"Campereadas - O Bolicheiro Nunca Morre" (Paulo Mendes, (Editora Sulina)
No final deste ano de 2019, que vai cedendo lugar para o próximo, estou com um deficit nas minhas leituras. Não consegui curtir tantos livros que me vieram às mãos, alguns presenteados, outros poucos comprados. Costumo colocar no Vidacuriosa todos eles após a leitura, na medida do possível.
Só agora estou conseguindo postar um comentário sobre esta terceira obra do meu colega Paulo Mendes.
Livro bom, assim como um bom poema, é aquele que não se acaba no chamado ponto final. Vai na mente do leitor para sempre, guardado na memória, e aflora toda vez que a gente lembra de alguma coisa do passado ou de algo parecido que surge no presente.
Só quem viveu a infância no campo tem a dimensão da emoção das lembranças. Quem não viveu também se emociona pela forma poética com a qual Paulo Mendes retrata a vida nho campo, seus personagens e as ideias deles.
Sei que, para alguns, não há o mesmo sentimento que me faz chorar em algumas passagens que lembram o meu velho Seival (ex-distrito de Bagé e atualmente pertencente a Candiota), meus parentes e os amigos daquela época.
Para se entender isso, pensemos em alguém que teve uma infância urbana no seio do samba, seja na favela ou no asfalto. Alguém que achou no armário o chapéu panamá do avô ou do pai, os sapatos brancos. No canto do roupeiro, ouve o som da cuíca na mente ainda que o instrumento esteja ali intocado. Ou quando lê uma história ou um filme sobre o Carnaval.
Da mesma forma é assim que me sinto quando faço a revisão da coluna Campereadas, que sai semanalmente dentro do caderno Correio Rural, no centenário Correio do Povo. Foi assim que me senti ao ler o livro. Com saudade e esperando as novas histórias.
SERVIÇO: Quem quiser adquirir o livro, pode encontrá-lo na Editora Sulina, na sede do Correio do Povo, na Rua Caldas Júnior, 219, no Centro Histórico de Porto Alegre. Ou diretamente com o autor, Paulo Mendes, no Facebook.
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