sexta-feira, 19 de julho de 2019

UM COMPORTAMENTO ESTRANHO EM PORTO ALEGRE

Uma cena no centro da Capital lembrou-me o meu amigo Ayres Cerutti, permanentemente preocupado com o descuido das autoridades em relação à conservação das calçadas e ruas, eivadas  de buracos. Pouco antes do meio-dia, caminhando pela rua Sete de Setembro, tive minha atenção despertada para um idoso que se abaixou, arrancou um pedacinho da calçada e saiu carregando aquele bloquinho de concreto como quem pega uma fruta de uma árvore. Como seguia pelo meu trajeto, acompanhei-o, intrigado,  tentando entender o que ele estava fazendo. O homem dobrou à direita na rua Caldas Junior e aparentava uma tranquilidade de um menino que tivesse apanhado um pedaço de madeira do chão. Meu cérebro maquinava para tentar entender o que ele fazia. Quando passou pelo Estúdio Cristal, onde a Rádio Guarda apresentava um programa ao vivo, temi que ele pudesse jogar aquele pequeno bloco no janelão de vidro.
     Até me preparei para intervir se fosse o caso. Mas o homem passou e dobrou na Rua dos Andradas,  cruzando-a na direção do supermercado. Minha curiosidade se aguçava.  Será que ele iria colocar aquela barrinha retangular de concreto em algum buraco similar em algum lugar? Ou levaria para casa? Minhas dúvidas se dissiparam parcialmente.  Ele se aproximou de um contêiner de lixo e pisou no pedal que abriu o compartimento. Quando ele largou ali,  não resisti e perguntei por que ele fizera aquilo. O idoso me olhou, não respondeu e sumiu no meio da multidão. Não quis julgá-lo, segui meu caminho apenas imaginando o motivo de certas pessoas fazerem certas coisas na Capital.
I.V. 100%

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2 comentários:

  1. Pensei que fosse judeu e estava indo ao cemiterio a lembrar de algum familiar.... eles fazem isso...

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  2. Valeu, meu caro amigo. Na verdade, essa hipótese está descartada. A não ser que fosse um plano bem sigiloso em que o homem deixou a lajota escondida dentro do contêiner de lixo para um parente ou amigo resgatar e levar para o cemitério.

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