Palavrão não entrava na casa do pai de Marcos. Não que fosse repressor. Quem fala palavrão é porque tem pouco vocabulário, dizia o pai, professor de português. No que a mãe dele, professora de biologia, concordava. Por isso, Marcos nunca dizia "malas palavras" como o avô uruguaio se referia aos palavrões. Até quando tropeçava com o dedão do pé em uma pedra, o máximo que gritava era "ai, caramba! Na escola, enquanto os colegas repetiam termos grosseiros o tempo todo, ele jamais copiava. Deixava que caçoavam dele, não tinha importância.
Como dizem que os polos opostos se atraem, namorou e casou com uma jovem totalmente diferente dele nesse sentido. Ela abusava dos palavrões. Aos poucos, foi diminuindo a intensidade dos termos mais fortes.
A cena mais marcante dessa história aconteceu em uma tarde. Os dois andavam de carro por uma avenida da Capital, quando Marcos, sem querer, fechou outro automóvel. O outro motorista ficou possesso. Na primeira sinaleira, encostou no veículo dele e desferiu uma série de palavrões. Foram desde corno, filho da puta e veado, até outros ainda mais fortes relacionados a sexo oral ativo ou indicativos para se submeter a práticas sexuais não ortodoxas.
Marcos ouviu e ficou quieto, sem dizer nada. O motorista parou com os impropérios e ficou observando-o, esperando uma resposta. A mulher de Marcos ficou indignada. Muito com o outro motorista, mais ainda mais com o marido:
– Marcos! Tu não vais dizer nada? Não vais xingar ele também?
O nosso amigo respirou fundo, ficou vermelho, usou de todas as suas forças, olhou forte para o outro... e disparou:
– Sai ô ô ô... BOBÃO!
O outro motorista ficou perplexo. Não sabia o que dizer. Achou melhor dar aquilo por encerrado, acelerou o carro e foi embora.
Essa foi fo...rte. Realmente, amigo, impropérios ou vitupérios são coisa de gente chula, torpe, ignorante. Ainda mais fora de contexto, haja s...aúde!
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