sábado, 9 de março de 2019

UMA PORTO ALEGRE À ESPERA EM VÁRIOS PONTOS DA CIDADE


Um estádio que virou tapera
Por onde quer que eu ande, pelas ruas de Porto Alegre, vejo cenas que não combinam com aquela cidade bonita que eu conheci no início da década de 70. Em cada canto vejo desleixo, com  a cidade à espera de algum conserto, de alguma reforma, de alguma providência. Não preciso sair longe da minha casa, no bairro Medianeira, para ver isso.
No limite entre os bairros Medianeira, o estádio Olímpico,que foi ponto turístico e palco de grandes partidas, o Olímpico virou uma tapera desde que o Grêmio se transferiu para a nova Arena, na Zona Norte, edificada em negociação até hoje não muito bem compreendida. Aguardando uma decisão, o estádio é invadido, às vezes, por vândalos e ladrões. 
O último jogo no Olímpico aconteceu em 2013, quando o Grêmio ganhou do Veranópolis por 1 a 0. Um ano antes, era erguida a Arena no Bairro Navegantes. Pelo acordo com a construtora OAS, o Olímpico seria demolido para que a empresa construísse um condomínio residencial no local. Mas a OAS foi acusada, na Operação Lava Jato, de  pagar propinas a políticos, além de fraudes, cartéis e outras irregularidades. Com isso, todas as obras prometidas em relação ao entorno da Arena não foram realizadas, e o Olímpico não foi totalmente entregue. O Olímpico de tantas glórias vai esperar num canto, ao que parece, eternamente.
Olímpico em ruínas à espera das negociações entre Grêmio e OAS


Aqui um relógio marcava hora
 e temperatura
Nas proximidades, do Olímpico, um outrora suporte de relógio e marcador de temperatura permanece desativado desse julho de 2015, quando o então prefeito José Fortunati rescindiu o contrato com a empresa que fazia a manutenção dos equipamentos. A prefeitura diz que já estão sendo feitas tratativas para a contratação de uma nova empresa para instalar um sistema diferente do que havia da Ativa. 
Além de mostrar as horas e a temperatura, o equipamento deverá ter, segundo o prefeito Nelson Marchezan Júnior, câmeras de segurança e outros serviços, como medidores de radiação solar incluindo um painel do cidadão com informações diárias e alguns ainda poderão ter Wi-Fi gratuito.De acordo com a prefeitura, Porto Alegre terá relógios digitais da Ilha da Pintada, no oeste da cidade, até o bairro Restinga, localizado na zona sul do município.

No dia 21 de maio de 2019, a prefeitura prometeu que os 168 novos relógios digitais de rua serão implantados até o final de 2021. Afirmam os técnicos que o primeiro relógio, de forma experimental, deverá estar funcionando em outubro deste ano. Com os anúncios de obras a prefeitura não costumam ser cumpridos, só nos resta esperar.


Texto atualizado em 22 de maio de 2019









POESIAS VELHAS NOS ÔNIBUS

Há dois anos não se renovam as poesias do ônibus e do trem. As alegações de falta de dinheiro para abrir mão de eventos de cultura parecem não ter sentido neste caso, já que não há prêmio em dinheiro para os classificados nem qualquer despesa com alguma estrutura. Além disso, a participação de empresas de ônibus e o Trensurb provavelmente se responsabilizam por eventuais gastos.





Aqui a quadra de esporte
está abandonada
Diante do Olímpico, no lado oeste, na rua Gastão Mazeron, a quadra pública para jogos de futsal e basquete já não tem as goleiras e muito menos as tabelas para as cestas. As telas apresentam rombos dando um ar de abandono e relaxamento. A própria via, aliás, que deveria sido transformada em um corredor de ônibus para fazer uma ligação com a III Perimetral que ligará vários bairros sem passar pelo Centro, permitindo o tráfego da zona sul para o Aeroporto Salgado Filho Filho, deveria ter sido concluída em 2014.


Aviso à EPTC: não precisa
mandar fazer placa nova
   Se a EPTC precisar colocar placa avisando que à direita o motorista pode seguir livre, não precisa gastar para construir uma. É só arrancar a placa que existe na Rua José de Alencar, na esquina com as ruas Mariano de Mattos e Tenente Coronel Faria Lima, no limiar entre os bairros Medianeira e Menino Deus. Essa sinalização foi colocada ali há muitos anos quando não havia uma sinaleira para pedestre na rua José de Alencar. Assim, quem seguia em direção à Avenida Getúlio Vargas podia seguir tranquilamente. 
    Com a colocação de um semáforo ali (veja entre o poste e o suporte da placa na foto), a indicação não foi retirada dali e ficou sem sentido. Pior, permaneceu com a informação errada. Um desperdício que pode causar problemas para um motorista desavisado.

   Saindo um pouquinho do bairro, o Centro está minado de obras paradas. Prédios abandonados é o que mais tem. A foto abaixo é da Casa Azul, prédio histórico que está interditado por decisão judicial desde o dia  26 de maio de 2016. Com a iminência de causar algum dano aos pedestres e motoristas, a edificação foi protegida por tapumes e andaimes. Trechos das ruas próximas foram interditados. Há três anos, a prefeitura e os proprietários negociam uma saída para o caso, a fim de que a Rua Riachuelo, na esquina com a Marechal Floriano seja liberada. Conforme a prefeitura, os proprietários têm uma dúvida de 200 mil de IPTU. Uma reforma na fachada do prédio teria atualmente um custo de 1,6 milhão de reais. Certamente, essa situação vai ficar indefinida ainda por muitos anos.



Quem sai do Centro para a Zona Sul da Capital, costeando o Guaíba, repara uma estrutura de metrô de superfície, chamado de aeromóvel. É uma espécie de Coliseu romano ou Arco da Lapa, porém sem a história das ruínas de Roma ou dos restos de um aqueduto que existiu no Rio de Janeiro. O Aeromóvel criado pelo engenheiro Arthur Coester funciona com impulso produzido a ar comprimido. Um protótipo foi construído no Gasômetro com a plata forma e o trem para os testes. Porém. Coester e as autoridades da  época não se acertaram e o Aeromóvel não foi implantado. O mesmo projeto foi instalado depois em Jacarta, na Indonésia. Em 2013, uma linha curta de aeromóvel foi estabelecida interligando a estação Aeroporto do metrô com o terminal 1 do Aeroporto Internacional Salgado Filho.


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'Locomotiva" do Aeromóvel' está quase escondida na vegetação


Início da linha, como mostra, diante da Usina do Gasômetro


Estrutura do Aeromóvel: Arcos da Lapa, mas sem história





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