terça-feira, 9 de dezembro de 2008

PRORROGADO SORTEIO SOBRE LIVROS

Você está sendo convidado a dar sua opinião sobre os diversos tópicos da diversão nacional e local e a concorrer a três livros:


Um deles é O Repórter Esso – A síntese radiofônica mundial que fez história, do jornalista e professor Luciano Klöckner.



Os outros dois são do jornalista multimídia David Coimbra: Canibais, Paixão e Morte na Rua do Arvoredo e Cris, a Fera & e Outras Mulheres de Arrepiar.

A idéia é sabermos o que os internautas pensam. Se você não vê novela, por exemplo, responda "nenhuma" (ou não responda). O mesmo se você achar que nenhum cantor ou grupo musical chamou-lhe a atenção neste ano de 2008, ect. Obrigado pela participação e boa sorte no sorteio. Copie e cole a lista para respondê-la e enviá-la nos comentários. Irei publicando e, no final, no dia 25 de janeiro, divulgarei os resultados e sortearei os ganhadores dos livros O Repórter Esso, Canibais, Paixão e Morte na Rua do Arvoredo e Cris, a Fera & e Outras Mulheres de Arrepiar.


OS MELHORES DE 2008

1) Melhor novela:
2) Melhor ator:
3) Melhor atriz:
4) Melhor programa de TV:
5) Melhor humorístico de TV:
6) Melhor apresentador de programa de TV:
7) Melhor grupo musical:
8) Melhor cantor nacional:
9) Melhor cantora nacional:
10) Melhor cantor local:
11) Melhor cantora local:
12) Melhor narrador de futebol no rádio:
13) Melhor repórter de futebol no rádio:
14) Melhor comentarista de futebol no rádio:
15) Melhor repórter de notícias do rádio
16) Melhor emissora de rádio (AM ou FM):
16) Melhor emissora de televisão:

A partir do encerramento das participações, no dia 25 de janeiro, o Vidacuriosa divulgará o resultado das escolhas e os nomes dos internautas contemplados com livros.

O LIVRO
O Repórter Esso – A síntese radiofônica mundial que fez história é o resultado de dez anos de pesquisa do jornalista Luciano Klöcner, que foi assunto para dissertação de mestrado e tese de doutorado. O livro é resultado de dez anos de pesquisa e apresenta uma análise crítica das notícias, além de depoimentos de historiadores, radialistas e jornalistas. O Repórter Esso foi transmitido por 60 emissoras de diversos países, entre os quais o Brasil. A obra tem 315 páginas. O lançamento do livro aconteceu no dia 26 de agosto de 2008 na Saraiva Megastore e contou com a presença dos locutores de O Repórter Esso de Porto Alegdre, Lauro Hagemann,de São Paulo, Fabbio Perez, do Rio de Janeiro, Roberto Figueiredo.


O AUTOR
Luciano Klöckner, 50 anos, é jornalista, doutor em Comunicação Social e professor da PUC-RS. É professor adjunto da Faculdade de Comunicação Social (Famecos), onde leciona desde 1988, e da Fundação Irmão José Otão, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Foi professor adjunto também da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Participou do Conselho da Fundação Padre Urbano Thiessen (Rádio Unisinos FM). Além da docência, atuou por mais de 20 anos em empresas de comunicação, com destaque para as revistas A Granja e Manchete, jornais Zero Hora e Correio do Povo, Rádios Gaúcha, Guaíba e Difusora (atual Bandeirantes).
Natural de Porto Alegre, Luciano é pai de Gisele, 26 anos, e Karina, 25, e avô de Theo, cinco anos.

O AUTOR E OS LIVROS:
David Coimbra nasceu no Bairro IAPI em Porto Alegre em 1962 é casado com Márcia e pai de Bernardo, de um ano e quatro meses. Tabalhou como repórter em mais de dez redações. Atualmente é jornalista multimídia: editor de Esportes e cronista de Zero Hora, integrante do programa Café TVCom e comentarista esportivo do programa Bate Bola da TV Com, além de dar pitacos no programa Pretinho Básico, da Rádio Atlântida. Publicou os livros Canibais, Jogo de Damas, Mulheres e Pistoleiros Também Mandam Flores, publicados pela empresa L&PM Pocket )www.lpm.com.br. Lançou também A mulher do Centroavante (Artes e Ofícios, 2003), A cantada Infalível , (Artes e Ofícios, 2003), Cronica da Selvageria Ocidental (RBS Publicações.) É co-autor de Viagem (2001) e História dos Grenais (2004).

Em Canibais, seu primeiro romance, David faz ficção baseada na ação real de um serial killer que matava pessoas e as transformava em linguiça no Centro de Porto Alegre no final do século 19.
Em Cris, a Fera & Outras Mulheres, a contracapa anuncia que o livro fala de mulheres famintas de sexo, poder, vingança ou qualquer coisa que possa destruir a vida de um incauto. "Uma noite de loucuras poderia custar muito caro. Às vezes, até mesmo a própria vida".

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O MUNDO NÃO TEM CONSERTO

Acrescentado de vídeo em 17/10/2011

Há poucos dias, meu colega Jocimar Farina passou-me pelo sistema bluetooth, no celular, uma música do Chico Buarque que há muito tempo eu não ouvia. Meu Guri conta a história de uma mãe conivente com seu filho ladrão. Ouvindo a música, imediatamente veio-me à mente duas cenas da realidade de Porto Alegre. A primeira foi uma ação da Brigada Militar no dia 26 de outubro em que 178 jovens participantes de gangues (agora chamados de bondes) foram detidos pouco antes de um confronto que se daria nas proximidades do shopping Praia de Belas.
Os jovens haviam se desafiado pela Internet e marcado um encontro naquele local. Se a Brigada não tivesse interferido, poderia ter ocorrido uma tragédia. Os adolescentes, com idades entre 13 e 17 anos foram levados para um batalhão para averiguação. No grupo havia meninos de 12 anos e maiores de idade, além de algumas adolescentes. Os jovens participam dos chamados bondes que costumam pichar paredes de residências e monumentos, entram em atritos com outros grupos, roubam e agridem sem qualquer motivo.
Quando li a notícia, fiquei pensando nos pais daqueles garotos. Onde andariam, o que diriam para os filhos, o que sabiam deles? Pois a segunda história a que me refiro aconteceu dois dias depois. Seis pais procuraram o comandante da Brigada Militar, coronel Paulo Roberto Mendes, para pedir uma explicação para o fato de seus filhos terem sido levados para o batalhão onde ouviram um sermão do comandante.
_ Viemos cobrar esclarecimentos, saber o que aconteceu. Meu filho não é bandido _ limitou-se a dizer um dos pais dos adolescentes. Conforme o coronel informou à imprensa, outro pai chegou a dizer que a ação policial causou uma perda irreparável à imagem do filho dele, que teria ficado "marcado na escola, onde virou motivo de piadas.
Morro e não vou ver tudo. A maioria dos 178 jovens são no mínimo de classe média. A música do Chico Buarque conta a história de uma mãe de classe baixa, mas, no fundo, é a mesma coisa.


Confira a letra da música


MEU GURI
(Chico Buarque de Holanda)

Quando, seu moço
Nasceu meu rebento
Não era o momento
Dele rebentar
Já foi nascendo
Com cara de fome
E eu não tinha nem nome
Prá lhe dar
Como fui levando
Não sei lhe explicar
Fui assim levando
Ele a me levar
E na sua meninice
Ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aí! Olha aí!

Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!

Chega suado
E veloz do batente
Traz sempre um presente
Prá me encabular
Tanta corrente de ouro
Seu moço!
Que haja pescoço
Prá enfiar
Me trouxe uma bolsa
Já com tudo dentro
Chave, caderneta
Terço e patuá
Um lenço e uma penca
De documentos
Prá finalmente
Eu me identificar
Olha aí!

Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!

Chega no morro
Com carregamento
Pulseira, cimento
Relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar
Cá no alto
Essa onda de assaltos
Tá um horror
Eu consolo ele
Ele me consola
Boto ele no colo
Prá ele me ninar
De repente acordo
Olho pro lado
E o danado já foi trabalhar
Olha aí!

Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!

Olha aí!
É o meu guri e ele chega!

Chega estampado
Manchete, retrato
Com venda nos olhos
Legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente
Seu moço!
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato
Acho que tá rindo
Acho que tá lindo
De papo pro ar
Desde o começo eu não disse
Seu moço!
Ele disse que chegava lá
Olha aí! Olha aí!
Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí
Olha aí!
E o meu guri!...(três vezes)


E o vídeo na interpretação da insuperável Beth Carvalho

domingo, 30 de novembro de 2008

SOBRE ONGS

Muito mais por falta de oportunidade ou de conhecimento e muito menos por insensibilidade, grande parcela da população não dispõe parte de seu tempo ou de seus recursos para ajudar os outros. É exatamente quando um problema sério bate em sua porta, que as pessoas despertam para participar de uma missão que visa a diminuir as dores alheias. O que vejo é o surgimento de movimentos sociais particulares se desenvolverem a partir de uma tragédia pessoal. É preciso sentir no próprio corpo, na família ou em amigos para então se entregar a um projeto coletivo. Um assassinato, problemas de drogas, acidentes que poderiam ter sido evitados, geram associações.

Uma idéia para ser intensificada

Uma ONG que gostaria de ter fundado seria para procurar pessoas desaparecidas. De certa forma até faço algo parecido. Há mais de 20 anos, cuido da publicação de fotos de pessoas sumidas – primeiro em Zero Hora – e, desde o ano de 2000 no Diário Gaúcho. Desde o início da faculdade, trago comigo o mesmo sentimento de 99 por cento de quem escolheu a profissão de jornalismo: ajudar a mudar o mundo, ainda que um pouquinho.
Sempre me comovem as histórias humanas, principalmente das pessoas que não têm dinheiro, nem parentes importantes, não são amigas de celebridades e sofrem sem ajuda. E mesmo quem tem recursos não pode fazer nada sozinho. Não há quem seja tão rico que não precise ser ajudado nem tão pobre que não possa auxiliar alguém. Não sei onde li isso, mas é a mais pura verdade.

Experiência própria

Minha preocupação com os desaparecidos aumentou, algum tempo depois, quando senti na pele a mesma dor, ainda que de intensidade incomparavelmente menor do que das pessoas com as quais convivo quase diariamente por meio do jornal.
Não me lembro quando foi exatamente. Já faz mais de dez anos. Em visita a um cunhado em Gravataí, descuidei-me por um momento e meu filho excepcional, na época com 13 ou 14 anos, saiu pelos fundos da casa. Passamos a procurar pelas ruas da Morada do Vale III, ajudados pela vizinhança. A dor que senti não tem parâmetro, sabe-a bem que passa ou passou pelo problema. A gente fica imaginando o que pode acontecer, quer fazer retroceder o tempo, reza para todos os santos e fica lamentando por ter se distraído.
Começava a anoitecer e nada de encontrá-lo. Temi que ele pudesse ter caminhado até a avenida principal onde o movimento de veículos é intenso. Sem noções de perigo, não teria como escapar de um atropelamento. Duas horas depois de angústia e de buscar sem parar, localizamos o rapazote sentado na beira de barranco, brincando com uma varinha.
Foi como se um peso de uma tonelada saísse de sobre o meu corpo. Até hoje me angustio quando me lembro. A partir daquele dia, entendi ainda mais o que é sofrer com um parente desaparecido. Por isso, sempre que posso, ajudo a publicar fotos de desaparecidos, mesmo que já faça muito tempo que ele sumiu, mesmo que haja a possibilidade de que tenha saído por conta própria. Nenhuma família merece sem saber o que aconteceu.


Neste blog, não poderia deixar de colocar fotos de pessoas desaparecidas. Hoje ponho mais uma.

Eulálio Mello
Fortes, 26 anos, está desaparecido desde 9 de maio, quando saiu de casa, no Bairro São Francisco II, em Tramandaí. Ele sofre de epilepsia. Se alguém tem alguma informação que possa levar à sua localização, ligue para os telefones 9380-2979 ou 9612-4192.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

DESAPARECIDA DE GUAÍBA

A pessoa da foto, Izabelina Denise Moreno, 62 anos, portadora de Mal de Alzheimer, está desaparecida desde o dia 11 de agosto em Guaíba. O jornal Diário Gaúcho já publicou várias vezes e, incrivelmente, nenhuma novidade surgiu. Como isso pode acontecer? Parentes dela já não sabem o que fazer, e fico impressionado que isso possa estar acontecendo. Ela havia levado netos na escola e nunca mais foi vista. Um mistério. Se você tiver alguma informação pode ligar para os telefones 3019-4690 ou 9375-5756. Se quiser repassar para conhecidos ou até desconhecidos, fique à vontade. O tempo vai passando e ficará cada vez mais difícil a localização dela ou o descobrimento do que aconteceu.

SOBRE ADVOGADOS

Na falta de outra coisa para postar, vai esta mesmo. Hoje de manhã, enquanto caminhava, me veio essa frase à mente:


A advogada era tão fissurada em sua profissão que até para soltar o cabelo ela redigia antes um habeas corpus.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A MUDANÇA ORTOGRÁFICA E SUAS COMPLICAÇÕES

Com a nova ortografia, como interpretarias essa frase?


Um simpático pelo branco, o outro, pelo gateado.


Essa frase tem dois significados (só com o uso antigo se pode chegar a esta explicação):


a) São dois cavalos: Um simpático pêlo branco e outro, pêlo gateado.


b) São dois apostadores de corridas de cavalos: Um simpático pelo branco e outro, pelo gateado.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

APARECEU A MARGARIDA, OLÊ, OLÊ, OLÁ

Algumas expressões criadas em um passado distante ainda são pronunciadas sem que as pessoas tenham a menor idéia do que estão dizendo. Uma delas é a frase "Apareceu a Margarida", muito usada quando alguém que não é visto há algum tempo e surge, de repente. Lembro-me bem de minha mãe dizendo isso, quando chegava um parente ou amigo que se ausentara por um bom tempo.
Por que Margarida? Por causa da música, da brincadeira de roda, claro. Até aí morreu Neves. Que Neves? Isso é outra história. Voltando à Margarida, quem era ela?
Outro dia, ouvindo um CD da Xuxa sobre cantigas de roda, entendi que a coisa vinha lá da Idade Média. A letra da música:
_ Onde está a Margarida?, olê, olê, olá.
_ Ela está em seu castelo, olê, olê, olá.
_ Ela está em seu castelo, olê, seus cavaleiros.
Eu queria poder vê-la, olê, olê, olá.
Eu queria poder vê-la, olê, olê, olá.
Mas o muro é muito alto, olê, olê, olá.
Estou tirando uma pedra, olê, olê, olá.
Uma pedra não faz falta,
tirando duas pedras
Duas pedras não "faz" falta

tirando outra pedra...
Apareceu a Margarida,
olê, olê, olá.


Foi então que entendi que a Margarida era uma mulher bonita de um castelo. E que os cavaleiros tiveram que afastar pedras, provavelmente do muro, para poder visualizá-la.

Mas quem ela era? Seria uma princesa, uma dama da corte, uma menina? Era famosa, tinha sobrenome? Pode ser que sim, pode ser que não.
Perdeu-se no tempo ou eu que não soube achá-la.
Por falar nisso, fico pensando se daqui a 200 anos alguém ouvir alguém cantar a música do Jorge Benjor, feita quando ele era Jorge Ben, alguém vai saber quem era Teresa:
- Sou Flamengo e tenho uma nega chamada Teresa...
Ou a Carolina, do Chico Buarque, ou a Marina, cujo namorado não queria que ela pintasse os lábios, ou a Iracema do Adoniram, que morreu ao atravessar a rua.

Voltando à Margarida, só mais uma curiosidade. A palavra tem origem no grego Magarites e significa pérola. Talvez tenha sido por isso  que ela pegou mprestado o nome da flor.



quarta-feira, 29 de outubro de 2008

MISTÉRIO EM JAQUIRANA

Uma reportagem no Fantástico no domingo não saiu mais da minha cabeça. Em Jaquirana, município do interior gaúcho com pouco mais de 5 mi habitantes, foi encontrado, em 2007, um cadáver já em decomposição.
Um promotor de Justiça está fazendo todos os esforços para identificar a ossada. Estudos de peritos indicaram que a vítima tinha feito um tratamento caro nos dentes, incluindo inclusive com dentes de outro.
Além disso, o pijama que ele vestia havia sido fabricado em uma cidade do interior de São Paulo. Esses detalhes, incluindo o fato de que estava de pijamas apesar do frio que fazia na época em que o corpo foi encontrado, intriga o promotor Luís Augusto Gonçalves Costa, de Vacaria, a polícia e os peritos. Eles acham que o corpo pode ser de alguém que teria sido seqüestrado, assassinado e abandonado em um matagal no norte gaúcho.
O mais interessante é que os peritos e um artista plástico reconstituíram a cabeça da vítima para tentar uma identificação (veja acima). Espero que consigam descobrir esse mistério. Eu gostaria também que esse tipo de trabalho fosse feito em outros cadáveres encontrados. Só em Porto Alegre, há inúmeros casos de pessoas assassinadas e não identificadas. Pelo menos três mulheres já tiveram seus corpos esquartejados e, em alguns casos, pernas e braços foram encontrados no Guaíba. A polícia não tem qualquer informaçaõ sobre isso. Ao mesmo tempo, um grande número de pessoas segue desaparecido para desespero eterno de seus parentes.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

VOCÊ JÁ TROCOU O NOME DAS PESSOAS?

Uma das coisas mais curiosas que eu conheço é a facilidade com que as pessoas confundem os nomes das pessoas. Se os nomes são iguais ou parecidos, invariavelmente sofrem com as confusões. Na Rádio Gaúcha, dois excelentes repórteres enfrentam esse drama. E nem têm nomes iguais. Um é o Jocimar Farina, que também trabalha no Diário Gaúcho. O outro é Josmar Leite. Só porque os dois nomes começam com Jo e terminam com Mar, muita gente os confunde.

Jocimar me contou outro dia que uma fonte ligou para ele e deu explicações sobre um determinado assunto, sobre o qual eles já haviam falado havia algum tempo e não havia qualquer novidade. Ele achou isso estranho, mas deixou pra lá. Até que seu colega Josmar queixou-se de que uma fonte havia ficado de dar uma resposta sobre um assunto e não ligou mais. Foi aí que o Jocimar entendeu. O funcionário público deu a resposta para o outro jornalista.
Em outra ocasião, Jocimar tentava falar com o deputado Adilson Troca. O jornalista falou com o parlamentar por telefone e marcaram uma entrevista no saguão da Assembléia. Jocimar chegou ao local e ficou aguardando o parlamentar. Alguns minutos depois, o deputado chegou e viu Jocimar, mas ficou olhando para os lados como se procurasse alguém. O repórter então se aproximou dele para fazer a entrevista. Quando se apresentou, Troca (fazendo jus ao nome) admitiu ter feito confusão achando que havia falado com Josmar e que por isso que não o havia localizado no saguão.
Fanático por trocadilho, tenho de registrar uma frase de Franklin Berwig, produtor de esportes da Gaúcha, sobre o assunto:
_ Sabem o que dá uma mistura de Jocimar Farina com Josmar Leite? Dá bolo.
Como meu costume é sempre dar um pitaco a mais, eu acrescentaria mais alguém nessa mistura: o ministro da Fazenda, Guido Mantega. (Fico devendo o açúcar, os ovos e o fermento).

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

SOBRE AS POESIAS NOS ÕNIBUS DE PORTO ALEGRE

Quando publiquei o post anterior, sobre os poemas nos ônibus, dispus-me a descobrir mais sobre os autores dos dois excelentes trabalhos que escolhi e republiquei. Não tive tempo para me dedicar às pesquisas, mas, felizmente, uma parte da minha busca foi solucionada.
Um dos autores das obras selecionadas para os ônibus deste ano "achou-me" pelo google e enviou seguinte mensagem:

Caríssimo Plínio:
Saúde e Paz!
Devo agradecer ao amigo as palavras elogiosas ao poemeto que tive o privilégio de classificar no concurso POEMAS NO ÔNIBUS, em Porto Alegre. Trata-se de SETILHA, cujo texto o amigo publicou no BLOG VIDA CURIOSA, em 30 de setembro de 2008. A propósito, anexo meus rabiscos de poesias presentes no ITINERÁRIO POÉTICO, livro de estréia. Espero que também goste. Felicidades!
Carlos Alberto de Assis Cavalcanti, professor do Centro de Ensino Superior de Arcoverde - PE

Valeu Carlos Alberto. Assim que puder, vou conferir o seu Itinerário Poético.
Abraços.

Agora vou descobrir algo sobre o Marcos Cardoso. Se ele ou alguém que o conheça quiser me ajudar, ficarei muito grato.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

OS POEMAS NOS ÔNIBUS

Sempre que tomo um ônibus em Porto Alegre, percorro o olhar pela parede interna para ler os poemas. Alguns são fracos, inteligíveis apenas para seus autores, como os pintores de arte moderna. Mas há algumas pérolas, que fazem valer a pena. O primeiro que me entusiasmou foi de Marcos Cardoso, publicado na edição 2001/2002):

Certa vez fui levado a uma feiticeira
Dama do demônio,
musa da magia
Sonha muito e fala só asneiras!
É subversivo e tem atos de rebeldia!
Usando de ungüentos a velha cabreira
Descobriu o encanto da minha agonia:
Contra esse mal não existe cura...
... o menino sofre de Literatura!

Marcos Cardoso

Nesta semana, encantei-me com este:

SETILHA

Se ao passado só se volta
na garupa da lembrança;
e ao futuro só se chega
no galope da esperança;
o melhor é não ter pressa,
pois se alguém o tempo apressa,
té do presente se cansa.

Carlos Alberto de Assis Cavalcanti

Não conheço o Carlos Alberto, nem o Marcos Cardoso. Quero parabenizá-los pelas belas poesias. Vou tentar encontrar mais algumas obras deles.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

SOBRE AS CAVALGADAS E SEUS EFEITOS

Leio tudo o que posso sobre a história gaúcha, mas os meus heróis nos desfiles farroupilhas são os recolhedores de bostas de cavalo. Eles não são garbosos como os gaudérios que cavalgam de fronte erguida sem desviar o olhar do horizonte.
Os recolhedores de cavalo são ágeis porque lidam com o improgramável. Eqüinos não obedecem a roteiros nem a esquemas de protocolo no que se refere às necessidades fisiológicas. Não são como os atores e cantores que podem esperar para se aliviarem no camarim.
Os cavalos são despreocupados, diferentemente daquelas moças que anunciam, na tevê, produtos para regular o intestino.
Por isso, os recolhedores de bostas precisam ser rápidos para poupar olhos e narizes de turistas e do povo em geral dos efeitos de atos que não estavam no script.
Você nunca prestou atenção nos recolhedores de bostas de cavalos? Ou foi porque eles são mesmo discretos ou porque não existem. Se não existem, deveriam existir, até porque a tradição não aceitaria cavalos com fraldas. Nossos olhos e narizes, nos desfiles ou nas cavalgadas pelo Litoral, agradeceriam.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

SOBRE A REVOLUÇÃO FARROUPILHA

QUANTOS ERROS HÁ NO TEXTO ABAIXO?

Corria o dia 9 de setembro de 1837. Bento Gonçalves sentou-se à sombra de um eucalipto em sua estância em Camaquã. Ele acendeu um palheiro, jogou o palito de fósforo por entre a cerca de arame e dividiu o olhar entre a fumaça, que fazia círculos no ar, e um quero-quero pousado num moirão.


RESPOSTAS:
1º erro - Em 10 de setembro de 1837, Bento Gonçalves estava fugindo da prisão do Forte do Mar, na Bahia. Logo, não poderia estar em sua fazenda.


2º erro - Ele não poderia ter-se sentado à sombra de um eucalipto. Naquela época, não havia essa espécie de árvore, originária da Austrália. Eucaliptos foram trazidos para o Rio Grande do Sul por volta de 1870.

3º erro - Bento não pode ter acendido o palheiro com um palito de fósforo. Os palitos de fósforos foram inventados somente em 1827 na Europa e só chegaram muitos anos depois ao Rio Grande do Sul. Na época dos farroupilhas, os cigarros eram acesos com um tipo primitivo de isqueiro chamado pederneira, em que uma pedra era atritada fazendo faísca.

4º erro - Na época dos Farrapos, os campos ainda não contavam com cercas de arame. As divisas entre as propriedades eram definidas por marcos de pedras colocados de distância em distância ou por rios e arroios.

5º erro - Quero-queros jamais pousam em moirões, diferentemente da coruja, por exemplo. Esse tipo de ave (Vanellus chilensis), assim como a perdiz, voa baixo e caminha pelo campo, onde põe seus ovos no chão.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

UMA DICA DE LEITURA


Fã de Confúcio, meu colega Renato Dornelles cumpriu a segunda parte dos três mandamentos do poeta chinês: escreveu um livro. Ele já tinha feito um filho (o ilustríssimo Bernardo nasceu neste ano) e agora diz que vai plantar uma árvore. Voltando ao livro, o lançamento da obra será no próximo dia 4, quinta-feira. A sessão de autógrafos do livro Falange Gaúcha, O Presídio Central e a História do Crime Organizado no RS será a partir das 19h30min na Saraiva Megastore, Praia de Belas Shopping.
Não li ainda o livro do Renatinho, mas já ouvi uma boa parte dele neste quase 20 anos que convivemos desde os tempos da Rádio Gaúcha. Vai ser muito interessante acompanhar nas páginas as histórias de Melara, Vico, Jussana, Fontela e companhia. Depois da leitura, todo mundo vai poder dizer que realmente conhece o que se passou dentro e fora dos muros do Presídio Central.
Votos de muito sucesso é o que Vidacuriosa deseja ao competente multimídia.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

MAIS UMA HISTORINHA SOBRE LÓGICA

Em uma determinada região do centro do Brasil havia duas aldeias. Uma em que os índios só falavam a verdade e outra em que só diziam mentiras. Um missionário foi enviado para uma difícil missão: evangelizar os índios mentirosos. Ao chegar em uma encruzilhada, ficou em dúvida para qual caminho deveria seguir. No vértice da encruzilhada havia um índio. O padre não sabia se era mentiroso ou não. Que pergunta ele fez para saber qual caminho pegar para ir à aldeia dos índios mentirosos?













A pergunta que ele fez foi: se eu perguntar ao índio da outra aldeia se este caminho leva à aldeia dos mentirosos, ele me diria que sim ou que não. Com qualquer resposta, o padre escolherá o outro caminho.
A lógica:
Se aquele caminho leva à aldeia dos mentirosos, e o índio questionado for verdadeiro, ele pensará: a aldeia leva mesmo aos índios mentirosos, mas o outro índio, que é mentiroso, dirá que não. O padre entenderia como sim e seguiria por esse caminho, chegando à aldeia dos mentirosos.

Se aquele caminho leva à aldeia dos mentirosos, e o índio questionado fosse mentiroso, ele raciocinará assim: A estrada leva mesmo à aldeia dos mentirosos, e o índio da outra aldeia, por ser verdadeiro, dirá que sim. Mas como sou mentiroso, respondo que ele dirá não. O padre entenderia como sim e seguiria para a aldeia.

Se aquele caminho não leva à aldeia dos mentirosos, e o índio questionado for mentiroso, ele raciocinará assim: a estrada não leva aos mentirosos, e o outro índio, que é verdadeiro, dirá que não. Como sou mentiroso, respondo que ele dirá que sim. O padre entenderia o sim como não e iria pelo outro caminho.
Se aquele caminho não leva á aldeia dos mentirosos, e o índio questionado for verdadeiro, ele pensará assim: a estrada não leva à aldeia dos mentirosos, mas o outro índio dirá que sim. O padre entenderia o sim como não e iria pelo outro caminho.


Simples não? Li ou ouvi isso em algum lugar. Não me recordo onde.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

DICIONÁRIO BRASILEIRO DE PRAZOS

Creditar sempre a autoria de um trabalho – seja texto, seja foto, seja escultura, música, ou mesmo uma frase criativa. Esforço-me muito para descobrir quem teve o mérito e sempre lamento quando não consigo definir o dono da idéia. Digo isso porque recebi um e-mail muito criativo, mas, por essas coisas da Internet, não consigo descobrir o autor. Se alguém souber realmente quem bolou as frases abaixo, agradecerei a oportunidade de fazer justiça.
_____________________
Dicionário Brasileiro de Prazos


Para evitar que estrangeiros fiquem "pegando injustamente no nosso pé", está-se compilando o "Dicionário Brasileiro de Prazos", que já deveria estar pronto, mas atrasou, do qual foram extraídos os trechos a seguir:


DEPENDE:
Envolve a conjunção de várias incógnitas, todas desfavoráveis. Em situações anormais, pode até significar sim, embora até hoje só tenha sido registrado em testes teóricos de laboratório. O mais comum é que signifique diversos pretextos para dizer não.


JÁ JÁ:
Pode dar a impressão de ser duas vezes mais rápido do que já. Ledo engano; é muito mais lento. "Faço já" significa "passou a ser minha primeira prioridade", enquanto "faço já já" quer dizer apenas "assim que eu terminar de ler meu jornal, prometo que vou pensar a respeito."


LOGO:
Logo é bem mais tempo do que dentro em breve e muito mais do que daqui a pouco. É tão indeterminado que pode até levar séculos. Logo chegaremos a outras galáxias, por exemplo.


MÊS QUE VEM:
Existem só três tipos de meses: aquele em que estamos agora, os que já passaram e os que ainda estão por vir. Portanto, todos os meses, do próximo até o Apocalipse, são meses que vêm!


NO MÁXIMO:
Essa é fácil: quer dizer no mínimo. Exemplo: Entrego em meia hora, no máximo. Significa que a única certeza é de que a coisa não será entregue antes de meia hora.


PODE DEIXAR:
Traduz-se como nunca.


POR VOLTA:
Similar a "no máximo". Por volta das 5h quer dizer a partir das 5h.


SEM FALTA:
É uma expressão que só se usa depois do terceiro atraso. Porque, depois do primeiro atraso, deve-se dizer "fique tranqüilo que amanhã eu entrego". E depois do segundo atraso, "relaxa, amanhã estará em sua mesa". Só aí é que vem o "amanhã, sem falta."


UM MINUTINHO:
É um período de tempo incerto, que nada tem a ver com o intervalo de 60 segundos e raramente dura menos que cinco minutos.


TÁ SAINDO:
Ou seja: vai demorar. E muito. Não adianta bufar. Os dois verbos juntos indicam tempo contínuo. Não entendeu? É para continuar a esperar? Capisce! Understood? Comprennez-vous? Sacou? Mas não esquenta que já tá saindo...


VEJA BEM:
É o day after do "depende". Significa "viu como pressionar não adianta?". É utilizado da seguinte maneira: "Mas você não prometeu os cálculos para hoje?" Resposta: "Veja bem..." Se dito neste tom, após a frase "não vou mais tolerar atrasos, OK?", exprime dó e piedade por tamanha ignorância sobre nossa cultura.


ZÁS-TRÁS:
Palavra em moda até uns 50 anos atrás e que significava ligeireza no cumprimento de uma tarefa, com total eficiência e sem nenhuma desculpa. Por isso mesmo, caiu em desuso e foi abolida do dicionário.

domingo, 29 de junho de 2008

ENQUANTO TANTA GENTE GANHA DINHEIRO E FAMA SEM FAZER NADA...

Você sabe o que significa a sigla Bina, nome do identificador de chamadas do telefone? Você sabia que o inventor desse aparelhinho é um brasileiro? Se já sabia, tudo bem, mas aproveito então para dar essas informações aos que ainda não têm esse conhecimento e, ao mesmo tempo, fazer uma homenagem a uma pessoa de talento em meio a tanta gente que luta para ser famoso mas não contribui de nenhuma forma com a humanidade.
Bina significa, acreditem, B identifica Número de A, avisando para o dono do telefone o número de quem está ligando.
   O criador do aparelho é o mineiro Nélio José Nicolai, nascido em Belo Horizonte, no 27 de abril de 1940. Nélio fez o curso técnico pela Escola Técnica de Minas Gerais e reside em Brasília desde 1971. Ele trabalhou na Ericson do Brasil, de 1967 a 1971, e na Telebrasília, de 1971 a 1986. Fundador das sociedades Atel ltda., de 1986 a 1992, e da Citatel Ltda, de 1995 a 1997, é o dono da empresa empresa Lune Ltda., de 1992.
Enquanto funcionário, recebeu os títulos de Operário Padrão da Telebrasília, em 1982, e, no mesmo ano, Operário Padrão de Brasília. Seu maior destaque é como inventor, na área de telecomunicações, onde é o idealizador de inúmeras invenções, com índice altíssimo de projetos viabilizados e explorados comercialmente, no Brasil e no Exterior. Nélio é o verdadeiro inventor do Identificador de Chamadas Telefônicas, título reconhecido internacionalmente, como atesta o Wipo Award Certificate-1996, Organização Mundial de Propriedade Intelectual, com sede em Genebra, Suiça.
    A idéia do Bina surgiu em 1977 e foi requerida sua patente em 1980.
Não conheço o ilustre brasileiro, mas quero aqui saudá-lo por desenvolver a sua inteligência em algo realmente útil e honesto. O Bina contribui não apenas para que as pessoas possam dar retorno para quem os ligou, mas também para combater a praga dos trotes e crimes que ocupam o tempo daqueles cujo caráter envergonha os compatriotas. Parabéns senhor Nélio. Que da sua mente privilegiada continue surgindo invenções realmente úteis como essas.

terça-feira, 3 de junho de 2008

PRA QUEM GOSTA DE CURIOSIDADE

Você já se deu conta de que o Dicionário Aurélio existente no computador há um programa para apresentar sempre uma palavra positiva quando é aberto? Teste pra ver. Quando eu abri agora, a palavra foi perseverança.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

CHARAPIADA (MISTURA DE CHARADA COM PIADAS)

Uma evangélica fervorosa, que lia a Bíblia da manhã à noite,
vai a um encontro religioso. Logo depois do almoço, em que foi servida salada de maionese, ela morre.
Qual foi a causa da morte?











RESPOSTA:
Foi excesso de salmonela.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

FERIADO DE CORPUS CHRISTI

Acredito que poucas pessoas sabem o que significa Corpus Christi. A maioria sabe apenas que é um feriado religioso. Alguns acertam quando dizem que se refere ao corpo de Cristo, mas, mesmo sendo católicos praticantes, não têm a menor idéia do motivo do feriado. Como sou curioso, fui atrás e encontrei a resposta que transcrevo abaixo. Mais ou menos por esta época, no ano passado, localizei o texto no excelente site Migalhas, que é freqüentado mais por profissionais ligados aos meios jurídicos.

Corpus Christi é uma festa ao Corpo de Cristo. É uma data adotada pela Igreja Católica para comemorar a presença real de Jesus Cristo no sacramento da Eucaristia, pela mudança da substância do pão e do vinho na de seu corpo e de seu sangue. Foi instituída pelo Papa Urbano IV (Bula 'Transiturus' de XI de agosto de 1264), para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.
Um acontecimento principal ajudou o papa a instituir a comemoração. A visão de Santa Juliana de Cornillon, monja agostiniana de Liège, na Bélgica. Segundo Juliana, Jesus pedia uma festa para testemunhar o significado da Eucaristia para a vida do cristão. A "Fête Dieu" (Festa de Deus), como inicialmente foi chamada a Festa de Corpus Christi, começou na paróquia de Saint Martin em Liège, em 1230. Em 1264, o papa Urbano IV estendeu-a para toda a Igreja católica.




domingo, 18 de maio de 2008

AS PALAVRAS ERRADAS E A CONSAGRAÇÃO PELO USO

Se tem uma coisa que não entendo é a facilidade com que as pessoas aceitam erros. Para não passarem por puristas, acabam admitindo expressões equivocadas sob o argumento de que o uso já consagrou a nova forma. Não têm o menor respeito com o sentido das palavras ou frases.
Na verdade, se na primeira vez que escreveram a expressão "vítimas fatais" alguém tivesse criticado, esse erro não seria cometido e não se consagraria pela repetição. Daí, alguém achou bonito o termo errado e copiou. E foi também reproduzido, e se seguiu uma corrente de analfabetismo até o ponto em que o novo termo é aceito pelo argumento de que está consagrado pelo uso. Se isso não é importante, então por que criticam os erros praticados por aqueles que, por falta de estrutura social ou financeira, não conseguiram estudar e por isso falam e escrevem errado?


Acidente causou uma vítima fatal
A expressão "vítima fatal" não existe. Fatal vem do latim fatale e significa "que mata", "que causa morte" e não que morre. Ao dizerem ou escreverem que há mortos em acidentes, não conseguem uma outra maneira para expressar essa idéia e, por isso, referem-se a vítimas fatais. Uma rápida consulta ao google já mostra a repetição da expressão.


O jogador sentiu a coxa.
Ora, se ele sentiu a perna, é sinal que tem sensibilidade nessa parte dos membros inferiores. Não se entenderia por que haveria algum problema. Teria de ficar fora do jogo se não sentisse a perna, se ela estivesse totalmente adormecida. O certo foi o que o repórter Bruno Laurence falou a seguir, ao apresentar a matéria: "O jogador sentiu dor na parte posterior da coxa esquerda." Ele poderia ter sentido uma fisgada, um problema. Além disso, dizer que sentiu a perna dá idéia de que tem uma perna só.

Furto e roubo não são a mesma coisa

Para a maioria das pessoas, furto e roubo (ou assalto) significam a mesma coisa. Mas são diferentes. Furto é quando o ladrão tira algo da vítima sem que ela perceba. Por exemplo: quem entra em uma casa na ausência do dono e leva algum objeto ou dinheiro, realizou um furto. O ato de quebrar uma janela, uma porta ou um telhado para entrar é arrombamento. Arrombamento pode ser sinônimo de furto, mas nem sempre furto é sinônimo de arrombamento. Outro exemplo é o furto de carteira (a punga), de bolsa (chuca). O crime está relacionado no artigo 155 do Código Penal. A pena é de um a quatro anos de prisão mais multa para o furto simples.
Roubo é quando o crime acontece na presença da vítima, com arma ou não. Assalto é a mesma coisa. Esse crime está tipificado no Código Penal no Artigo 157, com pena de quatro a dez anos de prisão, se não houver agravantes.
Mas atenção! Não vamos ser tão radicais. Quando a frase está na boca do personagem, não é necessária essa diferença. O mesmo ocorre no sentido figurado como "o juiz roubou" ou ela "roubou meu coração" ou "senti-me roubado ao ver o preço do tomate".
Todos são unânimes
3) Todos são unânimes em afirmar que o réu é inocente. O réu pode ser inocente, mas esse que escreveu a frase é culpado de ter cometido um pleonasmo bem chato. Se há unanimidade, é claro que são todos. Na verdade, talvez a palavra tenha sido empregada no sentido errado de "categóricos".

Um dos que
5) O artista era um dos que estava participando do festival. O autor dessa frase é um dos que costumam errar na concordância. A confusão deve ter sido feita porque existe a frase "um dos artistas era meu amigo." Sempre que há "um dos que", o que se segue deve ser plural.

O centroavante nem concentrou.
Alexandre Pato, que concentrou as atenções dos torcedores, concentrou-se com os demais titulares. O verbo concentrar no sentido de reunir alguma coisa ao redor de si é transitivo direto, isto é, necessita de complemento, no caso o objeto direto. Já concentrar-se é verbo pronominal e significa ficar concentrado ou manter-se na concentração.

Encarar de frente
Nunca soube de alguém que encarasse algum problema de costas até porque aí não seria encarar; seria talvez "enucar". Talvez a frase correta fosse "encarar o problema com seriedade, com responsabilidade, com espírito de luta.

Elo de ligação
A palavra elo já significa ligação, elo é a argola que faz parte de uma corrente. "A prisão de Fulano era o elo que faltava para a ligação entre as duas quadrilhas", mas não "o elo de ligação" das quadrilhas.

De mala e cuia
Outro dia estava vendo um noticiário em televisão do centro do País e o repórter lascou esta:
Fulano se mudou de mala e cuia para a Europa.
Essa expressão começou a ser usada quando repórteres e artistas gaúchos se mudaram para São Paulo e Rio na década de 80. Como custumavam tomar chimarrão, fazia sentido dizer que haviam se mudado de mala e cuia, que significava, fixar residência, mudar para morar no outro lugar. Daí um paulista ou carioca se mudar de mala e cuia para a Europa? Seria o mesmo que dizer que o gaúcho saiu de Porto Alegre via pau-de-arara.




quinta-feira, 8 de maio de 2008

ELA NA PALMA DA SUA MÃO


O Criador do Universo concluiu a primeira parte da sua obra na Terra e começou a pensar na povoação com seres humanos.
Depois de programar a evolução da espécie até chegar ao homem, pensou em uma forma de homenagear aquela que seria responsável por dar à luz um novo ser.
Foto da Internet
A maneira escolhida por Ele foi criar um gene que determinasse a formação, pelas linhas da mãos, de uma letra inicial da palavra "mãe".
Assim, é "mãe" em português, "madre" em espanhol e italiano, "mother" em inglês, "mutter" em alemão, "mére" em francês, "mat" em russo e "moeder" em holandês, para ficarmos somente nos idiomas mais conhecidos.
Observem: todas as pessoas nascem com uma letra "M" na palma da mão, para que nunca se esqueçam daquela que os gerou, que os cuidou, que se preocupou com os seus filhos e sempre se preocupará. Mãe é aquela que chora com as suas tristezas e ri com as suas alegrias e nem sempre é compreendida.
No próximo domingo, Dia das Mães, olhe para a palma das suas mãos e siga o conselho cifrado enviado pelo Programador.
Se a sua mãe é viva, faça um carinho nela. Se ela já passou para o andar superior, junte os dois emes das palmas das suas mãos e reze da forma que desejar, independentemente de religião.
Mesmo que você não acredite em reencarnação ou em outra vida, seu gesto lhe fará muito bem, tenho certeza.
Por fim, um recado para as poucas mães que não cumprem o seu papel: ser mãe não é só gerar. Ser mãe é amar, proteger e educar.
(Publicado no Diário Gaúcho, página 34, em 8 de maio de 2008)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

DIA INTERNACIONAL DO TRABALHO

Neste primeiro de maio, em vez de sinalizar o Dia do Trabalho, prefiro ressaltar a existência daquele que move o mundo com sua dedicação. Não me refiro aos que ganham muito dinheiro com o trabalho, embora isso não seja passível de crítica. O que é lamentável é a exploração desonesta do esforço alheio. Lamento a existência de uns poucos com muito e a quase totalidade com quase nada. Enfim, é difícil mudar. O homem é o explorador do próprio homem.

Deixando de lado essas considerações, vamos à homenagem. É um texto conhecido, do filósofo Brecht, mas há certamente muita gente que ainda não teve acesso a ele.



Quem construiu a Tebas das Sete Portas?
nos livros constam os nomes dos reis.
Os reis arrastavam os blocos de pedra?
E a Babilônia tantas vezes construída
quem a ergueu outras tantas?
Em que casa de Lima radiante de ouro
moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros
na noite em que ficou pronta a Muralha da China?
A grande Roma está cheia de arcos de triunfo.
Quem os levantou?
Sobre que triunfaram os césares?
A decantada Bizâncio só tinha palácios para seus
habitantes?
Mesmo a legendária Atlântida
na noite em que o mar a engoliu, os que se afogavam
gritavam pelos seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Ele sozinho?
César bateu os gauleses
Não tinha pelo menos um cozinheiro consigo?
Felipe de Espanha chorou quando sua armada naufragou.
Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu, além dele?
Uma vitória em cada página.
Quem cozinhava os banquetes da vitória.
Um grande homem a cada dez anos.
Quem pagava suas despesas?
Tantos relatos.
Tantas perguntas.




Sobre o autor:

Bertolt Brecht nasceu nasceu na Alemanha, em Augsburg, em 1898. Pouco depois de começar um curso de medicina, em 1917, foi chamado para o exército para trabalhar como enfermeiro em um hospital militar.
Brecht começou a escrever seus primeiros poemas e cedo se rebelou contra o que considerava como "falsos padrões" da arte e da vida burguesa, corroídas pela Primeira Guerra.
Esse tipo de pensamento aflora na primeira peça, um drama expressionista chamado Baal, criado em 1918. Brecht passou a colaborar então com os diretores Max Reinhardt e Erwin Piscator.
Já no final dos anos 20, o escritor recebeu instruções marxistas do filósifo Karl Korsch.
Em 1928, faz com Kurt Weill a "Ópera dos Três Vinténs". Com a ascensão de Hitler, deixa o país em 1933, e se exila em países como a Dinamarca e Estados Unidos, onde sobrevive à custa de trabalhos para Hollywood.
Brech faz da crítica ao nazismo e à guerra tema de obras como "Mãe coragem e seus filhos" (1939). Vítima da patrulha macartista, parte em 1947 para a Suíça - onde redige o "Pequeno Organon", suma de sua teoria teatral. Volta à Alemanha em 1948, onde funda, no ano seguinte, a companhia Berliner Ensemble. Morreu em Berlim, em 1956.





sexta-feira, 4 de abril de 2008

UMA HOMENAGEM A UMA MULHER INESQUECÍVEL

Ela era uma pessoa muito engraçada. Sempre que vejo alguém rindo à bandeira despregada, eu me lembro dela. Ria por qualquer coisa e gostava de contar causos hilários e de dizer chistes herdados de seus antigos familiares. Lembrava sempre _ com um ar de quem constatava uma formidável coincidência _ que havia nascido em 4 de 4 de 24 (4 de abril de 1924), e o seu marido em 22 de 2 de 22 (22 de fevereiro de 1922).
De vez em quando, porém, guardava uma certa melancolia num cantinho do peito, resultado de muito sofrimento na vida. Ficou orfã aos quatro anos de idade. A sua mãe, esperando um segundo filho, grávida de quase nove meses, morreu depois de ter ido buscar água na cacimba. Com o esforço, ela sentiu-se mal, e o bebê acabou morrendo e não foi retirado com urgência. Sem recursos no interior de Bagé, ela também acabou falecendo. Poucos anos depois, o pai dela casou-se de novo. A madrasta, conforme relatos, era uma legítima megera, como aquelas de estórias de contos de fadas.
Não demorou muito e ela, com cerca de seis anos, foi para o internato numa escola de freiras. Como era canhota, sofreu muito quando começou a aprender a escrever. Na época, era muito feio ser canhoto e, por isso, amarravam a mão esquerda dela para que aprendesse a escrever com a direita. Ao sair do internato, já aos 17 anos, enfrentou a oposição de seu pai, que no início não concordava com o namorado que ela arrumara. Mas o rapaz insistiu e conseguiu a mão dela. Depois de ter sido neta de um dos fazendeiros mais ricos de Seival, ela enfrentou dificuldades financeiras. Criou seis filhos. Ela e o marido chegaram a fazer doces para vender. Rapadurinhas de leite, bolo de laranja, quindim.
Apesar de tudo, nunca perdeu o bom humor. Seis anos após ter completado 50 anos de casada, ela morreu devido a um câncer. Horas antes de morrer, ainda mantinha a presença de espírito fazendo piadas consigo mesma. Ela se foi, mas ficou viva num canto do meu coração. Tenho muito orgulho e muita saudade de minha mãe, Ítala Pereira Nunes. Hoje, ela estaria completando 84 anos. Mas, com certeza, lá no céu, muitos continuam rindo contagiados pela sua alegria e inquebrantável bom humor.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

UMA HOMENAGEM A UM HOMEM INESQUECÍVEL

Era um piá com cerca de 8 anos e costumava atravessar a pé um matagal nas proximidades de onde é hoje a Vila Vicentina, na zona norte de Bagé, para chegar em casa. O breu e o local deserto davam um certo medo, mas ele tinha um estratagema: assobiava o tempo todo e chamava dois cachorros pelos nomes. "Vamos Rex, vamos Sansão, ô cachorros brabos esses tchê. Os cães eram imaginários mas davam uma sensação de proteção para o menino, o quarto dos 10 filhos de um uruguaio com uma brasileira.
Ele foi crescendo e logo começou a trabalhar. Primeiro ajudando o pai, que era carpinteiro e trabalhava também como pedreiro. Já mais taludo, começou a comprar e vender couros. Com a ajuda do padrinho, conseguiu uma bolsa para estudar até o quinto ano primário no colégio salesiano Nossa Senhora Auxiliadora. Era bom de contas. Sabia somar e multiplicar de cabeça, com maestria.
Aos 21 anos, conheceu a mulher, com quem ficaria casado por mais de 50 anos. Entre os dois havia uma coincidência de datas de nascimento. Enquanto ela nascera em 4/4/1924, ele veio ao mundo em 22/2/1922. Para casar com ela, enfrentou a forte oposição do sogro. O pai dela, um uruguaio também foi rejeitado quando quis casar com a mãe dela, depois foi aceito. E fez o mesmo quando a filha se apaixonou. Mas o amor venceu.
Casado, ele morou em inúmeros lugares, foi dono de armazéns, passou por muitas dificuldades. Mas conseguiu, com a mulher, educar os seis filhos. Em determinado período, foi subprefeito e subdelegado do distrito de Seival, então pertencente a Bagé. No meio da noite, pelo menos uma vez ele precisou usar sua caminhonete para levar um homem esfaqueado durante uma briga em um jogo de bilhar na vila.
Ele andava no seu próprio veículo, fiscalizando as condições das estradas e consertando pontilhões caídos.
No início do casamento, não pôde contar com a herança da família da mulher. O avô dela, desconfiado do genro uruguaio, havia deixado seus bens gravados em cartório no sistema de usos e frutos. Assim, só podiam usufruir, mas não vender.
Proprietário de terras, plantou e também criou gado. A crise do trigo em 1966 e sua pouca habilidade para ganhar dinheiro, quase levou-o à ruína. Em 1967, um câncer na mulher fez com que boa parte dos seus bens fossem perdidos. Só anos mais tarde, quando novamente o câncer voltou a atingir a esposa, dessa vez de forma fatal, é que a totalidade dos filhos ficou sabendo do primeiro caso.
No começo da década de 70, resolveu mudar-se para Porto Alegre com a família. Antes de se estabelecer como dono de armazém na Cidade Baixa, o casal passou por momentos muito difíceis. Para sobreviver, tiveram de fazer bolos de laranja, quindins e rapadurinhas de leite, que eram entregues em bares e restaurantes das redondezas. Novos maus negócios os levaram de volta a Bagé. Nunca ninguém o viu se desesperar, queixar-se da vida.
O que ficou dele foi um caráter irrepreensível, um pai amoroso e enérgico ao mesmo tempo, que não hesitava em castigar os filhos quando era necessário.
Nas noites frias de inverno, diante da lareira do sobrado ou do fogo de chão no galpão, gostava de contar histórias.
Depois de 56 anos de casado, perdeu a companheira, vítima de câncer. Aos 81 anos, foi acometido do Mal de Alzheimer e também passou para o outro lado espiritual.
Neste dia 22 de fevereiro, que saudades de um homem maravilhoso, inesquecível, meu pai, Walter Vieira Nunes.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A HISTÓRIA DOS PEÕES QUE VIAJARAM PARA A ARÁBIA

Os dirigentes de uma construtora que tinha obras na Arábia ficaram preocupados porque os operários contratados em outros Estados do Brasil dormiam na ponta da pá ou se deitavam no chão durante o trabalho.
Daí que um especialista sugeriu que constratassem empregados no Rio Grande do Sul, onde o pessoal não é de capinar sentado.

Um emissário foi até a cidade de Bagé, na Campanha, e se reuniu com cerca de 200 operários.
– Vamos pagar bem, mas queremos gente trabalhadora– alertou o emissário.
– Mas bah! Nem te preocupa vivente – respondeu um gaúchão criado nas bandas de Seival.
– É só nos dar um carrinho de mão, uma pá, areia e cimento e nós erguemos um edifício que encosta no céu.
O grupo entrou no avião e se mandou para a Arábia Saudita. Quando chegou a
Riad, o aeroporto estava fechado. A aeronave teve de pousar no deserto.
Ao olhar pras dunas, o gaúchão não se conteve:

– A la putcha! Com esse montão de areia, na hora em que chegar o cimento, a gente tá fodido.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

A HISTÓRIA DO INVESTIGADOR VENTRÍLOQUO

Essa quem me contou foi o Ronaldo Bernardi, um dos repórteres fotográficos com o maior número de prêmios no Rio Grande do Sul. Diz que na década de 1980, havia um policial em uma determinada delegacia da Capital que tinha o dom do ventriloquismo e se divertia muito com isso. Quando os repórteres iam à DP em busca de notícias, ele costumava zoar com eles. Durante a conversa com os jornalistas, o policial usavam o seu dom e chamava a si mesmo sem que os interlocutores descobrissem que estavam sendo enganados.
- Fulano - dizia a voz que parecia vir do fundo da delegacia.
Os jornalistas não entendiam nada, e o próprio policial virava para trás e perguntava:
- Quem está me chamando?
E continuava conversando normalmente até que chamava de novo o próprio nome, fingindo surpresa. Seus colegas riam-se a mais não poder escondidos nos cantos.

A morta que falava

Um dia, uma mulher idosa foi assassinada a facadas, e a polícia desconfiou de um dos filhos dela. O tal policial-ventríloquo foi ao velório e se postou com uma falsa cara triste ao lado dos parentes na beira do caixão.
De repente, surgiu uma voz que parecia sair da própria morta e se dirigir a um dos filhos.
-Meu filho, por que tu me mataste? Eu gostava tanto de ti, sempre procurei de ajudar. Até pensei em deixar a maior parte da minha herança pra ti. Por que tu fizeste isso?
O filho ficou vermelho, todo mundo olhando pra ele, até que ele não resistiu e gritou, furibundo, apontando para a defunta:
_ Sua cadela mentirosa. Tu nunca gostou de mim, nunca me deu carinho. Tu gostava só dos meus outros irmãos. Por isso, tu mereceu as facadas que te dei!
Foi então que o policial deu voz de prisão ao assassino, sem precisar usar mais seu dom de ventríloquo.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

HUMOR JORNALÍSTICO

1) Repórter que escreve sobre música precisa conhecer a pauta.


2) Editor paga para não ver protestarem os seus títulos.


3) Telefonista competente é a que, mesmo com um leitor chato, nunca perde a linha.


4) A primeira impressão não é a que fica. É preciso acertar melhor o registro das imagens e cores.


5) Um jornalista não deve nunca revelar a fonte. Quem revela a fonte é indústria de água mineral.


6) O Centro de Tratamento de Imagem é mesmo a CTI do jornalismo: pega cada foto em estado lamentável para tratar.


7) Para jornaleiro que veste a camisa, cada jornal é exemplar.


8) Para jornalista preguiçoso que só usa Internet, o que cai na rede é peixe.


9) Repórter de rádio tem que estar sempre antenado.


10) Dependendo do chargista, o trabalho dele pode ser um risco.


11) Diagramador vaidoso sorri quando chega o espelho.


12) Há jornalistas que vêem os dois lados: o dele e o da empresa.







Para os leigos:
Pauta: o roteiro e o assunto para a reportagem.
Fonte: a pessoa com quem o jornalista consegue a informação.
Espelho: espelho, ou boneco eletrônico, é a disposição dos anúncios que irão na página.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

OS PATOS NÃO VOAM PARA O SUL, VOAM PARA A ITÁLIA

Alexandre Rodrigues da Silva, o atacante que saiu do Internacional e está brilhando no Milan, não foi o primeiro Pato a voar de Porto Alegre para a Itália. Em 1980, o jornalista Roberto Moure, o Pato Moure, acompanhou, como assessor de imprensa, outra ave famosa que saiu do Inter, o grande Falcão. Paulo Roberto Falcão tornou-se o Rei de Roma e retornou para o Rio Grande do Sul. Pato Moure ficou na Itália onde se tornou comentarista de televisão.
Hoje Pato Moure deve ser poliglota, evidentemente. Mas até 1979, ele não dominava sequer o espanhol. Pude notar isso quando dividimos um táxi em Rosario na Argentina, na cobertura de um torneio do Grêmio. Pato era o enviado da Rádio Gaúcha, eu fazia cobertura para a Folha da Manhã, da Caldas Júnior.
Extrovertido e muito divertido, Pato Moure perguntou ao taxista:
Senor, aonde estan las "vajas"? Como o motorista não entendeu, ele tentou explicar: "vajas, vaginas.
Quanto chegamos ao hotel, o taxista perguntou onde colocava as malas. E o Pato, sem titubear:
_ Pode poner nel chano.
É claro que hoje ele sabe que chão, em espanhol, é suelo.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

O CASO DO REPÓRTER INVESTIGADOR

Chovia intensamente quando o repórter Milton Galdino e o fotógrafo Ronaldo Bernardi chegaram a uma casa onde havia acontecido um homicídio. Galdino solicitou ao colega para que fosse sozinho ao local do crime e depois lhe passasse os detalhes. Alegou que dali a pouco teria uma reunião com o chefe de polícia e não queria molhar o terno.
Minutos depois, Ronaldo voltou e encontrou o repórter sentado dentro da viatura policial. Contou que ainda não havia pistas do assassino.
– Eu já desvendei o crime, me chama o delegado – pediu Galdino.
Quando o policial chegou, Galdino apontou para a viatura e afirmou:
– O assassino tá ali, no banco de trás.
O delegado não entendeu nada, e o veterano repórter explicou:
– Eu me sentei dentro da viatura e vi o sujeito em pé, embaixo da marquise, tremendo, com os olhos arregalados. Chamei ele, mandei que entrasse no carro. Ele veio, pensou que eu era polícia. Perguntei por que ele tinha matado o cara, e ele entregou logo o jogo. Tinha se desentendido por causa de uma dívida e o atingiu com uma facada.
Na verdade, Galdino estava entediado por esperar. Aí resolveu aguardar no carro da polícia. Foi então que teve a idéia de brincar com o sujeito que estava na marquise. Acabou resolvendo o caso sem querer.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A HISTÓRIA DA GALINHA DENTRO DO BORDEL

Um repórter fotográfico amigo meu, escalado para o plantão da madrugada, nos anos 80, comprou uma galinha congelada e mandou o filho de 17 anos levar para casa, no Bairro Restinga. Queria fazer uma boquinha no início da manhã, quando chegasse.

O garoto se despediu do pai e passou no bar Porta Larga, onde encontraria um colega do fotógrafo de quem pegaria uma carona de carro. Ocorre que o amigo e outros colegas estavam a fim de festa e arrastaram o adolescente para um cabaré que havia ao lado do bar. E o jovem sempre carregando a galinha embaixo do braço.
Dentro do prostíbulo, uma mulher se engraçou com o rapazinho e o convidou para subir até um dos quartos. O garoto ficou entusiasmado, mas antes pediu licença para ela:

– Espera aí que eu preciso falar uma coisa com o meu amigo. A mulher ficou curiosa. O que o guri pretendia fazer? A prostituta espiou por cima do ombro do garoto e o ouviu perguntar:
– Tchê, e agora? O que eu faço com esta galinha?

Nem bem terminou de falar e foi tirado do cabaré sem tocar os pés no chão.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

TRAPALHADA NA CENA DO CRIME

O repórter fotográfico Arivaldo Chaves, 51 anos, 36 deles em Zero Hora, é quem conta a história, ouvida da boca do colega dele, o também fotógrafo Adolfo Alves, falecido em 1º de novembro de 1989.
Foi na década de 80. Adolfo chega a uma casa na Zona Norte de Porto Alegre, onde aconteceu uma morte e se prepara para mais uma cobertura jornalística. Policiais civis, militares, jornalistas e alguns curiosos estão no pátio da residência onde aconteceu a morte. De repente, aparece o delegado. É do tipo irritadiço, que gosta de mostrar autoridade. Chega xingando tudo o que vê.
– Vão saindo todo mundo, deixem a polícia trabalhar. Como é que permitem essa gente entrar no recinto do crime? Aos gritos, ele vai retirando todos do pátio. Perto da janela, ele cutuca alguém que está com a parte de cima do corpo para dentro da casa e ordena:

– Tu também meu. Deixa de ser curioso. Tu não ouviu eu dizer que é pra todo mundo sair. Tá querendo se incomodar comigo?

Como o indivíduo não mexeu um músculo, o delegado ficou irritado e não entendeu por que não foi atendido. Foi quando outro policial chegou e desfez o mistério.

– Ô, major. Esse aí é o morto.

Foi então que o delegado compreendeu o que acontecia. Um sujeito tentava invadir a casa e deu azar. A parte da vidraça da janela, em forma de guilhotina, caiu de repente e bateu na cabeça do invasor. Ele morreu e ficou com metade do corpo para dentro da casa e metade para fora. Ao constatar o engano, o delegado ficou bem quietinho até o final do trabalho de investigação no local do acidente.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

EQUAÇÃO SOCIOLÓGICA


Excesso de ambição + capacidade = prisão ou cemitério
Ambição moderada + capacidade = sucesso
Falta de ambição + capacidade = vida mediana
Falta de ambição + incapacidade = sarjeta, hospital,cemitério

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

OS CONTEMPLADOS COM OS LIVROS

E AGORA, TCHAN, TCHAN-TCHAN-CHAAN

Apresentamos os ganhadores dos livros da promoção OS MELHORES DE 2007.

Na verdade, eu imaginei quando criei a promoção, que teria um grande número de participações. Pensei até em colocar os papéis com os nomes em uma caixinha na qual estaria escrito vidacuriosa.blogspot.com para fazer o sorteio. Aí minha netinha Luísa iria tirar os papeizinhos para indicar os vencedores.
Acontece que foram nove participantes para oito exemplares de livros. Daí que não havia por que fazer sorteio. Para não deixar um único participante sem prêmio, decidi incluir mais um livro e contemplar todos os meus amigos.

Chega de lorota. Os ganhadores são:

Renato Gava, Reporter do Diário Gaúcho, de Porto Alegre (Livro foi entregue.)
Marco Vencato, o Sarrafo, funcionário do Centro de Documentação do Jornal Zero Hora, de Porto Alegre. (Livro entregue.)
Carlos Mota, repórter e produtor da Rádio Farroupilha, de Porto Alegre (Livro encaminhado para a Rádio Farroupilha.)
Thiago Paixão, repórter da Rádio Farroupilha (livro encaminhado para a Rádio Farroupilha.)
Denise Waskow, estudante de Jornalismo e auxiliar de redação no Diário Gaúcho de Porto Alegre. Livro foi entregue em mãos.
Cris Thomas, estudante de jornalismo, Porto Alegre (RS) (Encaminhado)
Sérgio Lo Iacono Galvani, assessor de imprensa do Guarany Futebol Clube, de Bagé (RS) (Livro entregue)
Mônica Khal, professora universitária, de Passo Fundo (RS) (Livro enviado pelo Correio e recebido)
Marcos Antônio de Araújo Vimeiro Junior, Minas Gerais (livro enviado pelo Correio.)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

RESULTADO DOS MELHORES DE 2007

Melhor Novela: 1º Paraíso Tropical, da Globo, com quatro indicações. Foram votadas Vidas Opostas e Caminhos do Coração, ambas da Record.

Melhor ator: 1º Vagner Moura (Globo), três indicações. Também foram votados Lima Duarte (Globo) e Heitor Martines (Record)





Melhor atriz: 1º Camila Pitanga (Globo), três indicações. Também foram votadas Maitê Piragibe (Record), Lilia Cabral, Juliana Paes, Renata Sorrah e Deborah Falabela, todas da Globo).



Melhor programa de TV: 1º Jo Soares Onze e Meia, três indicações. Também foram votados O Aprendiz, A Grande Família, Saia Justa e Domingo Espetacular (Record)



Melhor programa humorístico da TV: Empate em um voto entre Minha Nada Mole Vida, Pânico na TV, A Diarista, Show do Tom e A Grande Família.

Melhor apresentador de TV: 1º Luciano Huck, com três indicações. Também receberam votos Sílvio Santos, Raul Gil, William Waack e Renato Machado.




Melhor grupo musical: Empatados com um voto: Engenheiros do Havai, Doctor Sin, Clube do Balanço, The Beatles, Skan, Os Monarcas e Los Hermanos.
Melhor cantor nacional - Djavan, três indicações. Votos também para Seu Jorge, Sidnei Magal, Jorge Ben e Amado Batista.




Melhor cantora nacional - Maria Rita, com três indicações. Também foram votadas Ivete Sangalo, Mariza Monte e Isabela Fogaça.



Cantor local (regional) - Sérgio Moah (RS), com duas indicações. Também receberam votos Bebeto Alves (RS), Vitor Ramil (RS), Durgue Costa, o Cigano (RS), Vander Lee (MG) e Nei Lisboa (RS)


Cantora Local (regional) - Empatadas com um voto: Mônica Tomasi (RS), Adriana Calcanhoto (RS), Marina Machado (MG), Lourdes Rodrigues (RS) Vanessa (da dupla com Klaus), (RS) e Andrea Cavalheiro (RS)

Narrador de Rádio: 1º Pedro Ernesto e Marco Antônio Pereira, ambos da Gaúcha (RS), empatados com duas indicações. Também foram indicados Haroldo de Souza (Guaíba (RS), Paulo Roberto (Globo Minas) e José Silvério (Bandeirantes)
Repórter de rádio (futebol ou notícia) - Cid Martins (Gaúcha), com duas indicações. Também foram votados Sérgio Boaz, Felipe Chemale e Giovani Grizzoti, todos da Gaúcha.

Comentarista de rádio: 1º Wianey Carlet (Gaúcha), com dois votos. Também foram votados Adroaldo Guerra (Gaúcha), Ruy Carlos Ostermann, Gaúcha e Cláudio Carsughi (Jovem Pan).



Emissora de rádio: 1º Atlântida, com dois votos. Também foram citadas Guaíba, Globo Am, Antena Um, Pop Rock, Band FM, Ipanema e Farroupilha.

Emissora de televisão: 1º Globo, com três indicações, RBSTV, Record e GNT