quinta-feira, 18 de abril de 2013

UMA HISTÓRIA DE UM ANTEPASSADO DO AMIGOMEU NOS TEMPOS DE JESUS CRISTO

Um antepassado do Amigomeu viveu no tempo de Cristo. Robertus Paulus, conhecido como RP, estava bem desiludido da vida. No comecinho da carreira, foi estagiário do Nero, em Roma, mas o imperador não entendeu a sua proposta de esquentar um pouco os fatos. Aí deu problema. Anos mais tarde, RP abandonou Pôncio Pilatos, governador da Judéia, irritado com o comportamento de seu assessorado. Pilatos nunca tomava decisões. Além disso, tinha TOC. Lavava as mãos a toda hora. E, pior, RP é que tinha de tirar a água sempre muito suja da bacia. E ainda dar explicações à galera.
    RP precisava desopilar, beber alguma coisa, jogar conversa fora. Descobriu que havia, em Canaã, uma festa de casamento de um parente da mãe de um tal Jesus, que estava começando a aparecer na mídia alternativa e na comunicação de boca em boca. Ele não conseguiu um convite e pensou consigo mesmo: RP não precisa de convite. Foi de furão mesmo.
Só que ele não era o único penetra na festa. E aquele pessoal lá era muito mão-fechada. Os organizadores da festa tinham comprado comes e bebes para o número certo de convidados. A turma era chegada em uma boca livre, e havia muitos penetras. então, foi inevitável que faltasse vinho. RP tinha tomado só um cálice quando ficou sabendo desse desastre. Já tinha feito amizade com Jesus e ficou surpreso quando ele pediu à mãe que trouxesse água. Curioso, viu Jesus misturar discretamente um pó na água, que virou milagrosamente um vinho maravilhoso.
 RP e Jesus tomaram todas. Jesus foi com a cara de RP. Até desabafou com o novo amigo. Contou que não era filho biológico do carpinteiro José. Ao ouvir o amigo dizer que o pai dele era um deus poderoso, RP quase deu uma risada sem querer. Mas se conteve. RP bebeu tanto que ficou muito chato. Abraçado no outro, dizia coisas como “ti (sic) considero Genésio, tu é o melhor amigo que eu tenho”. Entusiasmado com o milagre ocorrido havia poucos minutos, pensou até em fazer uma proposta de trabalho. Mas se calou. Cheio de trago, disse tanta baboseira, ficou tão mala que Jesus teve vontade de dar-lhe uma biaba na orelha. Só não fez isso porque se lembrou dos ensinamentos do pai verdadeiro.
   RP estava fascinado por Jesus. Já tinha informações de que ele ajudara pescadores do Mar da Galiléia a conseguir peixe mesmo em uma época em que não se pegava nem lambari de sanga. Daí quando acompanhou Jesus a um episódio em que ele fez um paralítico andar, RP se decidiu. Na janta de uma sexta-feira, eram 14 à mesa, Jesus e mais 13. RP tomou um copo de vinho, pediu a palavra e pediu para que deixassem a parte promocional e cerimonial da campanha para ele, que tornaria Jesus mais conhecido no mundo do que os Beatles, um conjunto musical que faria muito sucesso muito tempo depois, conforme uma vidente lhe confidenciara.
   Jesus até gostou da história em um primeiro momento. Mas RP se excedeu. Disse que precisava de mais um grande milagre (que só eles lá ficaram sabendo o que era) e, que se o Mestre conseguisse isso, conseguiria colocá-lo na primeira página de um grande livro que seria escrito com o nome de Bíblia. Para argumentar, disse que era também profeta e prometeu a Jesus que, se ele morresse, seria capa por dois dias seguidos por ano nos jornais. Mas a chapa esquentou mesmo foi quando RP pediu a Jesus que lhe reservasse um cargo depois que assumisse o comando e acrescentou que já tinha até falado com um comerciante de azeite de oliva para patrocinar a campanha. Jesus não aguentou. Pediu para Judas tirar o cara de circulação, e a foto da janta saiu só com os 13 na mesa.

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