sábado, 18 de agosto de 2018

UMA HISTÓRIA FICTÍCIA EM HOMENAGEM AO MEU AMIGO MAURO CASTRO, TAXISTA E ESCRITOR

Quatro horas da tarde, e meu amigo taxista já estava recolhendo o carro. Há dias em que quase nada dá certo. Naquele dia, tudo deu errado. Começou de manhã com aquela escassez de passageiros. A fila de táxis se entendia por toda a quadra, no ponto da Saldanha Marinho, no Menino Deus. Não fazia frio, não chovia, o sol iluminava a cidade e a temperatura era amena, ótima para passear, mas parecia que ninguém quis sair de casa.
 O taxista saiu da fila pra ver se pegava alguma corrida pela rua. Em dua esquinas, viu possíveis passageiros parados, um deles com uma mala ao lado. Deu sinal de luz, pensou em buzinar, mas desistiu ao ver que mexiam no celular.
 Nas poucas corridas que pegou, nada que valesse a pena. Trajetos curtos, um bêbado vomitou no banco e até um calote levou quando um passageiro  engravatado desceu diante de uma galeria no Centro, pediu que o esperasse porque iria buscar a namorada. Deve ter saído pelo outro acesso da galeria já que não retornou. Nem a namorada. Além de perder dinheiro, perdeu tempo esperando o malandro.
  O que o levou a interromper o dia de trabalho foi o que aconteceu no Bairro Medianeira. Ele trafegava por uma rua nas proximidades do Estádio Olímpico quando ouviu uma mulher e duas crianças gritando "Táxi, Táxi". Imediatamente parou carro e respirou aliviado, achando que aquela zica do dia havia acabado. Mas a mulher e as crianças passaram por ele e continuaram correndo, gritando, "Táxi, Táxi". Foi então que ele percebeu as três tentavam pegar o cachorrinho que aproveitara o portão esquecido aberto e fugira.  Irritado, não conteve o palavrão: "Que merda! Não tinham outro nome pra botar no cachorro?

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