sexta-feira, 10 de julho de 2009

CONTINUO COM A VELHA MANIA DE QUERER MODIFICAR O MUNDO

O sofá da sala
Ao analisar dois episódios que estão em discussão na Capital, veio-me à lembrança a velha piada do sofá da sala. Como tem gente que não a conhece, resumo: ao surpreender a esposa traindo-o na sala, o marido precisava tomar uma providência imediata: e tirou o sofá do local. Certamente não impediu a continuação da traição e nem ele nem mais ninguém conseguiu sentar-se confortavelmente na sala. Da mesma forma, autoridades reagem em relação ao passe-livre. Sob o argumento que nos dias de passe gratuito há muita balbúrdia nos ônibus, algumas pessoas querem acabaram com a medida que permite famílias aproveitarem alguns fins de semana para visitar parentes ou simplesmente sair de casa.
Alguém dirá: é incrível o que acontece nos ônibus nesses dias. Concordo. Mas daí simplesmente acabar com a decisão que beneficia os mais pobres não é correta. O que é preciso fazer é promover a segurança nos ônibus nos dias de passe-livre. Nesses dias, nunca vejo alguma ação policial para proteger as pessoas decentes que procuram os ônibus para passear ou resolver alguns assuntos pendentes.
Outro fato parecido é no futebol. Está se encaminhando uma tendência para realizar jogos com apenas uma torcida, apenas do time local. O motivo é a violência, que está cada vez maior nos estádios de todo o país. Só uma torcida não irá garantir a paz _ tenho visto brigas e confusões entre torcedores do mesmo clube. É preciso reverter esse clima de violência desenvolvido por torcedores interessados mais em brigar do que assistir ao jogo. Não adianta tirar torcedores, é preciso fazer uma campanha para melhorar o comportamento e reprimir aqueles que vão aos estádios com o único objetivo de brigar, bater e assaltar. Mas com o cuidado de não cometer excessos ou injustiças.
Publicado no Diário Gaúcho no dia 10/7/2009

Falando um pouco mais
Não deu para incluir, por falta de espaço, mas entendo o interesse de uma parte da sociedade em retirar esse benefício para as camadas mais desfavorecidas. Para os empresários do setor de transporte, quando menos isenções, menores são as despesas e maiores os lucros. Há algumas pessoas também contrárias à existência de passe livre nos ônibus que nada ganhariam com modificação no sistema. Afinal, não usam ônibus nem seus parentes usam. Não podem nem dizer, como alguns que pagam passagem que estão financiando o transporte para os outros. É que não suportam ver o povo ter alguma ajuda, ainda que seja mínima e a custo de polêmica. Para esses, quem não tem dinheiro, têm que passar fome, andar a pé e resgardar-se em seus apertados barracos. Sem essa de se misturar a quem "leva o país nas costas".

2 comentários:

  1. Pimenta no alheio é refresco. Tem gente que se sente espoliada com qualquer coisa mesmo, pois não sabe e nem quer saber o quanto dói ser pobre. Mas um dia a coisa vai mudar.

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  2. Obrigado duplamente, Dalva. Pela visita e pela correção. Já arrumei no texto.
    Abrs.

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