um ex-reporter da
 RBS TV.
Amigomeu não se dá muito bem com as letrinhas,mas gosta de ler textos bem-humorados e simples. Ele deu uma olhada no livro e gostou. Mas criticou um erro logo no meu texto de apresentação em que eu escrevi Papel Noel em vez de Papai Noel.
- Bá, tchê! Logo tu que é revisor.
Sobre o lançamento do livro ele gostou da alegria incontida dos participantes. "Pareciam um bando de gansos em taipa de açude."