sábado, 18 de junho de 2011

A CONFUSÃO DOS FUSCAS AMARELOS

Os carros eram como esse aí
Nico Fagundes é uma figura. Entre muitas outras coisas, foi presidente do Instituto de Tradição e Folclore do Estado, escreveu vários livros, foi ator de cinema gaudério e é o autor da letra do Canto Alegretense, criado com o irmão dele, o Bagre. Apresenta o programa Galpão Crioulo, na RBSTV, há 29 anos. Na Zero Hora, mantém uma coluna sobre tradicionalismo também há muito tempo. Não dá pra contar aqui tudo o que fez ou faz. Antônio Augusto superou grave doença e segue trabalhando. Nos anos 90, tinha um fusca amarelo.
Jorge Euclides dos Santos, que trabalhava no laboratório de fotografia de Zero Hora naquela mesma época, também é uma figura. Hoje está aposentado e faz frilas em fotografia. Todo mundo o conhecia na empresa como Caçapava, apelido que ganhou por ter semelhança física com o centromédio que compunha o meio campo do Inter com Batista e Falcão. Caçapava, o laboratorista, tinha um fusca amarelo.
   Um dia, Nico ligou para o mecânico e o autorizou a buscar o automóvel dele no estacionamento de Zero Hora para consertá-lo. Disse lá o problema que havia e pediu que ligasse quando o serviço ficasse pronto. Queria urgência.
   Caçapava ambicionava muito consertar o seu carrinho, que estava precisando mesmo de vários reparos. Mas a grana estava curta. Assim que pudesse, daria uma guaribada nele. Naquele mesmo dia, ao sair do trabalho, não viu seu fusca amarelo no estacionamento.
– Assim não dá! Além de tudo, ainda me levam o carro – lamentou, já se preparando para registrar o furto na polícia.
  No dia seguinte, Nico recebeu uma ligação do mecânico:
- Seu fusca tá pronto, seu Nico!
- Mas como? Se o carro ainda está no estacionamento?
Foi então que o mecânico percebeu a trapalhada que fizera e amaldiçoou a fábrica que permitiu a uma mesma chave abrir e ligar dois carros. Havia pego o carrinho errado. Sorte do Caçapava, que ganhou o conserto de graça.

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