terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

A HISTÓRIA DO INVESTIGADOR VENTRÍLOQUO

Essa quem me contou foi o Ronaldo Bernardi, um dos repórteres fotográficos com o maior número de prêmios no Rio Grande do Sul. Diz que na década de 1980, havia um policial em uma determinada delegacia da Capital que tinha o dom do ventriloquismo e se divertia muito com isso. Quando os repórteres iam à DP em busca de notícias, ele costumava zoar com eles. Durante a conversa com os jornalistas, o policial usavam o seu dom e chamava a si mesmo sem que os interlocutores descobrissem que estavam sendo enganados.
- Fulano - dizia a voz que parecia vir do fundo da delegacia.
Os jornalistas não entendiam nada, e o próprio policial virava para trás e perguntava:
- Quem está me chamando?
E continuava conversando normalmente até que chamava de novo o próprio nome, fingindo surpresa. Seus colegas riam-se a mais não poder escondidos nos cantos.

A morta que falava

Um dia, uma mulher idosa foi assassinada a facadas, e a polícia desconfiou de um dos filhos dela. O tal policial-ventríloquo foi ao velório e se postou com uma falsa cara triste ao lado dos parentes na beira do caixão.
De repente, surgiu uma voz que parecia sair da própria morta e se dirigir a um dos filhos.
-Meu filho, por que tu me mataste? Eu gostava tanto de ti, sempre procurei de ajudar. Até pensei em deixar a maior parte da minha herança pra ti. Por que tu fizeste isso?
O filho ficou vermelho, todo mundo olhando pra ele, até que ele não resistiu e gritou, furibundo, apontando para a defunta:
_ Sua cadela mentirosa. Tu nunca gostou de mim, nunca me deu carinho. Tu gostava só dos meus outros irmãos. Por isso, tu mereceu as facadas que te dei!
Foi então que o policial deu voz de prisão ao assassino, sem precisar usar mais seu dom de ventríloquo.

2 comentários:

  1. Ótimas histórias. Já tenho o blogue como referência. Gracias pela visita ao meu. Abração. Jerônimo Jardim.

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  2. Eu mesmo fui vítima deste policial. Ele já estava lotado na sexta DP, na Otto Nyemaier e eu fui lá fazer uma matéria. Eu conhecia ele da primeira DP, que ficava lá na Riachuelo, no centro, mas não me lembrava mais da fisionomia. E aquela voz começou a me chamar: "Mota... Mota..." Mais duas pessoas na sala e eu levantei-me, dizendo: "Tem alguém me chamando". O próprio ventriloquo sugeriu: "Acho que é na sala do delegado, Mota..." Quando fiz menção de ir na outra sala foi que caiu minha ficha e eu lembrei-me do policial e o desmascarei. Todos nós demos muita risada com o fato.

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