sábado, 24 de outubro de 2009

SÃO PEDRO ESTRAGOU A FESTA DOS EXCEPCIONAIS

A forte chuva que caiu hoje em Porto Alegre acabou inviabilizando a realização da 38ª edição dos Jogos Municipais dos Estudantes Excepcionais de Porto Alegre. A cerimônia começou pouco depois das 9h. O céu estava claro, e a expectativa era de que a chuva só viesse no final da tarde. Mais de 1,1mil excepcionais de escolas de Porto Alegre e mais algumas da região metropolitana e do Interior chegaram a fazer o desfile inicial e até cantaram os hinos brasileiro e rio-grandense acompanhados pela banda da Brigada Militar. Mas, antes que se pudesse assistir ao juramento dos atletas e acender a pira para o início das competições, começou a cair um toró sem trégua.
Os alunos e professores foram encaminhados para o ginásio ao lado da pista de atletismo da sede campestre para que aguardassem, na esperança de que a chuva passasse. Mas São Pedro não permitiu a continuação das festividades.
Neste ano, a prefeitura de Porto Alegre fez um convênio com a Apae colocando os Jomeex no calendário oficial das atividades esportivas da Capital. Seria interessante também que fosse encontrado um outro local para a realização dos jogos. A sede campestre do Sesc, onde vem se realizando as provas todos os anos, é inapropriada para pessoas com deficiências. Trata-se de um terreno acidentado e em declive, que certamente causa muitas dificuldades para quem tem deficiência. Para chegar ao bar, saindo das arquibancadas por exemplo, ou se atravessa a pista e o campo de futebol ou é necessário contorná-los, percorrendo mais ou menos 100m em um terreno de declive e com piso de paralelepípedos. Em um dia chuvoso como hoje, por exemplo, duplicam-se as dificuldades para os deficientes porque as pedras, além de irregulares, tornam-se escorregadias. Além disso, para ter acesso à lancheria, é preciso descer uns sete ou oito degraus.
Espero que, no ano que vem, esses problemas não se repitam e que haja um local adequado que também possibilite um plano B para o caso de uma chuva inesperada. E, finalmente, que toda a comunidade participe e apoie os excepcionais.


Jogos terão uma nova data


Os organizadores deverão marcar uma nova data para a continuação da 38ª edição dos Jomeex. Conforme o coordenador técnico dos jogos, professor Paulo Bertoletti, a realização das disputas depende de uma nova renegociação com a agenda dos eventos do Sesc. Conforme o site da Apae-RS, é preciso motilizar novamente as caravanas que participaram do evento.
- Tão logo se defina a nova data para, estaremos divulgando - assegurou Paulo Bertoletti.


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O BARBEIRO E O PAPA

Com tanto tempo nessa lida, para mim tem sido raro encontrar uma piada nova. Por isso, fiquei agradavelmente surpreso quando meu irmão Valtuir me contou essa. Já conheço uma sequência de piadas de papa e de barbeiro, mas essa era realmente inédita. Quando ouvi, continuei rindo por um bom tempo.


O PAPA E O BARBEIRO
Tudo o que o cliente dizia, o barbeiro desfazia. Se contava que tinha comprado um carro, modelo tal, o barbeiro falava que automóvel bom era o da marca tal, que ele tinha comprado havia seis meses. Ao ouvir o cliente dizer que visitara Montevidéu, o barbeiro afirmava que era uma porcaria, que lindo mesmo era Buenos Aires, onde ele esteve no ano anterior. O cliente foi embora e voltou no mês seguinte. E nem bem sentou-se na cadeira, foi contando:
- Estive na Itália e fui conhecer o papa.
- Verdade, como é que foi?
- Eu estava lá na praça de São Pedro, e o papa na sacada, abanando e abençoando todo mundo. De repente, tive a impressão de que ele estava olhando diretamente para mim.
– Tá brincando?
- Não. Ele chamou um assessor e apontou na minha direção. Em seguida, saiu da sacada e apareceu na praça. Abriu-se um corredor no meio do povo, e o papa foi andando para onde eu estava. Ele chegou bem perto de mim, colocou as duas mãos nas minhas faces, me olhou nos olhos e perguntou solenemente:

- Meu filho, quem é que fez essa merda no teu cabelo!!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

CARLOS URBIM, PATRONO DA FEIRA DO LIVRO

Foto de Adriana Franciosi
Nunca, em anos anteriores, fiquei tão contente com a escolha do patrono da Feira do Livro de Porto Alegre como nesta 55ª edição. O escolhido deste ano é o jornalista Carlos Urbim. A minha satisfação não é pelo fato de ser um jornalista, mas pela qualidade do indicado. Trabalhei com Urbim na Folha da Manhã e depois em Zero Hora. Nesse período, tive a grata alegria de conhecer um grande jornalista e um colega irretocável. Carlos Marino Silva Urbim é um ser humano irrepreensível e um poeta talentoso.
Carlos Urbim nasceu em Santana do Livramento em 4 de fevereiro de 1948. Aos 18, mudou-se para Porto Alegre. Fez tanta coisa que eu ficaria vários dias postando aqui os seus feitos. Já passou por inúmeras redações de jornais como Diário de Notícias, Folha da Manhã e Zero Hora (onde trabalhou por 12 anos). Atualmente é editor de multimídia de História da RBS.
Entre os seus livros, destaque para a literatura infantil com O Guri Daltônico e Bolacha Maria e Saco de Brinquedos. Na área de historia, Os Farrapos e Rio Grande do Sul - Um Século de História.


Para homenagear Urbim, reproduzo a poesia Bolacha Maria.




Redondas, fininhas,
bem sequinhas quando novas.
As melhores bolachas maria são as
do armazém da Dona Sílvia,
no final da rua Conde.
Vem embaladas em papel pardo.
Custam dez por um cruzeiro.
Uma a mais é de inhapa.
E logo as onze
se desmancham na boca.



(Observação: coloquei aqui de memória. Não consegui achar no Google nem tive tempo para outras pesquisas. Se eventualmente houver algum erro, arrumarei depois).


ATUALIZAÇÃO EM 1015

Carlos Marino Urbim morreu,aos 67 anos, no dia 13 de fevereiro de 2015 em Porto Alegre, no Hospital Mãe de Deus, onde se recuperava de um aneurisma. Ele não resistiu a mais uma cirurgia.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

CURIOSIDADE: O SUDÁRIO DE TURIM É MESMO O QUE ENVOLVEU CRISTO?

Cientistas italianos garantiram neste dia 5 de outubro que conseguiram construir um manto semelhante ao Santo Sudário de Turim com materiais da idade média. Isso, segundo os cientistas, comprovaria que o lençol venerado como tendo envolvido o corpo de Cristo logo após a Sua morte seria falso. O manto teria sido recriado com a utilização de materiais e métodos que eram conhecidos no Século IX, afirmou o Comitê Italiano para Averiguações Paranormais.
O sudário mostra a figura de um homem crucificado que, segundo os católicos, seria Jesus Cristo. A imagem teria sido gravada no tecido de forma sobrenatural. Em 1988, cientistas usaram o método do Carbono 14 e determinaram que a relíquia seria do século 13 ou 14. Depois, outros especialistas disseram que o teste não era válido porque o material teria sofrido influência de dois incêndios e outros detalhes impedindo uma definição exata da época.
Daí que eu fico chateado. Não com o fato de ser ou não o manto que cobriu Jesus. Aborreço-me porque não consigo mais acreditar em nada. Se Sócrates vivesse hoje, repetiria que "só sei que nada sei". Mesmo com o avanço da ciência, das técnicas de pesquisa, nunca se chega a uma definição. Olhem o caso da chegada do homem à Lua. Depois de tanta discussão, não tenho certeza de que os americanos estiveram mesmo lá. Como São Tomé, só acreditaria se pudesse ver os restos deixados pelos astronautas no satélite natural da Terra. Se uma nova expedição à Lua mostrasse o jipe e a bandeira deixados lá, eu acreditaria. Ou não.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

UMA POESIA GENIAL DE CLARICE LISPECTOR

"Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...

Clarice Lispector



A grande curiosidade do texto está no fato de que, ao ser lida de baixo para cima, o texto passa a ter o sentido exatamente contrário.


QUEM É A ESCRITORA


Clarice Lispector nasceu em Tchetchelnik, na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920 e recebeu o nome de Haia Lispector, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. Seu nascimento ocorreu durante a viagem de emigração da família em direção à América. Em 1922, a família chega a Maceió. Haia muda de nome para Clarice. Depois de morar em Pernambuco, Clarice, o pai e a irmã Tana, se mudam para o Rio. Teve seu primeiro conto, Triunfo, publicado em 1940. Trabalhou no jornal A Noite. Casou-se com o colega de faculdade Maury Gurgel Valente, conclui o curso de Direito. Morou em Belém do Pará, Nápolis (Itália), Paris (França), Berna (Suíça) Torquay (Inglaterra). Em 1959, separou-se. No mesmo ano, iniciou uma coluna no Jornal Correio da Manhã, no Rio.
Clarice morreu no Rio, no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes do seu 57° aniversário vitimada por uma súbita obstrução intestinal, de origem desconhecida que, depois, veio-se a saber, ter sido motivada por um adenocarcinoma (câncer) de ovário irreversível.