sexta-feira, 31 de outubro de 2008

APARECEU A MARGARIDA, OLÊ, OLÊ, OLÁ

Algumas expressões criadas em um passado distante ainda são pronunciadas sem que as pessoas tenham a menor idéia do que estão dizendo. Uma delas é a frase "Apareceu a Margarida", muito usada quando alguém que não é visto há algum tempo e surge, de repente. Lembro-me bem de minha mãe dizendo isso, quando chegava um parente ou amigo que se ausentara por um bom tempo.
Por que Margarida? Por causa da música, da brincadeira de roda, claro. Até aí morreu Neves. Que Neves? Isso é outra história. Voltando à Margarida, quem era ela?
Outro dia, ouvindo um CD da Xuxa sobre cantigas de roda, entendi que a coisa vinha lá da Idade Média. A letra da música:
_ Onde está a Margarida?, olê, olê, olá.
_ Ela está em seu castelo, olê, olê, olá.
_ Ela está em seu castelo, olê, seus cavaleiros.
Eu queria poder vê-la, olê, olê, olá.
Eu queria poder vê-la, olê, olê, olá.
Mas o muro é muito alto, olê, olê, olá.
Estou tirando uma pedra, olê, olê, olá.
Uma pedra não faz falta,
tirando duas pedras
Duas pedras não "faz" falta

tirando outra pedra...
Apareceu a Margarida,
olê, olê, olá.


Foi então que entendi que a Margarida era uma mulher bonita de um castelo. E que os cavaleiros tiveram que afastar pedras, provavelmente do muro, para poder visualizá-la.

Mas quem ela era? Seria uma princesa, uma dama da corte, uma menina? Era famosa, tinha sobrenome? Pode ser que sim, pode ser que não.
Perdeu-se no tempo ou eu que não soube achá-la.
Por falar nisso, fico pensando se daqui a 200 anos alguém ouvir alguém cantar a música do Jorge Benjor, feita quando ele era Jorge Ben, alguém vai saber quem era Teresa:
- Sou Flamengo e tenho uma nega chamada Teresa...
Ou a Carolina, do Chico Buarque, ou a Marina, cujo namorado não queria que ela pintasse os lábios, ou a Iracema do Adoniram, que morreu ao atravessar a rua.

Voltando à Margarida, só mais uma curiosidade. A palavra tem origem no grego Magarites e significa pérola. Talvez tenha sido por isso  que ela pegou mprestado o nome da flor.



quarta-feira, 29 de outubro de 2008

MISTÉRIO EM JAQUIRANA

Uma reportagem no Fantástico no domingo não saiu mais da minha cabeça. Em Jaquirana, município do interior gaúcho com pouco mais de 5 mi habitantes, foi encontrado, em 2007, um cadáver já em decomposição.
Um promotor de Justiça está fazendo todos os esforços para identificar a ossada. Estudos de peritos indicaram que a vítima tinha feito um tratamento caro nos dentes, incluindo inclusive com dentes de outro.
Além disso, o pijama que ele vestia havia sido fabricado em uma cidade do interior de São Paulo. Esses detalhes, incluindo o fato de que estava de pijamas apesar do frio que fazia na época em que o corpo foi encontrado, intriga o promotor Luís Augusto Gonçalves Costa, de Vacaria, a polícia e os peritos. Eles acham que o corpo pode ser de alguém que teria sido seqüestrado, assassinado e abandonado em um matagal no norte gaúcho.
O mais interessante é que os peritos e um artista plástico reconstituíram a cabeça da vítima para tentar uma identificação (veja acima). Espero que consigam descobrir esse mistério. Eu gostaria também que esse tipo de trabalho fosse feito em outros cadáveres encontrados. Só em Porto Alegre, há inúmeros casos de pessoas assassinadas e não identificadas. Pelo menos três mulheres já tiveram seus corpos esquartejados e, em alguns casos, pernas e braços foram encontrados no Guaíba. A polícia não tem qualquer informaçaõ sobre isso. Ao mesmo tempo, um grande número de pessoas segue desaparecido para desespero eterno de seus parentes.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

VOCÊ JÁ TROCOU O NOME DAS PESSOAS?

Uma das coisas mais curiosas que eu conheço é a facilidade com que as pessoas confundem os nomes das pessoas. Se os nomes são iguais ou parecidos, invariavelmente sofrem com as confusões. Na Rádio Gaúcha, dois excelentes repórteres enfrentam esse drama. E nem têm nomes iguais. Um é o Jocimar Farina, que também trabalha no Diário Gaúcho. O outro é Josmar Leite. Só porque os dois nomes começam com Jo e terminam com Mar, muita gente os confunde.

Jocimar me contou outro dia que uma fonte ligou para ele e deu explicações sobre um determinado assunto, sobre o qual eles já haviam falado havia algum tempo e não havia qualquer novidade. Ele achou isso estranho, mas deixou pra lá. Até que seu colega Josmar queixou-se de que uma fonte havia ficado de dar uma resposta sobre um assunto e não ligou mais. Foi aí que o Jocimar entendeu. O funcionário público deu a resposta para o outro jornalista.
Em outra ocasião, Jocimar tentava falar com o deputado Adilson Troca. O jornalista falou com o parlamentar por telefone e marcaram uma entrevista no saguão da Assembléia. Jocimar chegou ao local e ficou aguardando o parlamentar. Alguns minutos depois, o deputado chegou e viu Jocimar, mas ficou olhando para os lados como se procurasse alguém. O repórter então se aproximou dele para fazer a entrevista. Quando se apresentou, Troca (fazendo jus ao nome) admitiu ter feito confusão achando que havia falado com Josmar e que por isso que não o havia localizado no saguão.
Fanático por trocadilho, tenho de registrar uma frase de Franklin Berwig, produtor de esportes da Gaúcha, sobre o assunto:
_ Sabem o que dá uma mistura de Jocimar Farina com Josmar Leite? Dá bolo.
Como meu costume é sempre dar um pitaco a mais, eu acrescentaria mais alguém nessa mistura: o ministro da Fazenda, Guido Mantega. (Fico devendo o açúcar, os ovos e o fermento).

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

SOBRE AS POESIAS NOS ÕNIBUS DE PORTO ALEGRE

Quando publiquei o post anterior, sobre os poemas nos ônibus, dispus-me a descobrir mais sobre os autores dos dois excelentes trabalhos que escolhi e republiquei. Não tive tempo para me dedicar às pesquisas, mas, felizmente, uma parte da minha busca foi solucionada.
Um dos autores das obras selecionadas para os ônibus deste ano "achou-me" pelo google e enviou seguinte mensagem:

Caríssimo Plínio:
Saúde e Paz!
Devo agradecer ao amigo as palavras elogiosas ao poemeto que tive o privilégio de classificar no concurso POEMAS NO ÔNIBUS, em Porto Alegre. Trata-se de SETILHA, cujo texto o amigo publicou no BLOG VIDA CURIOSA, em 30 de setembro de 2008. A propósito, anexo meus rabiscos de poesias presentes no ITINERÁRIO POÉTICO, livro de estréia. Espero que também goste. Felicidades!
Carlos Alberto de Assis Cavalcanti, professor do Centro de Ensino Superior de Arcoverde - PE

Valeu Carlos Alberto. Assim que puder, vou conferir o seu Itinerário Poético.
Abraços.

Agora vou descobrir algo sobre o Marcos Cardoso. Se ele ou alguém que o conheça quiser me ajudar, ficarei muito grato.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

OS POEMAS NOS ÔNIBUS

Sempre que tomo um ônibus em Porto Alegre, percorro o olhar pela parede interna para ler os poemas. Alguns são fracos, inteligíveis apenas para seus autores, como os pintores de arte moderna. Mas há algumas pérolas, que fazem valer a pena. O primeiro que me entusiasmou foi de Marcos Cardoso, publicado na edição 2001/2002):

Certa vez fui levado a uma feiticeira
Dama do demônio,
musa da magia
Sonha muito e fala só asneiras!
É subversivo e tem atos de rebeldia!
Usando de ungüentos a velha cabreira
Descobriu o encanto da minha agonia:
Contra esse mal não existe cura...
... o menino sofre de Literatura!

Marcos Cardoso

Nesta semana, encantei-me com este:

SETILHA

Se ao passado só se volta
na garupa da lembrança;
e ao futuro só se chega
no galope da esperança;
o melhor é não ter pressa,
pois se alguém o tempo apressa,
té do presente se cansa.

Carlos Alberto de Assis Cavalcanti

Não conheço o Carlos Alberto, nem o Marcos Cardoso. Quero parabenizá-los pelas belas poesias. Vou tentar encontrar mais algumas obras deles.