domingo, 27 de março de 2011

PRA NÃO DIZEREM QUE NÃO FALEI DE ESPINHOS

No meio da festa, na casa do anfitrião, não se diz que a grama está crescida ou que há telhas quebradas. É uma desconsideração e uma falta de cortesia. Não se mente, mas o ideal é ressaltar as coisas boas. Não custa nada. Por isso, no meu post mais recente, comemorando o 239 aniversário de Porto Alegre, procurei mostrar o que realmente vejo de bom na cidade.
Agora, passada a festa, sinto-me na obrigação de também apontar os pontos negativos. É necessário tocar na ferida. Só se cura a doença se a ferida dói. Adoro Porto Alegre, mas envergonho-me dos que compartilham comigo este território e jogam lixo no chão, ou colocam o material fora do horário de coleta. São esses relaxados normalmente os primeiros a criticarem os governos pelo alagamento sem se darem conta de que o lixo entope bueiros e bocas de lobo.
Lamento conviver com donos de cachorros (vale o mesmo para os cavalos) que não juntam os excrementos de seus animais de estimação obrigando-me a desviar de "presentes" indesejáveis pelas ruas por onde eu e o poeta Mario Quintana andamos. E por outras que ele nunca andou.
Lamento ver tantos mendigos que o politicamente correto chama de moradores de rua. Por que esse problema nunca é resolvido? Será que é preciso sediar uma Copa do Mundo para salvar a vida de quem por doença ou vício (o que dá na mesma) ou abandono se arrasta pelas ruas como um animal faminto e sem dono? Vejo explicações de autoridades alegando que a maioria não aceita ir para abrigos e que o cidadão tem direito. Será que é certo deixar um drogado atirado nas ruas ou até roubando para sustentar seu vício ou alguém com insanidade mental sofrendo, passando fome e doenças adquiridas ao relento?
Também não entendo por que não se solucionam o problemas dos banheiros no Centro da Capital. Até parece que estamos no início de 1508, quando a família real, liderada pelo porco do Dom João VI veio para o Brasil. Não sei se alguém notou, mas nos banheiros públicos do Centro (Praça da Alfândega, sob o Viaduto Borges de Medeiros ou praças) não há plaquinhas indicando que ali é lugar para se aliviar. Parece que fazem questão de que os banheiros não sejam usados. E aí, o Centro da Capital, e o resto da cidade também, exalam esse cheiro de Idade Média.
Não posso deixar de falar das drogas embora isso não seja problema apenas de Porto Alegre. Não entendo por que tenta complacência com quem usa drogas se é ele o principal responsável pela existência de traficantes. E antes que alguém fale alguma coisa, também lamento os bêbados que dirigem irresponsavelmente pelas ruas da Capital achando que liberdade é fazer o que quiser.
Eu poderia falar também do problema de transporte e da saúde, mas acho que já chega. Mesmo assim, acho que Porto Alegre melhorou muito e vai melhorar mais ainda, tenho certeza. Espero que a população e o governo se ajudem para transformar nossa capital em uma cidade ainda melhor de se viver.

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