quarta-feira, 1 de outubro de 2008

OS POEMAS NOS ÔNIBUS

Sempre que tomo um ônibus em Porto Alegre, percorro o olhar pela parede interna para ler os poemas. Alguns são fracos, inteligíveis apenas para seus autores, como os pintores de arte moderna. Mas há algumas pérolas, que fazem valer a pena. O primeiro que me entusiasmou foi de Marcos Cardoso, publicado na edição 2001/2002):

Certa vez fui levado a uma feiticeira
Dama do demônio,
musa da magia
Sonha muito e fala só asneiras!
É subversivo e tem atos de rebeldia!
Usando de ungüentos a velha cabreira
Descobriu o encanto da minha agonia:
Contra esse mal não existe cura...
... o menino sofre de Literatura!

Marcos Cardoso

Nesta semana, encantei-me com este:

SETILHA

Se ao passado só se volta
na garupa da lembrança;
e ao futuro só se chega
no galope da esperança;
o melhor é não ter pressa,
pois se alguém o tempo apressa,
té do presente se cansa.

Carlos Alberto de Assis Cavalcanti

Não conheço o Carlos Alberto, nem o Marcos Cardoso. Quero parabenizá-los pelas belas poesias. Vou tentar encontrar mais algumas obras deles.

2 comentários:

  1. Quem diria! Eu bem que gostaria de encontrar essas pérolas nos caminhos que trilho. O máximo que encontro são versinhos chulos, rimando palavrão com palavrão...

    ResponderExcluir
  2. Muito bons! Normalmente encontramos coisas um tanto quanto repugnantes, mas essas foram boas.

    Abraço,

    Rafael

    ResponderExcluir

E aí? Se der tempo, critique ou elogie. Se tiver problemas para acessar, entre como anônimo (e deixe seu nome no final, se quiser)