Li todo aquele livro que me deste,
Daquele autor a quem não admiro
Mas que tu adoras, como me disseste
E que o lês assim entre suspiros.
Li todo o livro sempre em ti pensando,
Como um recado que tu me entregavas.
E quanto mais errinhos fui catando,
te sou sincero, mais prazer me dava.
Marquei de tudo, o que me deu na telha.
Risquei demais, com comentários meus,
enchi de anotações, até pelas orelhas.
Usei todos os espaços, pelo amor de Deus!
Te entrego agora, é um novo texto.
Tem minha vida misturada nele.
Te dizer o que sinto foi o meu pretexto.
Tentei apenas ser melhor que ele.
Eu acabo com meus livros de tanto que eu os rabisco! Preciso parar com isso...
ResponderExcluirQuando o livro é emprestado, devolvo-o praticamente intacto, embora, às vezes, não resista em colocar discretamente um acento que falta, uma vírgula extremamente necessária. Nos livros que compro ou ganho, não chego a fazer o que o personagem dessa minha poesia fez, mas marco muita coisa, principalmente para atualizar fatos.
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