domingo, 22 de março de 2015

SOMOS TODOS DIFERENTES, MAS SOMOS TODOS IGUAIS - DIA INTERNACIONAL DA SÍNDROME DE DOWN

Queria ter publicado ontem, Dia Internacional da Síndrome de Down, mas não deu. Faço hoje minha minha homenagem um beijo para Luciano Dornelles Nunes.



Somos como somos
Somos todos como somos.
Somos cromossomos.
Somos todos cromossomas.
Somos como somas.
Ser diferente é normal
porque a Natureza nos fez
todos diferentes.
Eu, você e os demais.
Somos você e mais
um pedaço de um.
Somos da turma da
Trissomia do 21.
Somos todos como somos.
Somos todos cromossomos.
Somos todos cromossomas.
Cada um no seu ritmo,
eu, você e os demais.
Pode ser que eu seja lento.
É que eu, você e os demais
somos todos diferentes,
mas somos todos iguais.
Uma alma, um coração
e um desejo de paz!

domingo, 1 de março de 2015

TORCIDA MISTA, UM INDÍCIO DE QUE PODE FINALMENTE HAVER PAZ NO FUTEBOL

Eu estava pensando nessa história de Gre-Nal misto quando me apareceu, aqui em casa, o Amigomeu, para dois dedos de prosa e alguns litros de chimarrão. Trazia cuia, erva e bomba e me disse para esquentar a água na chaleira. Ele só usa garrafa térmica quando é extremamente necessário. Falamos sobre várias coisas do presente, do passado, principalmente da inesquecível Vila do Seival, que atualmente pertence a Candiota, e até do futuro. Papo vai, papo vem, quando falamos sobre o Gre-Nal que será histórico, Amigomeu, que, como eu, não torce nem para Grêmio, nem para Inter, disse que é favor das torcidas unidas, sem confundir rivalidade com truculência e barbárie. Amigomeu, que torce para o Grêmio Bagé, tradicional adversário do meu Guarany, que é um time mais forte (posso dizer isso porque ele não tem Facebook, rsrsrs) do que o dele, lembrou do folclore das brigas nos ba-guás, o clássico mais importante do mundo nas nossas humildes opiniões, sem querer desfazer do Gre-Nal, do Bra-Pel, do Caju, do Fla-Flu, de Barcelona x Real Madrid, entre outros. Ele lembrou que sempre havia aquelas rusgas durante o jogo, até troca de socos e pontapés, mas que cessavam ao final da partida. Não lembro de nenhuma briga na praça de Bagé por causa de futebol naquela época. Mas os tempos mudaram. Hoje, o futebol é violento ainda mais fora das quatro linhas, nas arquibancadas, diante do estádio, na rua e até dentro das casas. 
      Amigomeu e eu discordamos das pessoas que veem no Gre-Nal misto uma possibilidade de morte da rivalidade futebolística. O que irá (ou iria) matar o futebol, e portanto a rivalidade, será (seria) a violência crescente, com o aumento indiscriminado no pensamento sem-noção de alguma parte da torcida, intensificada pela impunidade e pelo mau exemplo que, para muita gente, é considerado, incrivelmente, como um exemplo a seguir.
Pois foi no andar da carroça, digo, da conversa, que o Amigomeu me contou o que aconteceu com ele, fruto mais de uma ingenuidade dele do que propriamente da intolerância. Logo que veio definitivamente para Porto Alegre, no início da década de 2000, comentou com novos amigos que seu sonho era assistir a um Gre-Nal. E então foi convidado por um grupo de gremistas, todos moradores do Bairro Medianeira, para assistir a um clássico no Estádio Olímpico. Era uma tarde um pouco fria de setembro. No meio da torcida, maravilhado com os cânticos, com o colorido - azul de um lado, vermelho de outro - Amigomeu foi ficando com calor. Quando retirou a jaqueta, sentiu alguns olhares desconfortantes, o clima pareceu-lhe hostil, até que um dos amigos o avisou:
- Meu, não acredito. Tu estava com uma camisa vermelha por baixo, vai dar problema. Ele demorou um pouquinho até se dar conta. Teve que sair ligeiro, abaixo de vaias e ir ao banheiro para colocar a jaqueta e esconder a camisa vermelha. A outra medida foi sentar-se bem longe do local onde estava. Esse
Amigomeu é uma figura. (IF 95%)