Por problemas técnicos, eu ainda não havia publicado nada sobre o concurso Os Poemas nos Ônibus e no Trem, edição 2016.-2017 O resultado havia sido divulgado em outubro, durante a Feira do Livro. Os poemas deverão estar nos vidros das janelas dos ônibus e no trem metropolitano em 2017. Também inscrevi um, mas a concorrência era forte. Não fui classificado.
Entre os que ganharam, identifiquei o meu ex-colega de Zero Hora, o jornalista e professor Demétrio Soster, que já emplacou várias de suas poesias no concurso. Outro nome conhecido para mim é o do professor pernambucano Carlos Alberto de Assis Cavalcanti, que também já fez parte de outras edições. Além da publicações nos ônibus e no metrô, as poesias integram um livro impresso pela Editora da Cidade, que me foi gentilmente cedido pelo meu ex-colega Márcio Pinheiro, coordenador do Livro e Literatura, da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre.
Cito aqui, quatro poemas, que escolhi desta edição de 2016/2017
Massa(crados)
Se este ônibus fosse meu
Teria assentos preferenciais
Para pessoas com dor
Na alma
Carla Pastro
O assombro da Múmia
A múmia, do sarcófago exumada,
ressurge envolta em poeira e ligadura
no centro de Brasília, donde apura
ter muitos sósias seus lá na esplanada.
Espanta-se a caveira trasladada
com a luxúria que os vivos, em loucura,
esbanjam nos seus gastos, sem lisura,
da verba que a nação paga dobrada.
Nem quando os faraós, no antigo Egito,
reinaram em seus palácios, junto ao Nilo,
a ostentação foi tanta quanto agora.
A múmia, estarrecida, da um grito,
e afirma sem fazer qualquer sigilo:
tá de um jeito que até defunto cora.
Carlos Alberto Cavalcanti
Solfejo da Saudade
Sol Lá, frio aqui.
Si tu MI faltas,
Dó de mim.
A vida em marcha RÉ
Carlina Meyer Silvestre
Sobre peixes, poças e calçadas
porque sabem
que a verdade
é um peixe
fora d'água
crianças preferem
as poças à calçada
Demétrio Soster
Quem leu até aqui, pode ter ficado curioso para saber qual era o poema que inscrevi e que acabou não sendo escolhido, assim como centenas de outros. Foi o seguinte:
A Bela do Botânico
Ela mora no Botânico,
que pegou o nome do Jardim,
e pega o Botânico,
que pegou o nome do bairro.
No Jardim Botânico, rosas, gérberas e jasmins
encantam todos com com suas pétalas graciosas
e seus inebriantes perfumes
No ônibus Botânico, ela encanta todos
com sua beleza e simpatia.
E aqui me deixa morrendo de ciúmes.
Quisera ser o jardineiro do Jardim Botânico
para cuidar das flores, ah, como eu queria.
Ou então ser o motorista do Jardim Botânico
pra ganhar o belo sorriso dela, todo dia.
Entre os que ganharam, identifiquei o meu ex-colega de Zero Hora, o jornalista e professor Demétrio Soster, que já emplacou várias de suas poesias no concurso. Outro nome conhecido para mim é o do professor pernambucano Carlos Alberto de Assis Cavalcanti, que também já fez parte de outras edições. Além da publicações nos ônibus e no metrô, as poesias integram um livro impresso pela Editora da Cidade, que me foi gentilmente cedido pelo meu ex-colega Márcio Pinheiro, coordenador do Livro e Literatura, da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre.
Cito aqui, quatro poemas, que escolhi desta edição de 2016/2017
Massa(crados)
Se este ônibus fosse meu
Teria assentos preferenciais
Para pessoas com dor
Na alma
Carla Pastro
O assombro da Múmia
A múmia, do sarcófago exumada,
ressurge envolta em poeira e ligadura
no centro de Brasília, donde apura
ter muitos sósias seus lá na esplanada.
Espanta-se a caveira trasladada
com a luxúria que os vivos, em loucura,
esbanjam nos seus gastos, sem lisura,
da verba que a nação paga dobrada.
Nem quando os faraós, no antigo Egito,
reinaram em seus palácios, junto ao Nilo,
a ostentação foi tanta quanto agora.
A múmia, estarrecida, da um grito,
e afirma sem fazer qualquer sigilo:
tá de um jeito que até defunto cora.
Carlos Alberto Cavalcanti
Solfejo da Saudade
Sol Lá, frio aqui.
Si tu MI faltas,
Dó de mim.
A vida em marcha RÉ
Carlina Meyer Silvestre
Sobre peixes, poças e calçadas
porque sabem
que a verdade
é um peixe
fora d'água
crianças preferem
as poças à calçada
Demétrio Soster
Quem leu até aqui, pode ter ficado curioso para saber qual era o poema que inscrevi e que acabou não sendo escolhido, assim como centenas de outros. Foi o seguinte:
A Bela do Botânico
Ela mora no Botânico,
que pegou o nome do Jardim,
e pega o Botânico,
que pegou o nome do bairro.
No Jardim Botânico, rosas, gérberas e jasmins
encantam todos com com suas pétalas graciosas
e seus inebriantes perfumes
No ônibus Botânico, ela encanta todos
com sua beleza e simpatia.
E aqui me deixa morrendo de ciúmes.
Quisera ser o jardineiro do Jardim Botânico
para cuidar das flores, ah, como eu queria.
Ou então ser o motorista do Jardim Botânico
pra ganhar o belo sorriso dela, todo dia.
Essa edição do poema nos ônibus é a que permanece. A prefeitura não atualizou.
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