sexta-feira, 29 de maio de 2009

SÓ NÃO ESTAMOS NO FUNDO DO POÇO PORQUE O POÇO NÃO TEM FUNDO

Quando a gente pensa que já viu tudo e acha que uma situação já é tão ruim que não pode piorar, eis que surge algo que apaga essa ideia. Foi o que aconteceu na semana passada. A soltura por parte da Justiça de ladrões de caminhões após prisões em flagrante em Canoas é um marco do caos no qual está se transformando a segurança gaúcha. É inaceitável a alegação de que os presídios estão superlotados e de que os criminosos presos não praticaram violência ou ameaça para cometer os furtos. Não teria sido violência o que sofreram os donos do caminhão (especialmente aqueles que usavam o veículo para sustentar suas famílias)? E, se olharmos por esse prisma, os grandes estelionatários que destrem este país não merecem ficar atrás das grades.
Eu entendo a posição do juiz de forçar a solução desse problema grave dos presídios. Mas é preciso encontrar urgentemente uma solução para o problema e não aumentar a insegurança da população. A decisão de liberar presos, embora os motivos sejam aceitáveis, não só aumenta o sentimento de impunidade, como acelera o número de criminosos em liberdade. Cadeia foi feita, em primeiro lugar, para segregar quem não tem a consciência de que pode fazer o que quer sem pensar nos direitos dos outros. Mais do que punição,a privação da liberdade deveira impedir a continuação dos crimes. E se eu já estava preocupado com a repetição continuada de foragidos do regime semiaberto envolvido com crimes, fico ainda mais perplexo.
Não posso deixar de observar que a população sofre sempre duas vezes quando o Estado e a totalidade do povo não cumpre suas suas obrigações. Sempre que é reivindicada alguma coisa, ainda que justa, a maneira de pressionar atinge colateralmente as próprias pessoas. São ônibus que param, são ruas trancadas, serviços que não funcionam.

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