domingo, 19 de março de 2017

UM RECORTE DAS MEMÓRIAS DE JORNALISTA

Ao confrontar-me todos os dias com notícias de corrupção, com crimes sendo desvendados constantemente, com malfeitores travestidos de gente do bem serem desnudados em várias áreas de atividade, com falcatrua em todo canto desde propinas e falsificações de licitações e liberações indevidas de licenças ambientais para construções e autorização indevidas para industrialização e comércio de alimentos, eu fico pensando: o que é lícito, ético, verdadeiro e honesto no mundo que me rodeia. 
Ao saber de um delegado e um inspetor de polícia sendo presos por atuarem nos dois lados (ganhando muito dinheiro no lado do crime, óbvio), calculo quantos outros policiais também não fazem o mesmo que esses e que ainda trabalham livremente no país, apesar de terem sido denunciados em tantas oportunidades no passado sem serem punidos apesar de sindicâncias e CPI criadas para inglês ver.
Nas minhas memórias, lembro de um episódio. Num ano qualquer do final do século passado (não faz tanto tempo assim), um repórter investigativo foi à Área Judiciária da Polícia Civil e perguntou a uma policial quem era o delegado de plantão. Ela informou: É o delegado Fulano. "Mas como, o delegado Fulano não tá preso? A funcionária foi à outra sala e chamou o delegado, que chegou sorrindo. A policial então dedurou:
- O repórter aqui perguntou se o senhor ainda estava preso, delegado.
Foi uma saia justa que não resultou em nada mais grave porque o tal policial era e é muito cara de pau. Já passou por inúmeras acusações, entre elas de estar numa lista de propinas de bicheiros e até de tirar dinheiro de outro policial que achacara uma vítima na fronteira com o Uruguai. Deve ter sido acusado injustamente. Hoje em dia, com o rigor dos investigadores, acho que iria para a cadeia. Não posso sequer dizer sequer o apelido do tal delegado, nem dizer que tem mansão em Santa Catarina, ops, escapou, ostentando posses superiores à sua renda. Só revelaria depois da minha morte ou da morte dele.

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