Sempre que tomo um ônibus em Porto Alegre, percorro o olhar pela parede interna para ler os poemas. Alguns são fracos, inteligíveis apenas para seus autores, como os pintores de arte moderna. Mas há algumas pérolas, que fazem valer a pena. O primeiro que me entusiasmou foi de Marcos Cardoso, publicado na edição 2001/2002):
Certa vez fui levado a uma feiticeira
Dama do demônio,
musa da magia
Sonha muito e fala só asneiras!
É subversivo e tem atos de rebeldia!
Usando de ungüentos a velha cabreira
Descobriu o encanto da minha agonia:
Contra esse mal não existe cura...
... o menino sofre de Literatura!
Marcos Cardoso
Nesta semana, encantei-me com este:
SETILHA
Se ao passado só se volta
na garupa da lembrança;
e ao futuro só se chega
no galope da esperança;
o melhor é não ter pressa,
pois se alguém o tempo apressa,
té do presente se cansa.
Carlos Alberto de Assis Cavalcanti
Não conheço o Carlos Alberto, nem o Marcos Cardoso. Quero parabenizá-los pelas belas poesias. Vou tentar encontrar mais algumas obras deles.
Quem diria! Eu bem que gostaria de encontrar essas pérolas nos caminhos que trilho. O máximo que encontro são versinhos chulos, rimando palavrão com palavrão...
ResponderExcluirMuito bons! Normalmente encontramos coisas um tanto quanto repugnantes, mas essas foram boas.
ResponderExcluirAbraço,
Rafael