Atualizado em 10/05/2013
OPERAÇÃO CONCUTARE - (2013) - Iniciada em junho de 2012, a Operação da Polícia Federal anunciada em 29 de abril de 2013 resultou no indiciamento de 24 pessoas por corrupção ativa, falsidade ideológica, entre outros crimes. Entre os acusados, foram presos os secretários do Meio Ambiente de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul. O nome Concutare deriva do latim e significa concussão, que por sua vez, é crime cometido por servidor público ou contra a administração pública, consumado pela exigência do funcionário de receber alguma vantagem indevida. Foram investigados crimes ambientais, contra a administração pública e lavagem de dinheiro.
Minha curiosidade natural vem
se dirigindo, já há algum tempo, para um fato pitoresco envolvendo as
investigações policiais. Tenho me divertido muito com os nomes criados para as
operações. Li, em alguns sites, que o motivo seria permitir que as apurações
seguissem em sigilo.
Tenho minhas dúvidas. Acho que está muito
mais ligado ao marketing visando à publicação na imprensa e à diversão dos
próprios policiais. Não sei quem foi o inventor disso, mas desconfio que seja
alguém da Polícia Federal. O que mais chama atenção não é só o nome, mas a
intrincada relação entre o nome e a natureza dos crimes investigados ou dos
envolvidos. Não é apenas o batismo de um nome, mas uma relação que envolve,
muitas vezes, mitologia, história, geografia e muitos outros elementos, até
mesmo trocadilho.
Ri muito com a Operação Gardê, realizada no
final de 2012 pela Polícia Civil gaúcha em cooperação com a guarda municipal de
Gravataí. Para se chegar à origem do termo, é preciso fazer uma grande volta, exigindo
conhecimentos de xadrez e dos idiomas francês e inglês. Vejamos: gardê se
origina do francês avan garde, que é a expressão usada no jogo de xadrez para
definir a jogada na qual a rainha é colocada em uma situação sem saída, isto é,
de xeque mate. No caso da operação de Gravataí, o principal procurado tinha o
apelido de Queen que, em inglês, significa... rainha. Puxa! Quanta imaginação!
Se essa inteligência toda está sendo usada da mesma forma para pegar
criminosos, então estamos com uma polícia muito eficiente.
Não tenho dúvidas de que esse estilo de dar
nome estranho às operações policiais começou com a Polícia Federal. O nome que
tenho como mais antigo é o da Operação Anaconda, deflagrada em 30 de outubro de
2003.
Veja nomes de operações com nomes pitorescos:
OPERAÇÃO ANACONDA – (2003) Foi resultado de um
ano de investigações da Polícia Federal, que começou em Alagoas, permitindo a
descoberta da sede em São Paulo, com ramificações no Pará e No Rio Grande do
Sul. Escutas telefônicas teriam captado indícios de negociações ilícitas entre
criminosos e membros do Judiciário. Envolvia vendas de sentenças. Doze pessoas
foram denunciadas entre elas juízes e policiais. Anaconda é uma cobra também
chamada de sucuri, que age lentamente, envolvendo a presa e a apertando-a até
matá-la, quebrando-lhe os ossos. O nome deve ter sido escolhido no final, já
que a operação durou um ano. Além disso, o nome se refere à intenção dos
investigadores de quebrar a “espinha” dorsal do crime organizado.
OPERAÇÃO
RODIN – (2007) - O nome se deve ao fato de que a principal envolvida na
fraude do Detran gaúcho que causou um prejuízo de 40 milhões ao Estado se
chamava Pensant, de propriedade de José Fernandes. Le Pensant (O Pensador) é a
principal obra do escultor francês August Rodin (1840). Por isso, os
idealizadores de nomes de operações da Polícia Federal deram o nome à missão de
Operação Rodin.
OPERAÇÃO SATIAGAHA – (2004) - Operação da
Polícia Federal sobre desvio de dinheiro público, corrução e lavagem de
dinheiro. O nome escolhido quer dizer, em indiano, firmeza na verdade ou
caminho da verdade. Satiagraha foi o termo usado pelo pacifista Mahatma Gandhi
em sua campanha pela liberdade da Índia. Curiosamente, essa operação
envolveu-se em situações bastante embaraçosas.
Operação Garde!obrigado pelas referências elogiosas. Em verdade lhe digo, gostei muito de ler o comentário. Mas, somos raros. Obrigado!
ResponderExcluirAtt.: Paulo Nunes
Rodin foi um escultor e não um escritor.
ResponderExcluirPerfeito, Beatriz. Rodin foi um escultor francês. Foi um lamentável cochilo do blog. Vou arrumar imediatamente.
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