sexta-feira, 23 de outubro de 2020

RIR PARA ALIVIAR AS TENSÕES

 Nestes tempos tão bicudos, rir é mesmo o melhor remédio. Ele era puxa-saco de carteirinha do deputado. Concordava com tudo que ele fazia ou dizia. E brigava com quem o contrariasse. Quando o parlamentar morreu, caiu em lágrimas. E se encarregou do discurso de despedida. À beira do caixão, enumerou tudo o que o político fez em vida, ignorando, claro as burradas e as más decisões. Já estava cansando os familiares do morto e amigos presentes ao velório. Ao se engasgar numa proparoxítona escolhida entre os elogios, deixou cair sua dentadura sobre o caixão. Mas não perdeu a pose. E encerrou de forma dramática o seu discurso: - Vai, meu amigo! E leva contigo o meu último sorriso!

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

SOBRE SER UNIVERSAL

 Se quiseres ser universal

serás apenas um provinciano

se contares apenas histórias alheias.

Se quiseres ser universal

Como dizia o poeta Leon Tolstoi

canta a tua própria aldeia.


sábado, 17 de outubro de 2020

SOBRE PALAVRÕES

      Não acho criativo nem interessante o uso disseminado de palavrões nem os termos em inglês no meio do Português. Diz a cultura médica que a Sindrome de Tourete leva a pessoa a usar palavras de baixo calão. Mas não são todos que têm essa doença que fazem isso. E muitos dos que não a tem apresentam esse costume. Acham bonito e criativo. Atribuo à falta de vocabulário, além da influência dos outros, algo como uma moda. Não é nem uma prova de protexto nem necessidade de ser diferente já que ficam todos iguais. Somos o que lemos, ouvimos e vemos. 

      Tá, não sou santinho de nunca usar palavrões, mas tudo tem seu limite e a sua circunstância . Se o presidente atual e o seu maior opositor usam palavrões, por que seus simpatizantes seriam diferentes. Mas tudo tem seu local e sua hora. Eu mesmo tenho um grupo fechado onde todo palavrão e piada "forte" é aceitável, mas entra quem quer e quem eu aceito. Não me imagino dizendo palavrões diante do papa ou para a mãe de algum amigo, que mal conheço. Da mesma forma, no idioma, não peço que se use apenas termos antigos.

       Aceito estrangeirismo quando não houver correspondente em Português, ou quando, na tradução, fica muito feio. Assim, procuro limitar os termos em inglês no meu texto, preferindo telentrega a "delivery" e pague e leve a "take away". Mas do drive-thru não consigo escapar.

UTILIDADE PÚBLICA

 UTILIDADE 


Sempre que posso, clamo às autoridades para que solucione o caos do sistema penitenciário no país. Luto incessantemente para que o trabalho prisional seja obrigatório para todos os presos independentemente de suas condições financeiras. Mente vazia é a oficina do Diabo. E que se construam cadeias decentes em número suficiente para que autoridades judiciais não aleguem superlotação ou Covid para libertar seus presos de estimação, especialmente criminosos que voltam imediatamente aos crimes. Fazer presidiário sofrer não o melhorá em nada quando sair. Pelo contrário. E muitos nem parecem estar presos com suas livres comunicações com as quadrilhas do lado de fora, ajudados por celulares, familiares e advogados. Por falar em celulares, criminosos presos ou soltos estão clonando Whats Up adoidadamente fazendo-se passar por parentes e amigos para extorquir dinheiro. Mude a programação no whats. Vá nos 3 pontinhos verticais acima à direita, clique em "conta" e depois em "confirmação em duas etapas". Mude o PIN, mas anote em algum lugar para não se esquecer quando o whats pedir.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

DICA SOLTA DE CRASE



"O filme esperado finalmente ganha as telas" ou "ganha às telas". Diferentemente dw outros textos da Internet, que tortura curiosos, deixando a resposta para o final, aí vai a resposta. O correto é o primeiro caso, sem crase. E agora a explicação.

Para a existência de crase é preciso haver a contração da preposição "a" (sinônimo de para), com o artigo feminino "a", no caso em tela, "a", ou com a inicial de demonstrativos começádos pela letra "a", como aquela, aquele, aquilo.

Para a crase é necessário também que o verbo seja transitivo indireto' ou seja, necessite de complemento indireto, como não é o caso do exemplo apresentado. Quem ganha, ganha o jogo,, não ao jogo.

Exemplos:

Assisti à partida (ao jogo) no estádio. Vi a vitória do meu time, o Guarany.

A enfermeira assistiu a cirurgia (auxiliou) da mãe, com profissionalismo e carinho.

O filme esperado chegou às telas (para as telas). Chegou aos cinemas nesta semana.

Com o calor e o descuido governamental, o Pantanal incendiou-se.

Os interessados em terras do governo incendeiam as florestas.



quarta-feira, 7 de outubro de 2020

AS BOAS IDEIAS DO PENINHA


O jornalista Eduardo é um pândego. Mas quem disse que pra ser bom precisa ser carrancudo, sério. Meu ex-colega de Zero Hora é um "stand up" ambulante na vida pessoal e profissional. O canal dele, Buenas Ideias, é diverdíssimo e necessário para quem quer conhecer a história do Rio Grande do Sul, do Brasil e do mundo, para além dos livros escolares. É autor de vários livros, todos com grande pesquisa e um texto leve e saboroso. Vou parar de elogiá-lo porqu ele já não é modesto, vai ficar se autoelogiando ainda mais, o sátiro. 

Veja você mesmo com seus próprios  olhos e ouvidos.

htps://youtube.be/O7DtOdI8u






domingo, 4 de outubro de 2020

DICA DE REDAÇÃO

 U m texto claro, simples, correto e sem erros ou possibilidade de mais de uma interpretação economiza o tempo de todos: dos leitores que comentam errado e têm que perguntar o que houve e do autor, que é instado a explicar o que queria dizer com o que escreveu. Bem disse Quintana, em seu poema: Quando o leitor pergunta ao autor o que ele quis dizer, um dos dois é burro. Eu acrescento: ou os dois.

sábado, 3 de outubro de 2020

DICA SOLTA DE PORTUGUÊS

     Há horas eu estava para dizer isto. Quem diz que a expressão "meio ambiente" está errada precisa pensar um pouco na função gramatical das palavras. Meio, no caso, não é advérbio, como meio tonto, meio cansado. É um termo que integra um sujeito composto.          Assim como existe meio jornalístico, meio aquático, meio artístico. Você nunca pensou em jornalismo pela metade, né? Você nunca diz o jornalístico hoje está desprestigiado, mas sim o jornalismo está desprestigiado. Assim, o ambiente precisa ser explicitado. Qual ambiente? O de uma casa, de uma empresa? O que pode ser sinônimo é o ambiente natural. Por ora, era isso.

AVOLICES ATÉ EM MOMENTOS CRÍTICOS

Lua Gabriela é uma figura. Com sete anos, me faz rir o tempo todo. Peguei ela de novo ao perguntar quem fala errado: a Mônica ou o Cebolinha?

     O Cebolinha, respondeu.

 E eu: O Cebolinha fala "elado". Quem fala "errado" é a Mônica. A Lua riu muito lembrando que já havia caído nessa. Aí a Cris, mãe dela, perguntou: 

 - Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? 

 E a Lua:


 - O ovo. 

 - E quem botou o ovo?

 -A galinha.

 - E de onde veio a galinha? 

- Do ovo. 

- E o ovo? 

 As duas iam seguir noite adentro e então eu falei: - A galinha nasceu de um ovo com mutação colocado por uma outra ave, que não sei qual é. Foi então que a Lua se saiu com essa:

 - Pode ter sido um índio. 

Longe de ver qualquer preconceito nisso, brinquei: 


 - Faz sentido. Índio tem penas. E rimos bastante.