quarta-feira, 2 de setembro de 2020

PATROCINADO PELA INSÔNIA

       O Português, no geral de suas palavras é um idioma lindo. Tem belos vocábulos, proparoxítonas como plátanos, belas árvores frondosas e coloridas que, com suas cores, junto com as oxítonas jacarandá e ipê, são explêndidos trailers da primavera. Mas também tem palavras tão feias quanto o seu significado. A antiga uxoricídio, importada do latim, anunciando crueldade do homen matando a própria esposa e a atualização do termo, feminicídio, estendendo o significado para todos os tipos de mulher. Aumentaram as penas, tomaram-se mais cuidados para evitar crimes anunciados, mas não se chega à solução, como em grande parte da criminalidade.

 Até quando o ser humano vai conviver com a incapacidade de domar e proteger-se da fera que carrega em si mesmo? Além desse aspecto do crime, seguem sem solução uma série de outros delitos como a corrupção endêmica e a disseminação irrefreável de criminosos nas ruas. Autoridades iludem-se e iludem com armas, grades, policiamento, tornozeleiras eletrônicas e cadeias superlotadas. Tudo isso são falácias que servem de mercado para certos segmentos como a indústria bélica, os aparatos de proteção inócuos como tornozeleiras.          

 Ninguém parece entender que a solução está no trabalho prisional completo em cadeias seguras e suficientes para segregar todos os criminosos reincidentes que andam aos montes na rua. E, paralelamente, investir nas vagas de trabalho, na Educação e nos cuidados com a saúde. É uma tarefa para muitas gerações. Com a queda na criminalidade, o dinheiro das despesas com o setor, acrescido da renda do trabalho prisional, poderá ser usado nos outros setores. Vendo as autoridades que estão aí e os que se apresentam para ser eleitos, a maioria sem capacidade e querendo só se arrumar, percebo que o que digo é apenas utopia.

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